Brasil

Seleção Brasileira: lesões ampliam carência na lateral esquerda e abrem espaço para Arana

De volta à Seleção Brasileira após lesão que o tirou da Copa, Arana deve ser o titular contra Venezuela e Uruguai

Na hora de escalar a Seleção, Fernando Diniz olha para as opções à disposição entre os convocados e tem quase todo o time pronto na ponta da língua. O “quase” fica por conta da lateral esquerda, única posição sem um titular para chamar de seu e que virou motivo ainda maior de preocupação para o treinador nesta Data Fifa com jogos contra a Venezuela e o Uruguai pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

Em um setor do campo carente de peças que são protagonistas a nível mundial, o treinador viu as opções ficarem ainda mais escassas. As lesões obrigaram o técnico a cortar quatro atletas da última convocação. Entre eles, os dois laterais-esquerdos convocados: o titular Renan Lodi e o reserva imediato Caio Henrique, ambos por problemas de joelho.

Para suprir as ausências, Diniz usou da criatividade. Nem tanto com Guilherme Arana, que só perdeu a última Copa do Mundo por conta de uma grave lesão de joelho, mas na escolha por Carlos Augusto. O lateral da Inter de Milão foi surpresa na convocação… Mas não para o treinador, claro.

– Infelizmente tivemos lesões. O Arana a gente tem acompanhado ele bem, vem em franca evolução. O Carlos Augusto também é um jogador monitorado, não tivemos surpresas. São jogadores que estavam na lista larga. A gente espera que eles cheguem bem aqui e consigam render aquilo que a gente viu nos clubes – disse Fernando Diniz na chegada a Cuiabá.

Lesões abrem espaço para Arana

Das muitas ironias escritas por linhas tortas no futebol, as lesões voltam ao caminho de Arana com um efeito colateral positivo. O lateral-esquerdo que ficou fora da Copa do Catar por uma ruptura de ligamento no joelho esquerdo volta à Seleção justamente porque dois companheiros se lesionaram no mesmo local – felizmente, com menor gravidade. A tendência é de que o jogador do Atlético-MG seja o titular da posição nos jogos contra Venezuela e Uruguai.

A convocação de Diniz foi a sexta de Arana para a Seleção. Mas o lateral a recebeu como se fosse a primeira. É, de fato, a sua primeira com o atual treinador. E ele quer usá-la como ponto de partida para estar presente também na última lista deste ciclo – muito provavelmente sob o comando de Carlo Ancelotti – para a Copa do Mundo de 2026.

– É como se fosse a primeira vez, uma estreia, uma oportunidade nova, um ciclo novo, uma comissão nova. Venho me preparando bastante, não faz nem três meses que estou jogando após minha lesão. Infelizmente estou aqui por causa da lesão do Caio Henrique, mas futebol a gente tem que estar preparado. Não sei se vou iniciar mas estou preparando mentalmente e espero aproveitar essa oportunidade.

Essa foi a sexta convocação de Guilherme Arana, que tem quatro jogos com a amarelinha principal. O lateral também foi campeão olímpico em 2021.

Arana voltou em alto nível após lesão

Guilherme Arana ficou nove meses longe dos gramados após passar por cirurgia para correção da lesão no joelho esquerdo que não apenas o tirou de uma Copa do Mundo. Ele próprio afirmou que teve até de aprender a andar de novo, por ter ficado muito tempo com a perna imobilizada. A caminhada nesse período foi complicada, sempre com o sonho de voltar à Seleção e enfim disputar uma Copa do Mundo como norte em cada passo até voltar aos gramados.

– Foi um período muito difícil que eu enfrentei. Eu sofri bastante, mas quem sofreu mais foi minha família, sem dúvidas. Então quando recebi a notícia da minha convocação, todos começaram a chorar. Mas eu acho que isso é uma página virada – disse o lateral.

Por coincidência, Arana voltou aos gramados justamente contra o time que foi seu último adversário antes da lesão. No dia 10 de junho de 2023, ele entrou em campo contra o Red Bull Bragantino sob uma ovação no Mineirão. No jogo seguinte, 11 dias depois, ele já foi titular do Atlético. Desde então, mostrou grande evolução, e tem teto para mais.

De imediato, o próprio Arana admitiu que tinha dificuldades para jogar. Ele chegou a revelar até um certo temor para executar alguns movimentos em campo. Mas o tempo foi passando, e o lateral cada vez mais foi confirmando a máxima de que nunca se “desaprende” a jogar futebol. Há margem para evolução, mas o jogador já se aproxima do nível que o havia credenciado para defender o Brasil em uma Copa do Mundo. O primeiro passo para isso deve ser já contra a Venezuela.

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Os convocados por Fernando Diniz:

  • Goleiros: Alisson (Liverpool), Ederson (Manchester City) e Lucas Perri (Botafogo);
  • Laterais: Danilo (Juventus), Yan Couto (Girona), Guilherme Arana (Atlético-MG) e Carlos Augusto (Inter de Milão);
  • Zagueiros: Bremer (Juventus), Marquinhos (PSG), Gabriel Magalhães (Arsenal) e Nino (Fluminense);
  • Meio-campistas: André (Fluminense), Casemiro (Manchester United), Bruno Guimarães (Newcastle), Gerson (Flamengo) e Raphael Veiga (Palmeiras);
  • Atacantes: Neymar (Al-Hilal), Rodrygo (Real Madrid), Vinicius Junior (Real Madrid), Gabriel Jesus (Arsenal), Richarlison (Tottenham), David Neres (Benfica) e Matheus Cunha (Wolverhampton).

Quando é o próximo jogo da Seleção Brasileira?

A Seleção enfrenta a Venezuela em 12 de outubro, às 21h30 (horário de Brasília), na Arena Pantanal, em Cuiabá, pela terceira rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Depois, no dia 17, o adversário será o Uruguai, no Estádio Centenário, em Montevidéu. O Brasil lidera as Eliminatórias com seis pontos e 100% de aproveitamento nos dois primeiros jogos.

Foto de Eduardo Deconto

Eduardo DecontoSetorista

Jornalista pela PUCRS, é setorista de Seleção e do São Paulo na Trivela desde 2023. Antes disso, trabalhou por uma década no Grupo RBS. Foi repórter do ge.globo por seis anos e do Esporte da RBS TV, por dois. Não acredite no hype.
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