Itália

Saída de brasileiro e mais: Os três motivos que derrubaram Thiago Motta da Juventus

Técnico ítalo-brasileiro somou uma série de problemas em Turim que vão além dos resultados

A Juventus nem esperou o fim da temporada para demitir Thiago Motta e tornar Igor Tudor seu novo técnico. O ítalo-brasileiro, eliminado de tudo e nem perto de lutar pelo título da Serie A, foi uma decepção em Turim em um trabalho marcado por uma série de questões negativas que vão além dos resultados.

O jornal italiano “Gazetta dello Sport” listou três causas para a queda do treinador ex-Bologna, incluindo o peso da saída de Danilo, rumo ao Flamengo, e outros problemas que marcaram a passagem do promissor comandante pela Velha Senhora.

Péssimos relacionamentos, falta de liderança e ausência de hierarquia marcaram Motta na Juventus

Thiago Motta, técnico da Juventus. Foto: Icon Sport
Thiago Motta, técnico da Juventus. Foto: Icon Sport

Mesmo recém-chegado, Thiago Motta quis dar um “choque” no elenco da Juventus e promoveu algumas mudanças que causaram estranheza e minaram sua passagem por lá. Por exemplo, a rotatividade da braçadeira de capitão.

Não houve um líder fixo do time. Ficou rodando entre vários nomes — sete apenas no Campeonato Italiano, de longe o time que mais teve diferentes capitães — e isso minou a consolidação de uma liderança.

Isso em uma temporada em que a Juve perdeu Alex Sandro e Federico Chiesa, dupla com prestígio no grupo de jogadores, logo no início da temporada, e posteriormente Danilo, jogador que marca outro problema do ítalo-brasileiro: os relacionamentos.

O técnico não começou bem com o brasileiro ao pedir para ele retornar antes do fim das férias após a Copa América. O defensor aceitou o pedido e nunca tentou tirar a autoridade do comandante, o questionava apenas quando trazia pedidos do elenco (o que também causou rusgas).

Após a saída em janeiro, o grupo de jogadores ficou do lado de Danilo. Ele mostrou chateação com o assunto em sua despedida ao afirmar que sua emoção pelo clube não mudava por um “projeto imaginativo“.

— Sempre estive disponível. As escolhas são do clube e do treinador, não posso influenciar isso, não foi minha escolha. Teria preferido me despedir no estádio e partir de forma diferentereiterou o sentimento em entrevista ao portal “IlBianconero”.

Os problemas aconteceram com quase todo o elenco (como Fagioli, que também saiu em janeiro rumo à Fiorentina) e uma prova é que, com exceção de Bremer e Mbangula, nenhum outro atleta se despediu dele nas redes sociais. Além do tratamento indiferente com lideranças, Thiago Motta também incomodou os jogadores por sua ausência de hierarquia e muitas mudanças.

O rodízio imposto pelo então treinador, utilizando muito alguns atletas e depois os descartando por muito tempo, desgastou ainda mais sua gerência no grupo.

Ainda havia uma clara divergência entre o técnico e o diretor esportivo Cristiano Giuntoli. Se Motta pensava que o elenco estava no limite e precisava de uma mudança maior para alcançar o Scudetto, o executivo acredita que, no máximo, três ou quatro reforços poderiam levar a Juventus ao topo do futebol italiano.

Apesar das altas expectativas, Motta decepcionou e precisará dar um passo atrás na carreira para mostrar que está apto para assumir um gigante da Europa novamente.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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