Futebol feminino

Mais dinheiro, novo comando, criação da base e saída de craque: Palmeiras feminino vive revolução profunda

Palmeiras não terá Bia Zaneratto com sua camisa 10 na nova fase que o clube começará a viver neste ano

O Palmeiras feminino vive um momento de revolução. Desde a vexatória derrota por 8 a 0 para o Corinthians, na semifinal do Paulistão de 2023, em novembro, uma onda de mudanças vem transformando a modalidade no clube.

As mais recentes foram a troca do patrocinador máster do uniforme e a saída da jogadora referência do elenco, a atacante Bia Zaneratto, anunciada nesta quinta-feira (18).

Mas o clube também já trocou o comando técnico, com Camila Orllando entrando na vaga que era de Ricardo Belli. E fez muitas contratações e dispensas.

Por fim, na entrevista concedida apenas a repórteres mulheres, na terça-feira (16), a presidente Leila Pereira anunciou que o Palmeiras passará a jogar em Barueri, não mais em Jundiaí, e a contar com uma equipe sub-20.

Subida de patamar

A última notícia, embora menos midiática do ponto de vista imediato, é possivelmente a mais impactante para o futuro da modalidade no Palmeiras.

Única das principais equipes de São Paulo a não contar com categorias de base no feminino, o clube dá um salto no que diz respeito ao tratamento dispensado à modalidade. E define um novo patamar na maneira de conduzir a gestão de elenco.

É comum nos times femininos que haja muita troca de elenco no fim das temporadas. Os contratos das mulheres costumam ser curtos e nivelados financeiramento, o que aumenta a rotatividade.

Mas com a possibilidade de sempre ter jogadoras podendo subir da base, a tendência é o Palmeiras ter um projeto mais ancorado e estável.

Leila Pereira com as jornalistas credenciadas para entrevista coletiva no clube (Foto: Cesar Greco/ Pàlmeiras/ By Canon)

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O adeus de Bia

A capitã Bia Zaneratto foi uma das que mais se demonstrou abalada com a contrangedora derrota por 8 a 0 para o Corinthians no último estadual.

Mas embora tenha se desculpado e prometido que algo assim não se repetirá no futuro, a desejada revanche não virá pelos seus pés. A atacante não renovou contrato com o clube, e deve jogar na MLS em 2024. ,

Bia anunciou o desligamento hoje por meio de suas redes sociais.

– Espero que o Palmeiras feminino conquiste as melhorias que precisa e merece – bradou a jogadora, no vídeo que acompanhou o anúncio.

O impacto da saída de Bia será enorme no clube, que já vem em um processo de transformação. A saída de Bia, no entanto, vai muito além de ser apenas um nome trocado. A atacante é o maior pilar da equipe. Em 2023, fez 18 gols e deu 15 assistências nas 28 partidas em que jogou.

Nova aposta, literalmente

A troca da Betfair pela Esportes da Sorte no principal espaço da camisa do Palmeiras deve render ao clube R$ 20 milhões. A antiga patrocinadora pagava R$ 12 milhões.

Vale ressaltar que o anúncio da Esportes da Sorte como novo parceiro do time feminino do clube recebeu críticas justas nas redes sociais. O vídeo apresentado pelo Palmeiras conta apenas com lances da equipe masculina, o que chamou atenção negativamente.

Outras marcas seguem na camisa da equipe, como Cartão de Todos e Cimed. Vale frisar que a farmacêutica vive um ponto de inflexão em relação à sua relação com o Palmeiras. Até por isso, a Cimed foi ocultada da coletiva de Leila Pereira nesta semana.

Palmeiras já contratou 12 jogadoras e dispensou outras 9

Chegaram

Pati Maldaner (Zagueira)
Lorrane (Zagueira)
Giovanna Campiolo (Zagueira)
Eskerdinha (Lateral-Esquerda)
Fê Palermo (Lateral-Direita)
Brena Carolina (Meia)
Diany Martins (Meia)
Isidora Amaral (Meia)
Ingryd Lima (Meia)
Gaby Santos (Atacante)
Taina Maranhão (Atacante)
Victória Liss (Atacante)

Saíram do clube, além de Bia

Alicia Bobadilla (Goleira)
Sorriso (Zagueira)
Sassá (Zagueira)
Katrine (Lateral-esquerda)
Bárbara Timbó (Meia)
Camilinha (Meia)
Duda Santos (Meia)
Rosa Miño (Meia)

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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