Brasil

Santos: Sem receber por João Basso, diretor geral do Arouca detona o clube

Portugueses veem Peixe tentando ganhar tempo contra transfer ban por meio do TAS

Condenado pela Fifa a pagar 2,5 milhões de euros (R$ 16 milhões na cotação do dia) à vista ao Arouca, de Portugal, pela contratação do zagueiro João Basso, o Santos recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS). Assim, o Peixe evitou o risco de receber um transfer ban da entidade que comanda o futebol mundial às vésperas da abertura da janela de transferências — entre 10 de julho e 2 de setembro.

A atitude alvinegra, obviamente, irritou os dirigentes do clube português. 

Diretor geral do Arouca, Joel Pinho, em entrevista à Trivela, revelou que o Santos tentou parcelar a pendência com pagamento em 12 vezes, mas a proposta do Peixe foi prontamente recusada. 

— O Santos tentou chegar a um acordo conosco, mas a proposta era horrível. Eles queriam pagar os 2,5 milhões de euros em um ano. A dívida já existe há quase dois anos. É inaceitável o que estão fazendo — disse o dirigente português, que participou da venda de João Basso ao Peixe, em 2023.

João Basso ainda como jogador do Arouca
No Arouca, João Basso era o capitão da equipe e um dos jogadores mais queridos pela torcida (Foto: Icon)

Para o Arouca, Santos quer ganhar tempo

Irredutível em relação ao recebimento à vista da dívida, Pinho vê o Santos usando de tal artifício apenas para ganhar tempo, pois, segundo ele, o Alvinegro não contesta, sequer, o valor cobrado. 

— A verdade é que o Santos foi ao TAS para ganhar tempo e não receber o transfer ban agora. Mas é verdade também que isso, lá na frente, vai sair ainda mais caro para eles. É inaceitável que um clube que tem o Neymar e, na última janela, contratou o Benjamín Rollheiser por 12 milhões de euros (cerca de R$ 66 milhões na cotação da época) não tenha 2,5 milhões de euros para pagar o que deve — comentou o diretor português.

— Usar o TAS para ganhar tempo é algo que não é de um clube sério. É inacreditável — acrescentou Pinho.

De acordo com a condenação da Fifa, anunciada em 9 de maio deste ano, o Santos precisava efetuar o pagamento ao clube português, no máximo, até a última segunda-feira (23). Com o recurso no TAS, o processo levará mais alguns meses para ser definido.

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Como Santos e Arouca negociaram as parcelas?

João Basso desembarcou na Vila Belmiro em agosto de 2023, quando o Santos, ainda administrado pelo ex-presidente Andres Rueda, decidiu investir os mesmos 2,5 milhões de euros (pouco mais de R$ 13 milhões na cotação da época) com pagamentos em quatro parcelas.

Conforme o apurado pela Trivela na oportunidade, o negócio foi sacramentado com o pagamento de 500 mil euros (cerca de R$ 2,6 milhões) à vista, na assinatura do contrato, e mais três parcelas nas seguintes condições: a segunda, também no valor de 500 mil euros, para ser quitada em novembro de 2023, e as duas restantes, no valor de 750 mil euros (R$ 4 milhões) cada, para serem pagas em março e julho de 2024.

Ocorre que só a primeira foi respeitada. Diante da situação, o clube português se viu sem outra alternativa e ingressou com uma ação na Fifa.

Foto de Bruno Lima

Bruno LimaSetorista

Jornalista pela UniSantos com passagem pelo Jornal A Tribuna de Santos. Já trabalhou na cobertura de jogos da Libertadores e das Eliminatórias Sul-Americanas no Brasil e no Exterior. Na Trivela, é setorista do Santos.
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