Piccinato conta com “tempero baiano” na busca do título da Libertadores Feminina pelo Inter
Baianas Tamara Bolt e Letícia Monteiro adotam DNA ofensivo do treinador Lucas Piccinato e se tornam peças fundamentais para as Gurias Coloradas

O Internacional quer a classificação antecipada para a segunda fase da Libertadores Feminina. Após estrear com vitória sobre o Nacional-URU por 3 a 0, a equipe colorada está a uma vitória de conquistar a classificação para a próxima fase. Nesta segunda-feira (9), o Inter encara o América de Cali, às 19h30 (horário de Brasília), e conta com o talento de uma dupla arretada na busca pela vaga.
As baianas Tamara, 20, e Letícia Monteiro, 21, têm trajetórias diferentes pelas Gurias Coloradas, mas igualmente importantes neste torneio continental. Enquanto a lateral, nascida em Salvador, soma mais de duas temporadas pelo clube, a meio-campista, de Juazeiro, chegou em agosto por empréstimo do Red Bull Bragantino para reforçar o Inter na competição.
Tamara e Letícia: sincronia com o jogo ofensivo de Piccinato
O “tempero baiano” vem dando certo em campo. Na última partida, a dupla teve atuação fundamental no triunfo. Ao lado de Belén Aquino, Tamara Bolt, apelidada com o sobrenome do ex-velocista e recordista mundial nos 100m rasos, Usain Bolt, conseguiu cavar espaços pelas laterais no primeiro tempo. No esquema tático, adotado por Lucas Piccinato, a lateral-direita tem um papel muito agudo, às vezes atuando até como ponta.

– Lucas é um treinador que me dá liberdade. Ele fala “se você quer ir, vá. Se você tá confiante, vá”. Ele não me prende em nada e sabe da velocidade que eu tenho, então ele pede para, que nos jogos, eu use bastante isso. Até nos jogos em que a gente, talvez, não tenha espaço pela lateral, ele me pede para usar a minha velocidade, para não me deixar presa. Ele também me fala que, se eu precisar me apoiar (na defesa), posso fazer isso sem medo. As meninas sempre vão apoiar (a cobertura), então eu tô mais livre com ele – contou Tamara em entrevista à Trivela.
Piccinato tem o DNA ofensivo. O treinador paulista, de 33 anos, que passou pelo comando do Centro Olímpico e do São Paulo, sempre apresentou equipes fortes no ataque. No Inter, desde o final de julho, as coisas não têm sido diferentes. Contra o Nacional-URU, as Gurias completaram 26 finalizações. O número é o maior registrado em uma partida desta edição da Libertadores até o momento.
Letícia Monteiro, que costumava jogar mais na articulação pelo RB Bragantino, passou a ser uma meia-atacante de ofício, com mais presença de área e movimentação. Inclusive, ela marcou o segundo gol da partida em uma triangulação de puro entrosamento no ataque – apesar de só ter dois meses de treinamento ao lado das companheiras.
– Eu gosto de fazer gol, é claro. Mas eu sempre prezo por dar assistência para as minhas companheiras, independentemente se sou contra a goleira e mais uma. Acho que o gol vale mais do que qualquer coisa, independentemente de quem seja. Desta vez, eu fui feliz na jogada, mas eu também estou ali para servir às minhas companheiras – disse Letícia em conversa com a reportagem.
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Inter tem preocupação extra contra América de Cali
O Internacional tem cinco jogadoras titulares penduradas para enfrentar o América de Cali nesta segunda. Na estreia, Tamara, Eskerdinha, Capelinha, Analuyza e Belén Aquino receberam um cartão amarelo cada. Por isso, pensando na formação das adversárias colombianas, que contam com a meia-atacante Catalina Usme, Lucas Piccinato pode optar por uma formação mais defensiva.
Catalina Usme é a maior artilheira da história da Libertadores Feminina, com 31 gols, e também foi artilheira das edições 2015 (8 gols) e 2017 (4 gols). Além disso, Usme é jogadora da seleção colombiana e fez parte da célebre campanha na Copa do Mundo 2023. Ela também é a maior artilheira da Colômbia, com 52 gols.