Rebeldes armados invadem sede do Shakhtar em mais uma represália ao dono do clube

A tensão política no leste da Ucrânia permanece, e se envolvendo diretamente com o futebol. O Shakhtar Donetsk havia sofrido diferentes ataques nos últimos dias. A Donbass Arena foi bombardeada há menos de duas semanas, enquanto os campos do centro de treinamentos do clube também foram atacados. Já nesta quarta-feira, o extremismo continuou. Segundo o próprio clube, sua sede foi ocupada por homens armados não identificados.
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O Shakhtar se limitou a dizer que as circunstâncias do incidente estão sendo investigadas. O clube também não divulgou se houve feridos ou quantas pessoas estavam na sede durante o ataque. Cabe lembrar que o elenco principal do Shakhtar atualmente treina em Kiev e manda seus jogos em Lviv, justamente para se manter distante dos conflitos e não expor seus jogadores aos riscos.
Donetsk é o principal foco dos conflitos entre partidários em prol e contra o alinhamento da Ucrânia com a Rússia. A região no leste do país é de forte influência russa, e chegou a ter manifestações públicas contra o novo governo que se instaurou no país, favorável ao distanciamento político dos russos. E os ataques dos rebeldes contra o Shakhtar parecem claramente direcionados a Rinat Akhmetov, dono do clube.
Homem mais rico da Ucrânia, Akhmetov é industrial e ex-parlamentar. Em sua trajetória política, o magnata sempre se uniu a grupos alinhados com os russos. Pavel Gubarev, líder do movimento separatista República Popular de Donetsk, afirmou em maio que Akhmetov financiava os rebeldes na região. Contudo, o empresário chamou Gubarev de impostor e acusou os separatistas de estarem cometendo um genocídio. Além disso, em Mariupol, ele organizou uma milícia desarmada entre os trabalhadores de sua metalúrgica, para atuar ao lado da polícia e expulsar os rebeldes da cidade.
Além do ataque à sede do Shakhtar, a casa de Akhmetov também foi cercada por separatistas nesta quarta-feira. O magnata, embora se mantenha alinhado ideologicamente com os russos, é contra a independência da região de Donbass. E enquanto se coloca como entrave aos rebeldes, ele continuará sofrendo represálias em suas propriedades. Entre elas, o Shakhtar.