Brasil

Reunião pode definir cronograma de obra no Allianz: Palmeiras não deve aceitar proposta de reforma parcial

Palmeiras entende que o gramado de seu campo tem de ser totalmente trocado

A saga pela troca do gramado sintético do Allianz Parque, um capítulo importante pode ser escrito nesta quinta-feira (1º). Está marcada para hoje uma reunião em que Palmeiras, WTorre e Soccer Grass podem definir um cronograma para realização da obra.

Mas, de antemão, já se pode afirmar que um dilema se interpõe, porque o Palmeiras não vai aceitar qualquer solução que não seja a troca completa do gramado.

Já a WTorre e a Soccer Grass virão com uma solução menos radical. A ideia das parceiras é apenas recolher o termoplástico derretido pelo calor – pequenos pedaços plásticos que formaram aquela massa que grudou nas chuteiras dos jogadores contra Inter de Limeira e Santos.

Na percepção da WTorre, retirar os itens derretidos e substituí-los bastaria para sanar a questão. No Palmeiras, o entendimento é que a grama propriamente também precisa ser trocada.

O técnico Fabio Carille, do Santos, por exemplo, saiu da derrota de seu time para o Alviverde com a impressão de que o gramado estava gasto – ou “ralo”, como disse.

Segundo pessoas do clube ouvidas pela Trivela, os tufos de grama perderam parte de sua capacidade de voltar à posição vertical ao sair debaixo dos tapumes usados nos shows e eventos – uma espécie de “efeito-memória”.

Até pode acontecer de o Palmeiras deixar a reunião convencido do contrário. Mas a posição inicial do clube é exigir a substituição completa do gramado.

Instalado há menos de quatro, o campo tem garantia de dez anos, de acordo com seu fabricante holandês. E é nisso que WTorre e Soccergrass pretendem se apegar.

Cronologia do caos

Abel Ferreira se queixa do gramado desde o fim de 2023. Após Palmeiras x Fluminense, último jogo do time no Allianz no Brasileiro do ano passado, o técnico já havia dito que o campo precisava ser trocado.

Após a vitória sobre o Santos, Abel foi novamente taxativo sobre o tema. Simultâneo ao fim da entrevista, veio a nota oficial do Palmeiras, dizendo que o time não jogaria mais no local até que a questão fosse resolvida.

Na mesma nota, o Verdão ameaçava pedir a interdição do estádio, o que inviabilizaria também a realização de shows e complicaria muito o fluxo de caixa da WTorre. Horas mais tarde da ameaça do clube, a WTorre informava que iria trocar o termoplástico.

Enquanto não puder ter o Allianz Parque, o Palmeiras vai jogar na Arena Barueri, que hoje é administrada pela Crefipar, empresa pertencente a Leila Pereira e seu marido. No dia 8, é na cidade da Grande São Paulo que o Alviverde vai receber o Ituano pelo Paulistão.

Por não saber quando poderá voltar para casa, o Palmeiras vai avaliar seu mando de campo jogo a jogo. Por enquanto, o único jogo que já se sabe onde será é o duelo com a equipe de Itu. O Dérbi com o Corinthians, no dia 15, ainda não tem local definido.

A tendência, o que quer que seja decidido na reunião, é que o Palmeiras não jogue mais no Allianz Parque até o fim do ano – o que implica em prejuízo esportivo e financeiro para o clube.

Além de a Arena Barueri comportar e atrair menos torcedores, a tendência é que os ingressos comercializados para partidas por lá sejam mais baratos.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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