Brasil

Conquista da Supercopa trouxe paz e pavimentou bom 2023 do Palmeiras; quanto a derrota vai pesar em 2024?

Palmeiras pode fazer do resultado no Mineirão uma âncora ou uma alavanca. E aí, qual vai ser?

Houve até quem criticasse o salvo-conduto que a conquista da Supercopa de 2023 trouxe para o Palmeiras. Bater o Flamengo naquele memorável 4 a 3 de Brasília, para muitos, acabou mascarando problemas na formação do elenco, entre outras questões.

A atuação brilhante de Gabriel Menino, com dois gols naquele jogo, por exemplo foi o que fez com que o Palmeiras investisse menos esforço do que o necessário para substituir o negociado Danilo, acredita-se.

A percepção sobre a qualuidade do elenco do Palmeiras teria ficado distorcida diante de um resultado tão expressivo contra um rival que divide os troféus com o Verdão cabeça a cabeça desde 2018.

Exageros de análise à parte, é fato que ganhar um título sobre um adversário tão relevante quanto o Rubro-Negro, logo no começo da temporada, deu ao Verdão uma paz de espírito para tocar o seu ano com mais tranquilidade.

E fez com que o Palmeiras tivesse um approach mais leve em relação às suas obrigações para o ano. Ganhou o Paulista com tranquilidade. Foi só nas proximidades da semifinal da Libertadores, em setembro, que o clima pesou. E, mesmo assim, o time ganhou o Campeonato Brasileiro um mês e meio depois.

Mas e agora, que o Palmeiras foi derrotado e ficou sem o título da Supercopa? Perder para o São Paulo no Mineirão poderá ter um peso semelhante, porém inverso, no 2024 do Alviverde?

Alerta

Não existe dúvidas de que a derrota gera um sinal de alerta no clube. Uma análise rápida das substituições feitas na partida, por exemplo, mostra que o técnico tem pouco potencial humano para alterar substancialmente o rumo de sua equipe num jogo.

A questão emocional também á algo a ser avaliado. Perder uma ou outra disputa em pênaltis é perfeitamente compreensível. Perder sete de oito disputas é inaceitável. E como tudo no futebol, essa é uma dimensão que pode também ser trabalhada internamente.

A derrota também não é a única diferença em relação ao início de 2023. Ao contrário do ano passado, quando nem sequer contratou alguém para as vagas de Danilo e Scarpa, o Palmeiras começou este ano sabendo onde tinha de melhorar.

Já trouxe Aníbal Moreno, Caio Paulista e Bruno Rodrigues, que se lesionou e só volta em maio. Está perto de fechar com o atacante Lázaro, revelado no Flamengo, que estava no Almería. Além do meia Rômulo, do Novorizontino. Também já está no mercado em busca de um centroavante experiente, que conheça o futebol brasileiro, pois vai perder Endrick em quatro meses.

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Nem tanto ao mar

A julgar pelas reações de Abel Ferreira, jogadores e outros funcionários do clube em Belo Horizonte, não se viu um grande abatimento.

O Palmeiras sentiu a derrota como deveria mesmo ter sentido. Mas não existe uma sensação de terra arrasada, de que tudo está errado. De que Abel precisa sair ou de que o elenco não presta – por mais que a histeria das redes sociais aponte nessa direção.

Ao menos no Palmeiras, a impressão que fica é que a Supercopa só pesa para o bem. Basta lembrar que, em 2021, o Verdão perdeu a competição para o mesmo Flamengo que acabaria vencendo na final da Libertadores, nove meses e meio depois.

Quem sabe não será novamente esse, o efeito que perder a Supercopa terá no Palmeiras?

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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