Brasil

Com escolhas equivocadas nos bastidores, Rueda empurrou o Santos ao momento mais crítico de sua história

Ao entregar o departamento de futebol nas mãos de Falcão, Rueda fez o Santos caminhar à Série B

O trágico ano do Santos dentro do campo é consequência do que foi o clube fora dele. Sem aprender com os erros dos seus dois primeiros anos de gestão, o presidente Andres Rueda, ao invés de fortalecer o elenco com contratações acertadas, seguiu insistindo na tradição e na história da camisa alvinegra à espera de resultados positivos. Isso, como todos viram ao término do Campeonato Brasileiro, não funcionou. A falta de percepção se confirmou justamente quando o próprio mandatário, depois de dois anos tentando ajustar as finanças, afirmou que 2023 seria o ano em que o Peixe voltaria a fazer frente aos seus principais rivais no mercado.

Essa promessa de Rueda esteve longe de ser cumprida. Sempre muito criticado pelas equivocadas tomadas de decisões em relação à atividade fim do clube, que é o futebol, Rueda iniciou o ano entregando o departamento nas mãos do ex-jogador Paulo Roberto Falcão. Seria a primeira experiência do mesmo na função.

O que deu errado fora de campo para o Santos em 2023

Por vezes desconectado da realidade do futebol e completamente distante daquilo que o Santos apresentava em campo, Falcão por oito meses e nada do que ele foi pode ser considerado bom. A sua passagem pela Vila Belmiro, aliás, como dirigente, contribuiu consideravelmente para o rebaixamento do Santos. Afinal, foi ele quem avalizou contratações de Mendoza, Gabriel Inocêncio, Luan Dias, Bruno Mezenga entre outros e do inexperiente técnico Paulo Turra.

Junto de Turra, Falcão entendeu que, já com o Santos flertando com a zona de rebaixamento, era correto afastar Soteldo, a referência técnica do time, por conta de um ato de indisciplina. O venezuelano desfalcou a equipe por seis compromissos e só foi reintegrado quando ambos deixaram o clube, sendo Falcão por conta de uma acusação de importunação sexual.

Vale salientar que a saída de Falcão ocorreu após o próprio pedir demissão. Se dependesse de Rueda, não se sabe se o mesmo teria dado continuidade ao péssimo trabalho que vinha sendo feito como se nada tivesse acontecido.

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O que deu certo fora de campo para o Santos em 2023

O trabalho de desenvolvido por Falcão à frente do futebol do Santos foi tão pífio que a chegada do Alexandre Gallo e os seus 117 dias no clube foi o ponto positivo do clube fora do campo. Já com o clube ameaçado de rebaixamento, o novo dirigente santista aproveitou o desespero do presidente Rueda e foi ao mercado.

Reforçou o elenco com jogadores de melhor nível técnico se comparados aos que já se encontravam no clube. Chegaram por meio de Alexandre Gallo atletas como João Basso, Tomás Rincón, além de Morelos, que, por opção do técnico Marcelo Fernandes, pouco atuou. Apesar do esforço, de diferentes maneiras para motivar o elenco, não pôde evitar a queda.

O que esperar do Santos fora de campo em 2024?

Com um novo presidente eleito, mas vivendo um péssimo momento financeiro, uma vez que as receitas do clube sofrerão absurda queda, a expectativa é que o Santos entenda bem a sua realidade, saiba se desfazer de jogadores com elevados salários para que assim monte uma equipe estruturada para voltar à Série A do Brasileirão já em 2025.

Foto de Bruno Lima

Bruno LimaSetorista

Jornalista pela UniSantos com passagem pelo Jornal A Tribuna de Santos. Já trabalhou na cobertura de jogos da Libertadores e das Eliminatórias Sul-Americanas no Brasil e no Exterior. Na Trivela, é setorista do Santos.

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