Premier League

O irregular Chelsea de Pochettino tem novo desafio pela frente: encarar um resiliente e motivado Everton

Chelsea busca reabilitação após derrota contra o Manchester United, enquanto Everton mira terceira vitória consecutiva na Premier League

Depois da suada e importante vitória sobre o Brighton, em Stamford Bridge, esperava-se que o Chelsea embalasse uma nova boa atuação diante de um turbulento e confuso Manchester United. Não foi o que aconteceu. Os Blues tiveram muitos problemas defensivos, foram dominados pelos Red Devils e a derrota por 2 a 1 em Old Trafford acabou saindo barata, tamanha a superioridade da equipe de Erik Ten Hag.

Sem tempo para muitas lamentações, o Chelsea precisa virar a página, pois já se vê envolvido em novo compromisso na Premier League. Neste domingo (10), a partir das 11h (horário de Brasília), os comandados de Mauricio Pochettino enfrentam o Everton fora de casa, no Goodison Park, em jogo válido pela 16ª rodada. Se por um lado os Blues não atravessam grande momento, os Toffees chegam para o confronto embalados após duas boas vitórias na competição.

Pochettino sabe das deficiências do Chelsea, mas crê que a equipe está no caminho certo

Mauricio Pochettino chegou ao Chelsea no início da temporada e, certamente, sabia onde estava se metendo. Clube em total reconstrução, saídas em massa, muitas caras novas e um projeto para tocar. O técnico argentino abraçou a ideia e mergulhou de cabeça. Mas será que ele esperava que o começo dessa ‘aventura' nos Blues seria tão turbulento e inconstante?

O Chelsea talvez seja o time que mais oscile na atual edição da Premier League até o momento. Ao mesmo tempo em que é capaz de mostrar bom futebol e solidez em campo, pode muito bem fazer o contrário disso na partida seguinte e irritar seu torcedor. Contra o Manchester United, por exemplo, vimos um show de horrores por parte da defesa dos Blues. Jogadores completamente descompactados e fora de sintonia, erros técnicos, erros táticos. Uma verdadeira bagunça. Resultado disso? 28 finalizações dos Red Devils ao longo dos 90 minutos e uma derrota mais do que justa.

Pochettino sabe que há muito a ser feito, no entanto, insiste em enxergar o copo meio cheio. O treinador acredita fielmente que o trabalho está dando resultado e que a evolução dos jogadores é notória. De fato, se compararmos o Chelsea da temporada passada com a versão 2023/24, muita coisa já melhorou. Mas é preciso mais. O clube londrino investiu pesado nas últimas janelas e, apesar do projeto mirar o sucesso a longo prazo, não pode ser aceitável um mero 10º lugar na Premier League.

– Se você não vencer, a pressão é enorme no Chelsea. Não é a mesma coisa usar este escudo do que outro. Sabemos o que precisamos fazer e estamos fazendo. Às vezes, leva seis meses, um ano ou apenas quatro meses (…) É um processo que sempre leva tempo. Sabemos o que queremos. É preciso um pouco de sorte, para manter os jogadores em forma, para aumentar a competição. Com o tempo encontraremos esse impulso. No momento, precisamos manter a calma e continuar pressionando porque estamos tão perto -, disse Pochettino em entrevista na última sexta-feira (8).

– Não, não (trabalho não mais difícil do que eu pensava). Deveríamos estar em uma posição melhor? Com ​​certeza. Quando aceitamos, sabíamos que seria difícil. Vamos desafiar (os quatro primeiros colocados). Talvez não agora, mas em um futuro. Quem sabe (quando)? Esperamos que o mais rápido possível -, concluiu.

Como citado, o Chelsea ocupa a 10ª colocação da Premier League. Em 15 rodadas, os Blues venceram cinco, empataram quatro e perderam seis. São 26 gols marcados e 24 sofridos. Ainda que bata o Everton neste fim de semana, a equipe de Pochettino não ganhará posições na tabela. Nono lugar do certame, o West Ham soma 24 pontos.

Everton mostra resiliência após punição e espera embalar nova vitória

Em novembro, o Everton sofreu a maior punição de um clube na história da Premier League. Os Toffees foram sancionados com a perda de 10 pontos na tabela do torneio por supostamente infringir regras de sustentabilidade financeira. A determinação fez com que a equipe de Liverpool caísse da 14ª posição para a vice-lanterna do campeonato.

Indignado com a punição recebida, o Everton entrou com recurso na justiça na tentativa de reaver seus pontos. Enquanto não obtém resposta, o time guerreia em campo e tenta representar seu torcedor, tão machucado depois do baque sofrido. Líder e responsável por motivar os jogadores em meio a um cenário nebuloso e intimidador, Sean Dyche faz um trabalho admirável até aqui. Também insatisfeito com a atitude da Premier League para com os Toffees, o treinador em nenhum momento adotou o discurso vitimista, que seria o mais fácil e completamente aceitável neste momento.

Quem irá determinar se o Everton merece ou não a punição é o Painel Judicial da Premier League. Fato mesmo é que Sean Dyche, mesmo não tendo nada a ver com isso, acabou sendo o mais prejudicado nessa história. Afinal, não é nada fácil ver seu time perder 10 pontos do nada e despencar na tabela de classificação. Entretanto, como citado, o técnico inglês de 52 anos não quis saber de ‘choro' e trocou a lamentação por… trabalho!

No primeiro jogo após a punição, o Everton recebeu o Manchester United, no Goodison Park, e acabou sofrendo um 3 a 0 acachapante. A partir daí, Dyche e companhia viraram a chave. Em nenhum momento o comandante jogou a toalha. Pelo contrário. Toda vez em que é questionado sobre a complicada situação do clube na tabela em virtude da sanção, ele diz acreditar na remontada. E ela parece já ter sido iniciada…

Na 14ª rodada, o Everton visitou o Nottingham Forest, no City Ground, e conseguiu uma vitória para lá de importante. Dwight McNeil marcou no segundo tempo o único gol da partida e deu aos Toffees três pontos valiosos. O triunfo representou um respiro, alívio e porque não uma resposta/recado do clube à Premier League.

O Everton luta e seguirá lutando em prol da permanência na elite do futebol inglês. E mostrou isso mais uma vez na última quinta-feira (7), quando fez 3 a 0 no bom time do Newcastle, no Goodison Park. Contra o Chelsea, a resiliente e guerreira equipe de Sean Dyche espera manter a cabeça no lugar, esquecer os problemas extracampo do clube e embalar a terceira vitória consecutiva.

Foto de Guilherme Calvano

Guilherme CalvanoRedator

Jornalista pela UNESA, nascido e criado no Rio de Janeiro. Cobriu o Flamengo no Coluna do Fla e o Chelsea no Blues of Stamford. Na Trivela, é redator e escreve sobre futebol brasileiro e internacional.
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