Europa

UEFA reconhece erro de arbitragem em jogo crucial para o título da Espanha

Um relatório divulgado pela Comissão de Arbitragem indica que lance contra a Alemanha nas quartas de final deveria ter sido marcado pênalti

Quase três meses se passaram desde o polêmico lance no início do segundo tempo da prorrogação entre Espanha e Alemanha, pelas quartas de final da Eurocopa, e que até hoje dá o que falar.

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Logo no primeiro lance, aos 105 minutos de jogo, o meio-campista do Bayern, Jamal Musiala, recebeu na entrada da área e acertou um chute que saiu dos seus pés com uma promessa de perigo para o goleiro Unai Simón.

Naquele momento, o confronto estava empatado por 1 a 1, e um gol logo nos primeiros instantes do segundo tempo da prorrogação poderia ter colocado a Alemanha na semifinal.

Jogadores da Alemanha reclamam de pênalti. Foto: Imago
Todos os jogadores da Alemanha reclamaram de pênalti no lance. O árbitro Anthony Taylor deixou o jogo seguir. Foto: Imago

No meio do caminho, porém, já dentro da grande área, a bola encontrou a mão esquerda do lateral do Chelsea, Marc Cucurella, e sequer chegou ao gol.

Imediatamente os jogadores alemães partiram em direção ao árbitro britânico Anthony Taylor cobrando a marcação de um pênalti, que foi negado.

Sem o pênalti assinalado, a partida seguiu e pouco mais de 10 minutos depois Merino marcou de cabeça o gol que garantiu a classificação espanhola para enfrentar a França.

Nesta segunda-feira (23), no entanto, o Comitê de Arbitragem da UEFA “voltou atrás” da decisão e reconheceu o erro que ajudou a Espanha a conquistar o seu quarto título de Eurocopa.

Sempre foi pênalti, mas UEFA só confirmou agora

Dois meses e 18 dias se passaram entre o ocorrido e a “decisão” final da UEFA sobre o lance nada polêmico, mas que virou assunto pelo erro claro cometido e a má interpretação do procedimento pela equipe de arbitragem.

A distância do braço do lateral espanhol para o corpo no momento do choque com a bola foi oficialmente considerado ilegal, e o pênalti deveria ter sido marcado, segundo o relatório da UEFA.

— Seguindo as últimas diretrizes da UEFA, o contato com a mão na bola que impede um remate ao gol deve ser punido de forma mais rigorosa e, na maioria dos casos, deve ser concedido a penalidade máxima, a menos que o braço do defensor esteja muito próximo do corpo ou sobre ele. Neste caso, o zagueiro interrompe o chute a gol com o braço, que não está muito próximo do corpo e aumenta o seu espaço. Portanto, deveria ter sido marcado um pênalti — disse a UEFA.

Mas, se as próprias diretrizes da UEFA para lances como o citado confirmam que o pênalti deveria ter sido marcado, então por que o árbitro do jogo ignorou os protestos alemães?

Antes do início da Eurocopa, o diretor de arbitragem da UEFA, Roberto Rosetti, recomendou aos árbitros que nem todos os lances de mão dentro da área seriam passíveis de punição.

As recomendações, no entanto, não foram seguidas da forma que deveria, uma vez que o braço do jogador estava afastado do seu corpo.

Outro ponto que pode ter contribuído foi a posição do árbitro em campo no momento do lance. Anthony Taylor não tinha a visão completa do braço que tocou na bola. 

O que diz o Conselho de Associação Internacional de Futebol

A “nova” – já conhecida, na verdade – orientação da UEFA para casos com o envolvendo Musiala e Cucurella, segue os três pilares básicos do Conselho de Associação Internacional de Futebol (sigla em inglês IFAB).

Regra da IFBA para lances de toma de mão dentro da área

  • Tocar voluntariamente na bola com a mão ou braço, por exemplo, fazendo um movimento na direção da bola com essas partes do corpo;
  • Tocar a bola com a mão ou braço quando a mão ou braço está posicionado de forma não natural e faz com que o corpo ocupe mais espaço. Será considerado que um jogador fez com que o seu corpo ocupasse mais espaço de uma forma não natural quando a posição da sua mão ou braço não for consequência do movimento do seu corpo naquela ação específica, ou não puder ser justificada por esse movimento. Ao colocar a mão ou o braço nesta posição, o jogador arrisca atingir a bola naquela parte do seu corpo e isso constitui uma infração;
  • Marcar gol no gol adversário: diretamente com a mão ou braço – mesmo que a ação ocorra acidentalmente – inclusive do goleiro; imediatamente após a bola tocar sua mão ou braço, mesmo que acidentalmente.

 

Foto de Márcio Júnior

Márcio JúniorRedator de esportes

Baiano formado pela Faculdade Regional da Bahia. Cobriu de carnaval a Copa do Mundo na TVE Bahia, onde venceu o prêmio de reportagem do mês. Passou pela ALBA, Rádio Educadora, Superesportes e Quinto Quarto antes de se tornar repórter na Trivela.
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