Brasileirão Série A

Atlético-MG estreou Felipão contra o Fluminense; um turno depois, um involuiu e outro é finalista da Libertadores

Um turno atrás, Atlético-MG x Fluminense era estreia de Felipão e duelo de quase-líderes que agora vivem mundos opostos nesta reta final de Brasileiro

Atlético-MG e Fluminense se enfrentam às 21h deste sábado (28), na Arena MRV. Para os dois times, é a 30ª rodada do Campeonato Brasileiro. Já para Felipão, é o início do returno com relação a chegada dele ao Galo. Da estreia ao jogo na casa atleticana, muita coisa mudou no time de Scolari e no adversário.

Atlético e Fluminense se enfrentaram há pouco mais de quatro meses. Na época, pela 11ª rodada do  Brasileiro, os times viviam situações completamente diferentes da atual. A começar pelo lado do Galo, que tinha acabado de perder inesperadamente o técnico Eduardo Coudet e teve que correr atrás do aposentado Felipão. O experiente treinador foi quem assinou a súmula da partida, mas não tinha dado nenhum treinamento e por isso teve a companhia do auxiliar fixo do Alvinegro, Lucas Gonçalves. O resultado final foi um empate em 1 a 1 que não agradou muito os dois lados.

Atlético involuiu desde o jogo do turno

Quando Felipão assumiu, o Atlético era quarto colocado do Brasileiro, com 18 pontos, seis a menos que o já líder Botafogo. O time também estava com a classificação encaminhada na fase de grupos da Libertadores. A ideia com a contratação do treinador era ter alguém que lidasse melhor com o elenco e fosse experiente ao ponto do time seguir nas cabeças e brigasse pelo título da competição continental. Mas tudo saiu ao contrário.

Felipão passou os nove primeiros jogos no Atlético sem vencer, vendo o time despencar para o 13° lugar no Brasileirão. Na Libertadores, confirmou a classificação encaminhada, mas foi eliminado já nas oitavas de final pelo Palmeiras, com muito merecimento. O treinador conseguiu a primeira vitória e seguiu uma certa campanha de recuperação, mas que só levou o Galo, no máximo, até a sétima colocação, posição atual do clube, inclusive. Além de tudo, há a discussão sobre a involução do time atleticano, ou seja, joga pior hoje com Scolari do que jogava quando Coudet deixou o clube.

Em resumo, com relação ao jogo do turno contra o Fluminense, quando Felipão chegou com o time bem posicionado e sonhando com títulos, hoje o Atlético luta para tentar ao menos entrar no G6, pois a classificação para a próxima Libertadores é a única coisa que restou para o clube. Com as recentes atuações, vindo de duas derrotas em casa, há uma preocupação de como o Galo vai se comportar e se vai conseguir jogar.

Os números de Felipão pelo Atlético (pelo Brasileiro)

  • 22 jogos (19)
  • 8 vitórias (8)
  • 6 empates (4)
  • 8 derrotas (7)
  • 21 gols marcados (20)
  • 17 gols sofridos (15)
  • 45,4% de aproveitamento (49,1%)

Fluminense vivia má fase, e agora, está na final da Libertadores

Se o Atlético tinha a estreia de Felipão, o Fluminense vinha em uma má fase, com apenas uma vitória em oito jogos. Eliminado da Copa do Brasil e após duas derrotas na fase de grupos da Libertadores, o Tricolor viveu seu período de maior instabilidade na temporada às vésperas do confronto.

Para piorar, sem o Maracanã, a partida foi em Volta Redonda, com um péssimo gramado e um frio de 13 graus. A equipe de Fernando Diniz já tinha muitos desfalques, e minutos antes do jogo, o lateral-esquerdo Marcelo, que voltava de lesão muscular na panturrilha, virou baixa por conta de uma gastroenterite viral. Pouco depois, ele viraria polêmica ao ter exposto pela imprensa um comportamento de “popstar” nos bastidores do clube, o que acabou contornado.

Se vencesse o Atlético-MG, então adversário direto pelo G4, o Fluminense poderia até assumir a terceira posição do Campeonato Brasileiro, com apenas quatro pontos a menos que o já líder Botafogo. O empate por 1 a 1 não ajudou em nada o Flu, que ainda seguiria mal até as oitavas de final da Libertadores.

Só a partir daquela classificação sobre o Argentinos Juniors, já com reforços, um formato tático diferente e novas soluções ofensivas, que o Tricolor emplacou uma boa fase que culminou no retorno à final da Libertadores após 15 anos.

O que vale o jogo para o Atlético?

A partida deste sábado para o Atlético tem importância em diferentes níveis. O primeiro é voltar a ganhar em casa e engatar duas vitórias seguidas, sem tropeçar de novo. Os três pontos levam o Galo aos 49, que podem servir para colocá-lo de volta no G6. A última vez que o Alvinegro frequentou o grupo de acesso para a Libertadores foi justamente na rodada após encarar o Fluminense. O triunfo ameniza o clima com a torcida, revoltada após a derrota no clássico para o Cruzeiro.

Além disso, o Atlético ainda vê o Fluminense como um rival direto pelas vagas do G6. Se o Flu não vencer a Libertadores, o que dá vaga direta para a próxima edição, ele terá que correr atrás no Brasileirão. Hoje, um ponto separa os dois times. Por isso o Galo vê o Tricolor Carioca como um dos adversários diretos na competição.

– É um confronto direto, que temos que ganhar de qualquer maneira. Vindo titular ou reserva, vamos fazer o nosso jogo. Vai ser da mesma maneira, independente de quem vá entrar em campo. É um jogo em que todo mundo precisa estar ligado – disse o jovem Rubens.

Diniz admite foco do Fluminense na Libertadores e terá reservas contra o Atlético

Agora, o foco do Fluminense não é mais a tabela de classificação do Brasileirão, mas a “Glória Eterna”.

— Vamos jogar a partida mais importante da história do clube e a mais importante da história de muita gente que vai jogar o jogo. Por mais que se tente ficar no presente, sem olhar para trás e nem para frente, é muito difícil ficar no aqui e agora num campeonato tão difícil como é o Brasileiro. Não tem sido fácil irmos para os jogos e estar presente de corpo e alma — admitiu Diniz após a vitória do Fluminense sobre o Goiás.

Não à toa, o Flu usará reservas para enfrentar o Atlético-MG em Belo Horizonte. O Tricolor não terá Nino e Felipe Melo, contundidos, nem Ganso e Cano, suspensos. Alguns nem sequer viajam, mas outros devem ser poupados e terão restrições de minutos. O foco é todo na final da Libertadores em 4 de novembro (sábado), contra o Boca Juniors, às 17h (de Brasília), no Maracanã.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
Foto de Caio Blois

Caio BloisSetorista

Jornalista pela UFRJ, pós-graduado em Comunicação pela Universidad de Navarra-ESP e mestre em Gestão do Desporto pela Universidade de Lisboa-POR. Antes da Trivela, passou por O Globo, UOL, O Estado de S. Paulo, GE, ESPN Brasil e TNT Sports.
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