Vingadores de Augusto Melo: Corinthians passa a ter ‘núcleo duro’ após Vai de Bet
Fred Luz, Vinicius Cascone e Pedro Silveira passaram a ter papel importante nas decisões do Timão, enquanto Marcelo Mariano é mais discreto
Muita coisa mudou na administração do Corinthians após o início das investigações sobre um possível esquema de corrupção no contrato do clube com a antiga patrocinadora, a empresa de apostas esportivas Vai de Bet.
Augusto Melo, que durante a sua campanha à presidência corintiana disse que se cercaria de pessoas técnicas, têm confiado na figura do consultor Fred Luz para isso.
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Contratado para atuar como CEO, Fred não se desvinculou da Alvarez & Marsal, empresa de consultoria na qual ele faz parte do quadro de sócios. Assim, a função dele no Timão foi adaptada, o que não mudou a importância da atuação nos bastidores da instituição.
Fred dá expediente constante no Corinthians. A presença dele é quase que cotidiana no clube alvinegro.
Mesmo sem ter sala ou espaço formal de trabalho, o consultor tem trabalhado diretamente com Pedro Silveira, diretor financeiro, e Vinicius Cascone, que até a última semana era secretário-geral corintiano, mas que assumiu a direção jurídica da equipe após a saída de Leonardo Pantaleão, na última segunda-feira (29).
A participação ativa do trio tem feito com que Augusto Melo atue cada vez menos no planejamento diário. A palavra do presidente segue respeitada, mas tem aparecido mais na parte final das execuções, para confirmar as assinaturas.
Diretor administrativo mais discreto no Corinthians
Quem perdeu um pouco de influência no dia a dia do Corinthians após a chegada de Fred Luz foi Marcelo Mariano.
Diretor administrativo do Timão, o nome dele está envolvido na apuração da Polícia Civil e do Gaeco sobre as possíveis irregularidades no contrato com a Vai de Bet.
Mesmo com a pressão de algumas pessoas para que Augusto Melo desligasse Mariano do cargo, o diretor foi bancado pelo presidente e continua exercendo a função.
A decisão do mandatário corintiano incomodou alguns antigos dirigentes, que deixaram as suas funções. Foram os casos de Rozallah Santoro e Yun Ki Lee, que comandavam os departamentos financeiro e jurídico, respectivamente.
Marcelo Mariano é quem teria autorizado dois pagamentos de R$ 700 mil para a empresa Rede Social Design Ltda, apontada como intermediária do acordo entre o clube alvinegro e a casa de apostas.
Poucos dias depois, a instituição classificada como responsável pela intermediação do negócio repassou R$ 1,08 milhão para uma empresa de fachada, cuja proprietária é uma mulher que vive em situação abaixo da linha da pobreza na cidade de Peruíbe, litoral sul de São Paulo.
O dono da Rede Social Media Design Ltda é Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé.
Próximo de Sérgio Moura, superintendente de marketing afastado do Corinthians, Cassundé prestou serviços de mídias sociais na campanha de Augusto Melo à presidência corintiana.
No depoimento que prestou à Polícia Civil e ao Gaeco, Alex negou que tenha sido o intermediário na negociação entre o Timão e a Vai de Bet. Segundo o empresário, em uma tentativa de se aproximar da diretoria corintiana, ele usou uma ferramenta de inteligência artificial para encontrar nomes de “bets” que pudessem patrocinar o Corinthians.
Ao chegar no nome da Vai de Bet, ele teria entregado o resultado da pesquisa a Sérgio Moura, que se afastou do cargo justamente por conta das investigações.
Na declaração, inclusive, Cassundé cita que teria sido agraciado com o valor referente à comissão pelo negócio.
Novo diretor jurídico tem influência nos bastidores
Com a ida de Vinicius Cascone para a diretoria jurídica do Corinthians, o cargo de secretário geral no qual ele ocupava ficará vago em um primeiro momento.
Homem de confiança do presidente Augusto Melo, Cascone seguirá com grande influência nos bastidores do Timão mesmo com a mudança de função.
Ele é um dos principais articuladores políticos da administração corintiana. Isso, inclusive, é fundamental para a moral que ele possui na gestão.
Cascone teve papel fundamental para a saída de Leonardo Pantaleão, que ocupava o cargo anteriormente.
O principal impasse foi sobre um caixa para o Corinthians assegurar o pagamento do atacante neerlandês Memphis Depay.
Conforme antecipado pela Trivela, existia internamente um projeto para isso, seja através da contratação de uma apólice ou parceria com outra empresa parceira que garantiria os valores em caso de prejuízo.
Cascone, no entanto, foi contrário a essa medida por confiar na lisura da Esportes da Sorte, atual patrocinadora máster do clube alvinegro e que assumiu em contrato o compromisso de arcar com R$ 57 milhões do contrato de Memphis Depay.
A casa de apostas, no entanto, é investigada por participação em crimes de lavagem de dinheiro e jogos ilegais.
A informação sobre o impasse na questão do seguro foi publicada inicialmente pelo jornalista Samir Carvalho e confirmada pela Trivela.