Seleção abraça Richarlison após choro, e Diniz trabalha para transformar lágrimas em gols
Diniz e colegas de Seleção abraçam Richarlison, em má fase e que saiu chorando da estreia nas Eliminatórias

A Seleção viveu uma atuação de gala, aplicou sonoros 5 a 1 sobre a Bolívia e fez surgir 43 mil sorrisos nos rostos presentes nas arquibancadas do Mangueirão, na última sexta-feira (8), pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Em sua estreia como técnico do Brasil, Fernando Diniz cumpriu a promessa de devolver a alegria ao torcedor. Mas Richarlison não compartilhou exatamente deste sentimento durante a partida.
O camisa 9 deixou o campo abatido e chorou no banco de reservas após ser substituído por Matheus Cunha aos 24 do segundo tempo. Lágrimas que não tiveram a ver com a substituição, em si, mas com a bola que teima a quase nunca entrar há meses. É natural que um jogador que vive – ou deveria viver – de gols sofra diante da escassez deles.
Mas na Seleção, Richarlison segue com respaldo. Ele ganhou o abraço de todos após a partida e segue bancado por Fernando Diniz. Abraços, aliás, foram rotina para o camisa 9 nos dias que passou em Belém. O atacante, aliás, encontrou um ambiente propício para voltar a sorrir.
O Pombo, tão carismático, desembarcou na capital paraense sob a ovação de torcedores. Ele sabe o tamanho que tem para os garotos e garotas apaixonados por futebol. Prova disso é que ele ficou ao menos 20 minutos distribuindo autógrafos e tirando selfies ao chegar ao hotel da Seleção, na última segunda-feira (4). Os pedidos de fotos seguiram mesmo depois das lágrimas no Mangueirão.
O choro tem a ver com o enredo da partida. Richarlison teve duas grandes chances de dissipar a seca. No primeiro tempo, obrigou o goleiro Viscarra a fazer uma grande defesa em cabeçada. Depois, aos 5 do segundo tempo, ele recebeu de Raphinha dentro da área, limpou o marcador, e finalizou por cima.
Seleção e Diniz abraçam Richarlison
As lágrimas foram seguidas de uma onda de carinho e apoio para que um jogador tão conhecido por seu carisma voltasse a sorrir. Ainda no gramado, a torcida seguiu requisitando selfies e fotos ao atacante. Richarlison, uma vez mais, retribuiu o carinho.
Depois, foi a vez dos companheiros e do técnico Fernando Diniz o abraçarem na reclusão do vestiário. O treinador garante que todos o acolheram para iniciar a retomada ali mesmo no Mangueirão, minutos após o fim da partida.
— Todo mundo acolheu, a torcida também acolheu o Richarlison. Ele desperta isso no torcedor brasileiro, esse carinho. A gente vai fazer de tudo para que ele possa manter tranquilidade. Ele é um jogador vitorioso, e a bola vai entrar a qualquer momento – afirmou o técnico Fernando Diniz após a partida.
O treinador, aliás, costuma dizer que seu objetivo com os jogadores é deixá-los seguros e à vontade para se divertir em campo. Um técnico tão apegado ao lado humano mostrou na entrevista coletiva após a partida que isso não é apenas da boca para fora. Diniz saiu em defesa de Richarlison.
— A gente vai fazer sempre o melhor para a Seleção. Quanto ao Richarlison, eu acredito muito nele. É um grande jogador. A bola dele não entrou. Não é que ele jogou mal, pelo menos não na minha opinião. Uma hora a bola dele vai entrar. É um jogador que ajuda demais. Tanto na movimentação, nas paredes, nos retornos. Talvez vocês não tenham percebido. Eu gostei da participação dele – defendeu Diniz.
O treinador, aliás, começou a tentar recuperar Richarlison muito antes disso. O técnico bancou o atacante como titular, mesmo após a convocação de Gabriel Jesus. O centroavante do Arsenal deve ser o dono da posição.
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O momento de Richarlison
Muito questionado no Tottenham, Richarlison até marcou recentemente, Foi no empate em 1 a 1 com o Fulham, em 29 de agosto, pela Copa da Liga Inglesa. O problema é que este foi o único gol dele no intervalo de quatro meses, É verdade que tivemos neste meio tempo o período de férias e depois de pré-temporada.
Mas o último gol oficial dele havia sido marcado no longínquo 30 de abril deste ano. Na ocasião, ele marcou na derrota por 4 derrota por 4 a 3 do Tottenham para o Liverpool. Tanto Tottenham quanto a Seleção sentem falta de seu camisa 9.
Richarlison tem a chance de mudar este cenário no Estádio Nacional do Peru. É onde o Brasil volta a campo na próxima terça-feira (12), às 21h30 (horário de Brasília), quando enfrenta a seleção peruana em Lima, pela segunda rodada.