Brasil

Por que Fluminense pode esperar janela por venda de André

André ainda é a bola da vez para ser negociado, mas o Fluminense conseguir se dar ao luxo de manter o jogador em 2024

O Fluminense esperava perder ao menos dois titulares do time que conquistou a Libertadores em 2023: Nino e André. Havia um acordo com a dupla que acumula convocações para a Seleção Brasileira de que uma venda seria feita no fim da temporada, em contrapartida pela permanência durante o ano. Mas só um deles deixou o clube.

Antigo capitão, Nino agora é jogador do Zenit, da Rússia. E André, que recusou propostas da Premier League para ficar no Fluminense e ser campeão da América, não voltou a receber o mesmo assédio do mercado na janela de transferências.

 

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Internamente, o Flu acredita que o volante de 22 anos será mais valorizado na janela do meio do ano, no verão europeu, e que a venda mais alta compensará a espera. Geralmente este espaço do mercado da bola recebe mais investimentos dos clubes que estão na formação de seus elencos, já que o calendário é diferente do Brasil.

Fato é que, por ora, André fica no Fluminense. E o clube tem condições, neste momento, de segurar o valorizado jogador.

— O Fluminense tem que se orgulhar de Xerém. Se o Fluminense chegou vivo em 2019, é porque teve jogadores para vender. Somos um clube vendedor. Temos que continuar vendendo. Além das grandes vendas, vamos começar fazer vendas menores de jogadores que a gente sente que não vai absorver. Temos que criar uma linha de fazer vendas menores para jogadores que não vamos aproveitar no profissional — afirmou o presidente Mário Bittencourt.

André recusou proposta da Premier League também nesta janela

André teve forte procura dos ingleses em 2023. Fulham, West Ham e Liverpool fizeram propostas oficiais pelo jogador. A dos Reds foi a mais alta e a que mais mexeu com o volante: 30 milhões de euros. O negócio acabou não saindo com o acordo de que uma venda aconteceria no fim do ano.

Mas o assédio não foi o mesmo. Com menos dinheiro, o Fulham voltou a tentar André, mas por cerca de 25 milhões de euros, o que não agradou ao Fluminense. O clube londrino tampouco era o destino preferido do jogador e as conversas pouco evoluíram.

André não foi negociado na janela de transferências e segue no Fluminense - Foto: Icon Sport
André não foi negociado na janela de transferências e segue no Fluminense – Foto: Icon Sport

O estafe de André também tentou negócios na Espanha e até na Itália. Ninguém, entretanto, estava disposto a fazer a negociação nos moldes que jogador e clube desejavam: pelo menos 30 milhões de euros, mesmo que em um empréstimo com obrigação de compra. Ficou para depois.

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Fluminense se dá ‘ao luxo' de manter André em 2024

Nos últimos anos, o Flu sofreu muito com o assédio do mercado europeu aos seus jogadores. Foram muitas joias e jovens com pouca ou nenhuma contrapartida esportiva a deixar o clube sem experiência para a Europa. André é uma exceção.

Com André, Fluminense foi campeão da Libertadores em 2023 - Foto: Icon sport
Com André, Fluminense foi campeão da Libertadores em 2023 – Foto: Icon sport

Isso porque além das polpudas premiações que recebeu em 2023, o Tricolor também teve parcelas pela venda dos direitos da Liga Forte Futebol. Ainda há outros vencimentos deste investimento para serem recebidos pelos tricolores.

O clube também vive com alguma previsibilidade de fluxo de caixa após manter seu direito ao Regime Centralizado de Execução (RCE), antes restritos às SAFs, para evitar penhoras. Com boa arrecadação e depois de reduzir custos durante a pandemia, a situação financeira do Fluminense é um pouco melhor do que antes — mas ainda inspira cuidados.

Ainda assim, o suficiente para manter uma das maiores revelações de sua história, que terá a chance de conquistar ao menos mais duas competições pelo Fluminense: a inédita Recopa Sul-Americana, no fim do mês, e o Campeonato Carioca, onde o Tricolor não deve encontrar problemas para chegar às fases finais.

Foto de Caio Blois

Caio BloisSetorista

Jornalista pela UFRJ, pós-graduado em Comunicação pela Universidad de Navarra-ESP e mestre em Gestão do Desporto pela Universidade de Lisboa-POR. Antes da Trivela, passou por O Globo, UOL, O Estado de S. Paulo, GE, ESPN Brasil e TNT Sports.
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