Todo mundo no City vai comemorar a volta de De Bruyne, menos Foden — e ele tem motivo
Com as lesões de Haaland e De Bruyne, Phil Foden foi escalado por dentro e brilhou no último mês
Sem Kevin de Bruyne desde a primeira rodada da atual Premier League, o técnico Pep Guardiola buscou alternativas para suprir a ausência de seu principal armador e motorzinho do meio-campo. O preferido para exercer a função por quase todo o tempo foi o argentino Julian Álvarez, mas por ser um atacante de origem mostrou certa dificuldade para entregar o que fazia o belga. No último mês, no entanto, o treinador espanhol parece ter encontrado a solução: o jovem Phil Foden, que fica mais à vontade atuando por dentro.
Até o início de dezembro, o meia de 23 anos praticamente só jogou como ponta, especialmente pela direita, mas também com momentos à esquerda. Eis que Guardiola precisa mover Álvarez para o comando de ataque contra o Luton Town pela lesão de Erling Haaland, e aí que Foden passa a ser o meia e volta a viver um bom momento após ser um mero coadjuvante nas últimas temporadas.
Nas últimas cinco partidas de 2023/24, jogou quatro como meia centralizado, marcando dois gols e distribuindo três assistências. Na única que ficou pelo lado direito, contra o Urawa Reds, não participou de tentos do City.
Assistindo Foden por dentro é possível ver como se sente à vontade. No empate com o Crystal Palace, recebeu entre as linhas do adversário e girou com facilidade para deixar Jack Grealish tranquilo para marcar. Para balançar as redes mostrou duas facetas: na final do Mundial contra o Fluminense apareceu na pequena área para marcar, enquanto frente a retranca do Everton recuou para o meio-campo e mandou uma bomba de longe. O ponto alto do brilho individual foram as duas assistências contra o Sheffield United, na primeira fazendo um pivô e outra saindo do meio para fora e cruzando na medida para Álvarez. Nessas quatro partidas, Phil distribuiu 11 passes decisivos (pré-assistências ou toques para finalizações), segundo o SofaScore.
No entanto, as chances de Phil Foden por dentro pode estar com os dias contados. É possível que, mesmo com o iminente retorno de Haaland, o inglês se mantenha como o principal meia da equipe, colocando Álvarez no banco. Mas quando De Bruyne estiver saudável, e ele está próximo disso, provavelmente o jogador de 23 anos volte a atuar pela ponta direita ou esquerda.
Uma alternativa para Guardiola acomodar Foden e De Bruyne por dentro seria uma formação extremamente ofensiva, como aconteceu na última temporada. No característico 3-2-5 com a posse de bola, um zagueiro (como John Stones) daria um passo a frente e se alinharia junto Rodri no meio-campo, assim o inglês e o belga poderiam atuar logo atrás ou do lado de Haaland, com Jérémy Doku (Grealish) e Bernardo dando amplitude pelos lados. Neste cenário, a recomposição no 4-4-2 pode ser um problema, porque De Bruyne ou Foden teriam que voltar para marcar como volantes à frente da área.
Origem de Foden no City é como meia centralizado
Cria da base do Manchester City, Foden se destacou jogando como um meia por dentro. Tratado como uma das grandes promessas do clube, era presença certa nas convocações das seleções inglesas de base, sendo campeão mundial sub-17.
Porém, desde que passou a integrar o profissional (estreou em 2017), teve poucos momentos centralizado, justificado pelas presenças de Bernardo Silva e De Bruyne. Ele só encontrou espaço e mais oportunidades nos lados do campo – vale citar que já atuou como falso nove, especialmente entre 2020 e 2021, quando Guardiola precisa suprir os problemas físicos de Sergio Aguero e Gabriel Jesus.
E quando De Bruyne volta?
O craque belga sofreu uma grave lesão na coxa que o tirou dos gramados pelos últimos quatro meses. Ele viajou com o grupo de jogadores ao Mundial para treinar e desde lá evoluindo nos trabalhos com bola. Guardiola atualizou a situação de Kevin.
– Ele esteve afastado durante muito, muito tempo, então temos de ser pacientes e dar a quantidade certa de minutos. [Espero que] De Bruyne jogue como tem jogado nesses últimos oito anos. Penso que as suas qualidades não vão diminuir. Em uma lesão grave, a maior preocupação é tentar evitar outros problemas físicos. Se queremos que ele jogue, temos que ter cuidado e conversar com ele e com o fisioterapeuta para sabermos qual é o processo a seguir – afirmou o técnico, na entrevista coletiva antes do jogo pela Copa da Inglaterra.
De Bruyne ficou no banco na partida frente ao Sheffield e a tendência é ganhar mais minutos nos próximos jogos. O City recebe neste domingo (7) o Huddersfield pela 3ª rodada da Copa da Inglaterra. No outro final de semana, pela Premier League, visita o Newcastle.