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Senegal foi mais time para vencer uma seleção brasileira ainda sem cara

Contra uma seleção bem armada e experiente, seleção brasileira teve dificuldades e acaba derrotada em Lisboa, em um jogo muito disputado e muito brigado

Tudo indica que o Brasil terá um técnico do maior gabarito no futuro com a vinda de Carlo Ancelotti, mas enquanto isso precisará se virar com o que tem. No terceiro amistoso depois da Copa do Mundo, a seleção brasileira foi derrotada por Senegal por 3 a 2 em Lisboa, em um jogo que os Leões de Teranga mostraram serem uma equipe mais pronta e mais experiente que a brasileira. Foi um jogo com cara de campeonato, com muitas entradas duras, discussões, bate-boca e empurra-empurra. Nenhum clima de amistoso.

Comandada pelo interino Ramon Menezes, o Brasil teve em campo a base do time que esteve no Catar e, mesmo começando bem, acabou vendo o jogo se complicar depois que os senegaleses conseguiram se encontrar no jogo. Contando também com o talento de Sadio Mané, além de um time que soube aproveitar a falta de um jogo coletivo mais forte do Brasil, os senegaleses mostraram que são uma boa seleção, capaz de causar problemas.

Escalações: algumas novidades

O técnico Ramon Menezes precisou fazer duas mudanças na equipe em relação àquela que venceu Guiné no último sábado, ambas por lesão. No meio-campo, Casemiro, sentindo dores, deu lugar a Bruno Guimarães. No lado direito do ataque, Rodrygo, que também sentiu dores, foi substituído por Malcom. No mais, o mesmo time, com Ayrton Lucas e Joelinton como titulares.

Senegal foi a campo com sua principal estrela, Sadio Mané. O capitão, Kalidou Koulibaly, também esteve em campo, assim como o atacante Ismaïla Sarr, no comando do ataque. O atacante Nicolas Jackson, que tem sido especulado no Chelsea, começou no banco.

Primeiro tempo: bom início e empate

O começo pareceu bom para o Brasil, com Vinícius Júnior recebendo muitas vezes com liberdade pelo lado esquerdo e trabalhando a bola. Só que tinha dificuldades em finalizar e transformar em finalizações.

O gol saiu em jogada pelo lado esquerdo. Vinícius Júnior, muito ativo no começo do jogo, recebeu com liberdade, puxou para o meio e levantou na área de forma precisa na cabeça de Lucas Paquetá. O meia brasileiro cabeceou com estilo e precisão para colocar longe do alcance do goleiro Mory Diaw: 1 a 0.

Por pouco o Brasil não ampliou o placar em seguida, aos 12 minutos. Malcom recebeu pelo lado direito e deu um belo passe para Richarlison sair nas costas da defesa. O camisa 9 recebeu, ajeitou e chutou cruzado, mas mandou para fora. Errou o alvo.

Senegal chegou ao ataque com perigo logo depois. Em uma boa jogada pela direita de Ismaïla Sarr, Habib Diallo tocou de cabeça, mas a bola foi muito alta e o atacante não conseguiu direcionar a bola.

O Jogo ficou agitado e logo depois, aos 14 minutos. Vinícius Júnior recebeu dentro da área, fintou e tomou um pisão de Ismaila Ciss dentro da área. Um lance que pareceu normal, mas o árbitro estranhamente marcou pênalti. O VAR salvou o juiz porque foi marcado impedimento de Vinícius Júnior no início do lance.

Os senegaleses atacavam sem medo, especialmente pelo lado direito. E foi por ali mesmo que as coisas ficaram boas para os africanos. O empate veio depois de uma boa jogada pela direita, com cruzamento para a área que rebateu na área e Habib Diallo pegou a sobra de primeira, em um voleio maravilhoso, para marcar um golaço: 1 a 1 em Lisboa.

