Libertadores Feminina

Andressinha rompe ligamento do joelho e desfalca Palmeiras na final da Libertadores Feminina

Meia Andressinha rompe LCA e deixa lacuna para o técnico Ricardo Belli resolver na final da Libertadores Feminina contra o Corinthians

O Palmeiras terá uma baixa importante para a final da Libertadores Feminina contra seu maior rival, o Corinthians, e para o restante da temporada. A meio-campista Andressinha passou por exames nesta semana e teve constatada a ruptura completa do ligamento cruzado anterior do joelho direito, o tão temido LCA. 

Na última terça-feira (17), a jogadora se lesionou aos oito minutos do primeiro tempo da semifinal, após ser derrubada por uma adversária. As Palestrinas conquistaram a vaga para a decisão do torneio com vitória por 3 a 1 sobre o Atlético Nacional-COL, mas perderam uma peça fundamental do quebra-cabeça do técnico Ricardo Belli. 

O clube ainda não confirmou o tempo de recuperação de Andressinha, mas a média pode variar de oito a doze meses – o que faria com que uma das principais atletas do Palmeiras também perdesse o início da temporada 2024.  

A final inédita da Libertadores Feminina, entre Palmeiras e Corinthians, acontecerá neste sábado (21), às 20h30 (de Brasília), no Estádio Pascual Guerrero, em Cali, na Colômbia. As Brabas do Timão buscam o tetra no torneio, enquanto as Palestrinas sonham com o bicampeonato em sua segunda participação. 

Quem entra no lugar de Andressinha? 

Andressinha é uma peça fundamental do esquema adotado por Belli, com intensa troca de passes no meio de campo e nas transições para o ataque. No entanto, assim como aconteceu na semi, a melhor opção para suprir a lacuna deixada pela camisa 20 é argentina Lorena Benítez. 

Mesmo que Lorena tenha um estilo diferente de Andressinha, o treinador alviverde não deve querer realizar uma grande mudança tática às vésperas de enfrentar um Corinthians bem armado e completo, e deve seguir a tendência natural. 

A meia argentina, emprestada ao time paulista pelo Estudiantes-ARG até o fim deste ano, costuma ser mais veloz e ter mais entradas na área, uma característica que difere da brasileira, mais focada em assistências e no trabalho de criação.

Outro ponto em que Andressinha também fará falta é na bola parada, um atributo muito utilizado pelo sistema ofensivo das Palestrinas. Ela é a cobradora número um de escanteios e faltas no time, isso porque as jogadoras altas, como Bia Zaneratto, por exemplo, exploram muito bem a bola aérea. O papel de cobradora, agora, deve ficar com Duda Santos.

Sendo assim, Belli pode seguir em sua tradicional formação, no esquema 4-3-3, ao optar por Benítez no meio.

Rompimento do LCA atinge mais as mulheres

A lesão do ligamento cruzado tem sido muito comum no futebol feminino. No último, mais de 20 atletas das principais ligas do mundo sofreram com a mesma contusão. Nomes como Alexia Putellas, Marta, Miedema, Katoto e Angelina passaram pelo menos problema. 

De acordo com estudos ligados à medicina do esporte, esse tipo de lesão pode ser de duas a oito vezes mais comum entre as mulheres. Se o recorte for tratado somente no futebol, o risco é cerca de três vezes maior em comparação a atletas do gênero masculino.

Uma reportagem realizada pelo site Superesportes, antes da Copa do Mundo Feminina de 2023, reuniu especialistas que apontam a diferença anatômica e os hormônios femininos como fatores preponderantes para o alto índice de rompimento do LCA em jogadoras.

Inclusive, estudos recentes também mostram a evolução do tempo de recuperação. Até uma década atrás, a medicina esportiva acreditava que o retorno às atividades poderia acontecer após 6 meses de uma artroscopia no joelho para a reconstrução do ligamento. Porém, foi observado que o enxerto continuava muito frágil até os oito meses de recuperação, o que aumenta muito o risco de um novo rompimento. 

Atualmente, atletas levam de 9 a 12 meses para se recuperar totalmente, dependendo da gravidade.

Foto de Livia Camillo

Livia Camillo

Livia Camillo é jornalista multimídia e videomaker. Foi colunista de esportes femininos por um ano e meio no Nós, vertical de diversidade do Terra, portal onde também foi repórter de vídeo na editoria de games e eSports. Tem passagem pelo hard news do UOL Esporte e por outras redações de São Paulo.
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