Brasil

Em má fase, ataque do Internacional diminui produção e efetividade

Nos últimos três jogos, três empates, Internacional marcou apenas um gol

Dentre os dez reforços do Internacional para esta temporada, alguns dos principais foram para o ataque. Alario e Borré chegaram para se somar a um sistema ofensivo que já contava com Maurício, Wanderson, Alan Patrick e Enner Valencia. Mas, curiosamente, esse setor tem sido o principal problema colorado nos últimos três jogos, em que obteve três empates e só marcou um gol.

O Inter até criou algumas boas chances, mas as desperdiçou. No jogo de ida da semifinal do Campeonato Gaúcho, contra o Juventude, no Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, foram duas com Enner Valencia. Na partida de volta, no Beira-Rio, uma com Maurício. E na estreia na Copa Sul-Americana, contra o Belgrano, em Córdoba, na Argentina, três com Borré.

— Tentaremos ser mais efetivos. Mas temos grandes finalizadores, sempre falamos o mesmo. Nos últimos três jogos só fizemos um gol, e muitas situações. É um ponto a melhorar, mas eu tenho a tranquilidade de que temos grandes atacantes e grandes artilheiros. Vamos terminar fazendo gols — avaliou o técnico Eduardo Coudet após o empate pela competição continental.

Internacional diminuiu criação nos últimos jogos, e isso passa especialmente por três jogadores

Mas as “muitas situações” a que o treinador colorado se refere são menos do que sua equipe vinha produzindo anteriormente. Nos primeiros 14 jogos da temporada, o Internacional teve média de 15.4 finalizações por jogo. Nas últimas três partidas, a média caiu para 9.6 chutes: dez nos confrontos com o Juventude, e nove diante do Belgrano.

Essa queda passa principalmente pela piora no desempenho de Maurício, Alan Patrick e Wanderson. Os meias, responsáveis pela criação de jogadas entre as linhas do adversário, sucumbiram à marcação do Juventude e do Belgrano. Já o ponta, que dá amplitude pelo lado esquerdo e é a referência de drible e velocidade do time, raramente conseguiu vitória pessoal nos últimos três confrontos.

Enquanto Alan Patrick e Wanderson estiveram apagados, Maurício teve destaque, mas negativo, no jogo da volta contra o Juventude. Além de desperdiçar gol incrível, cara a cara, após o Inter empatar no início do segundo tempo, o jovem meia ainda foi expulso, diretamente, ao perder a cabeça e chutar Nenê no chão. A atitude intempestiva dificultou a vida colorada, que teve um jogador a menos nos últimos 15 minutos da partida, cujo empate levou a disputa para os pênaltis, nos quais o Alviverde foi mais competente.

Contra o Belgrano, à medida que o rendimento de Maurício e Wanderson mais uma vez estava abaixo do esperado, Coudet promoveu os ingressos de Gustavo Prado e Wesley em seus lugares no segundo tempo. E os dois entraram bem. O primeiro descolou belo passe em profundidade para Bustos, em lance no qual o Inter pediu pênalti. Já o segundo cruzou para Borré, que de cabeça desperdiçou sua terceira chance clara no jogo.

Se isso foi o suficiente para gerar mudanças no time titular do Inter, a resposta virá somente na quarta-feira (10), no jogo contra o Real Tomayapo, da Bolívia, no Beira-Rio, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana. Mas é fato que Maurício e Wanderson precisam abrir o olho e dar uma resposta dentro de campo, porque a competitividade do elenco é alta. Para o confronto com os bolivianos, também são esperados os retornos de Aránguiz e Valencia, que ficaram de fora da estreia na competição continental.

Foto de Nícolas Wagner

Nícolas WagnerSetorista

Gaúcho, formado em jornalismo pela PUC-RS e especializado em análise de desempenho e mercado pelo Futebol Interativo. Antes da Trivela, passou pela Rádio Grenal e pela RDC TV. Também é coordenador de conteúdo da Rádio Índio Capilé.
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