Depois do gol, Senegal terminou melhor o primeiro tempo e vimos o Brasil ter mais dificuldade para chegar ao ataque.

Segundo tempo: virada de Senegal

O segundo tempo começou sem alterações, mas Senegal veio melhor a campo. Logo nos primeiros minutos, aos seis, um ataque rápido de Senegal que passou por Habib Diallo, caiu nos pés de Sadio Mané, que colocou por cima para Ismaïla Sarr. Ele finalizou, a bola desviou em Marquinhos e entrou. Foi dado gol contra para o zagueiro brasileiro, que acabou colocando para dentro de carrinho.

Não deu tempo nem de absorver o golpe. Três minutos depois, Sadio Mané recebeu pelo lado esquerdo, puxou para o meio e bateu colocado no ângulo. Um golaço do camisa 10: 3 a 1 para Senegal. Deixou o Brasil em uma situação complicada no jogo, com nove minutos da etapa final.

Ramon Menezes então partiu para fazer mudanças. Sacou Richarlison, apagado na partida, e colocou Pedro. Também tirou Malcom e colocou Rony. Logo depois das alterações, o Brasil empatou. Curiosamente, com o próprio Marquinhos. Depois de escanteio, a bola sobrou no lado esquerdo da área e Marquinhos se jogou para finalizar. A bola subiu em uma trajetória estranha e entrou. O Brasil diminuía o placar para 3 a 2. Ainda tinha jogo.

Só que o Brasil tinha dificuldades. Mesmo com as mudanças, o Brasil não parecia ter coordenação para articular jogadas e levar perigo. Não faltava vontade, com os jogadores se esforçando muito. Falta sim uma ideia do fazer diante de um time fechado como passou a ser Senegal que vencia o jogo. O jogo esquentou, com disputas intensas, muito bate-boca e algo que só beneficiou os africanos, que venciam e viam o tempo escorrer no meio de dedos na cara e entradas mais duras.

Vieram mais alterações, com a entrada de Raphael Veiga no lugar de Joelington, André no lugar de Paquetá e Alex Telles no lugar de Ayrton Lucas. O time mostrava disposição, mas não restava muito além de uma pressão te3ntando cruzamentos para a área. Senegal, por sua vez, segurava a bola, trabalhava as jogadas e parecia pronta a matar o jogo assim que tivesse a chance.

Tanto que nos acréscimos, Senegal teve uma ótima chance em uma arrancada de Nicolas Jackson, que tentou o drible na marcação e acabou no chão. Ele pediu falta, mas o árbitro não marcou. O Brasil seguia se abrindo em busca do gol.

Até que veio um contra-ataque pelo meio com Nicolas Jackson recebendo em profundidade pelo meio, se atrapalhou um pouco com a bola, tentou o drible em Ederson e acabou derrubado pelo goleiro. O árbitro marcou o pênalti. Quem pegou a bola para cobrar foi Sadio Mané, que contou com a tranquilidade e qualidade que nos acostumamos a ver no camisa 10: 4 a 2 para os senegaleses. Matou o jogo.

Foi uma lição dura para o Brasil, em um jogo que não conseguiu jogar bem. Senegal, uma seleção pronta, com um trabalho de longo prazo sob o comando de Aliou Cissé, mostrou ser um time muito competitivo, organizado e técnico. Derrubou o Brasil com um jogo muito bom e merecendo a vitória. Os jogos até aqui mostraram um Brasil ainda em busca do que quer, do que pode fazer e deixa dúvidas sobre que time será formado – ou se será formado.

Em setembro, o Brasil voltará a campo, mas desta vez os jogos serão para valer, nas Eliminatórias da Copa, com duelos contra Bolívia, em casa, e Peru, fora de casa. Será um teste para a convicção da CBF em esperar por Carlo Ancelotti.

Brasil
20/06/23 - 16:00

Finalizado

2

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Senegal

Brasil - Senegal

International Match

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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