Como foi o 2023 do Santos? A Trivela te mostra e analisa em detalhes
No último ano de gestão do presidente Andres Rueda, o Santos seguiu cometendo erros e acabou rebaixado no Brasileiro

O Santos viveu em 2023 o pior ano da sua história de 111 anos. O rebaixamento na última rodada do Campeonato Brasileiro, em plena Vila Belmiro, ao perder para o Fortaleza, foi um duro golpe na alma do torcedor santista, que, por mais uma temporada, viu a equipe passar longe de boas campanhas nas outras competições do ano. A queda à Série B nada mais foi do que consequência dos três anos de total negligenciamento por parte do presidente Andres Rueda com o departamento de futebol, que, nesta temporada, ficou por oito meses sob responsabilidade de Paulo Roberto Falcão, um dos maiores jogadores do futebol nacional, mas que, como dirigente, se mostrou desconectado da realidade e alheio aos problemas do Santos.
Quando uma mudança de rota se fez obrigatoriamente necessária, em razão de um suposto caso de importunação sexual, não havia mais tempo para evitar o pior. Agora, a Trivela mostra e analisa como foi o 2023 do Santos.
Paulo Roberto Falcão será o novo coordenador esportivo do Santos FC. As conversas entre o presidente Andres Rueda e o ex-volante e técnico da Seleção Brasileira vinham sendo realizadas há cerca de um mês e os dois aguardaram o fim do Brasileirão para o anúncio. pic.twitter.com/CTOY2wNt8e
— Santos FC (@SantosFC) November 14, 2022
Como foi a defesa do Santos em 2023?
O Campeonato Brasileiro traduz bem a fragilidade defensiva do Santos no ano. O Peixe terminou a competição com 64 gols sofridos em 38 partidas. Isso representa uma média de 1,6 gols por jogo na competição.
Foi o pior desempenho defensivo do Santos na história dos pontos corridos com 20 equipes. Antes, a edição com esse formato e número de times em que o Alvinegro mais tinha sofrido gols havia sido a de 2009, com 58 bolas nas redes.
Considerando todas as competições disputadas na temporada – Campeonato Paulista, Copa do Brasil, Copa Sul-Americana e Campeonato Brasileiro -, o Santos perdeu 11 jogos levando três ou mais gols. A derrota mais vexatória foi a goleada por 7 a 1 para o Internacional, no Beira-Rio, pelo Brasileirão.
Como foi o meio-campo do Santos em 2023?
Um deserto de ideias. Foi assim que o meio-campo do Santos se viu na maior parte da temporada 2023. Ao ver que o setor tinha sérios problemas em termos de criação, a diretoria fechou a contratação de Lucas Lima. Mas foi justamente aí que cometeu um grave erro para o restante da temporada.
Sem intensidade, Lucas Lima até tentou. Terminou o ano com nove assistências distribuídas – maior parte delas por meio de bolas paradas – e dois gols marcados. Ocorre que o muito oferecido por Lucas Lima atualmente é pouco para um clube que disputa a Série A do Campeonato Brasileiro. Não à toa terminou o ano no banco de reservas.
Os problemas do setor, no entanto, não se resumiram a Lucas Lima. Muito pelo contrário. Eles foram diversos. A começar pelo primeiro ‘reforço' do Santos para 2023: Camacho, que teve o contrato renovado em 2022, porque o presidente Andres Rueda, apaixonado por uma economia pouco inteligente, decidiu prorrogar o vínculo do jogador, pois o considerava bom de elenco e tinha salários factíveis aos cofres do Santos.
Como foi o ataque do Santos em 2023?
O ataque do Santos em 2023 foi recheado de turbulências. E teve de tudo. Aposta em jogadores sem condições técnicas para vestir a camisa do Peixe, afastamento da sua referência técnica, além de insatisfação e indisciplina do seu principal artilheiro. Tudo isso fez com que o Alvinegro fechasse a temporada com 62 partidas disputadas e 64 gols feitos.
Só a título de comparação, o Palmeiras fez no Campeonato Brasileiro – competição em que terminou como campeão – a mesma quantidade de gols que o Santos fez na temporada. Ainda assim, Marcos Leonardo, com 13 gols marcados, terminou o Brasileirão como o quinto principal artilheiro.
Como foram os treinadores do Santos em 2023?
Uma das lições feitas com perfeição pelo Santos para terminar a temporada 2023 rebaixado à Série B foi aquela relacionada às constantes trocas de treinadores. Foram quatro ao longo do ano: Odair Hellmann, Paulo Turra, Diego Aguirre e Marcelo Fernandes. Todos com trabalhos ruins.
Diante de tantas trocas de treinadores, o Santos encerrou a temporada com 62 jogos, 19 vitórias, 19 empates e 24 derrotas. Isso representa um aproveitamento geral de 40%.
Como foi o Santos fora dos gramados em 2023?
Sem aprender com os erros dos seus dois primeiros anos de gestão, o presidente Andres Rueda, ao invés de fortalecer o elenco com contratações acertadas, seguiu insistindo na tradição e na história da camisa alvinegra à espera de resultados positivos. Isso, como todos viram ao término do Campeonato Brasileiro, não funcionou.
A falta de percepção se confirmou justamente quando o próprio mandatário, depois de dois anos tentando ajustar as finanças, afirmou que 2023 seria o ano em que o Peixe voltaria a fazer frente aos seus principais rivais no mercado. Mas isso não tinha como dar certo. Rueda iniciou o ano entregando o departamento de futebol nas mãos do ex-jogador Paulo Roberto Falcão. Seria a primeira experiência do mesmo na função.
Como o Santos utilizou as categorias de base em 2023?
Apesar de não ter trazido bons resultados dentro de campo, as categorias de base do Santos foram essenciais para manter o clube minimamente equilibrado financeiramente ao longo da temporada.
Foram promovidos ao elenco profissional em 2023 o zagueiro Jair, o lateral-esquerdo Kevyson e o atacante Deivid Washington. Eles se juntaram ao meio-campista Miguelito e ao atacante Weslley Patati, que já estavam no elenco principal desde o ano passado.