Brasil

‘Clubes usam jogadores para movimento político’, diz responsável por gramado sintético do Allianz Parque

Em entrevista exclusiva à Trivela, Alessandro Oliveira rebateu postagens feita por atletas como Neymar, Memphis e Gabigol

Responsável pelo gramado sintético do Allianz Parque, Alessandro Oliveira, dono da empresa Soccer Grass, classificou como “político” o movimento iniciado nesta terça-feira (18) por importantes jogadores do futebol brasileiro contra os campos de grama sintética no país. 

Em entrevista exclusiva à Trivela, o empresário afirmou que os atletas são usados por um grupo de clubes que se veem em desvantagem, o que, na visão dele, não é a realidade.

Alessandro evitou dizer quais são as equipes, mas destacou que são grandes — embora poucas. 

– Não é verdade (que os times cujo gramado são sintéticos possuem vantagem), o Palmeiras já perdeu em casa, o Athletico foi rebaixado. É uma campanha, algo 100% político, e acho que é aquela polêmica que mostra a eficiência através de fatos e números. São poucos os clubes que estão pleiteando, é uma questão mais política. Porque se for parar para ver a qualidade de jogo, parte de lesão, o gramado sintético, com essa qualidade, é muito superior ao que temos de grama natural no mercado – destacou o proprietário da Soccer Grass. 

Para Alessandro, os jogadores que “declararam guerra” contra os gramados artificiais não estão diretamente envolvidos no movimento político, mas são usados pelos clubes interessados. 

Não tenho dúvidas que é um movimento político, está partindo dos clubes usando os jogadores. Um jogador conhece o outro e pede para compartilhar a mensagem – destacou o empresário. 

Empresário vê desconhecimento de Neymar em posicionamento

Atletas importantes se posicionaram através das redes sociais contra os gramados artificiais, entre eles Neymar. 

Recém-chegado de volta ao Brasil para atuar no Santos, o atacante ainda não jogou em campos sintéticos. O que poderia ter acontecido no último fim de semana, no compromisso do Peixe contra o Água Santa, pelo Paulistão

O Alvinegro Praiano já tinha acertado a utilização do Allianz Parque para a partida, mas recuou sobre a decisão. 

Para Alessandro Oliveira, o posicionamento de Neymar tem a ver com o desconhecimento por parte do atleta sobre a qualidade dos gramados artificiais no Brasil e que a ideia tende a ser mudada quando o atacante atuar nesse tipo de piso. 

Além disso, o empresário revela que recentemente liderou a instalação de gramado sintético em um setor em que os jogadores do Santos realizam o aquecimento na Vila Belmiro

– Neymar está chegando no Brasil, ele comenta da grama sintética. Recentemente colocamos um campo de gramado sintético homologado pela Fifa onde o Santos faz aquecimento (na Vila Belmiro). Neymar ainda não jogou aqui no gramado sintético e tenho certeza que quando ele jogar vai entender a qualidade – comentou Alessandro. 

Além de Neymar, outros atletas relevantes que atuam no Brasil também se posicionaram contrariamente aos campos com grama artificial no país. 

Compõem a lista nomes como: Memphis Depay (Corinthians), Thiago Silva (Fluminense), Lucas Moura (São Paulo), Philippe Coutinho (Vasco), David Luiz (Fortaleza), Gabigol (Cruzeiro), entre outros. 

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Alessandro classifica Palmeiras como exemplo perfeito em defesa do sintético, mas propõe discussão sobre o tema

Mesmo entendendo que os posicionamentos dos atletas nesta terça-feira (18) tenham cunho político, o responsável pelo gramado do Allianz Parque defende que as equipes se juntem para discutir o tema.

Para o dono da Soccer Grass, desta forma será capaz de trazer comprovações técnicas sobre a qualidade dos gramados artificiais. 

– Meio termo seria criar, se for o caso, uma reunião por esses clubes. Trazer alguém do laboratório da Fifa para mostrar a segurança que é. São feitos vários testes de lesão para evitar lesões. A bola rola conforme a exigência da Fifa extraída dos melhores campos da Europa. Difícil achar um meio termo quando o problema é mais político do que dentro de campo – destacou o empresário. 

De acordo com Alessandro, a quantidade zero de lesões por decorrência do gramado do Allianz Parque após a instalação do campo sintético em comparação ao passado é o melhor exemplo possível para defender a presença deste tipo de piso nos estádios brasileiros. 

Alessandro Oliveira Soccer Grass
Responsável pelo gramado sintético do Allianz Parque, Soccer Grass é administrada pelo empresário Alessandro Oliveira há 30 anos (Foto: Divulgação/Palmeiras)

– De 2020 até agora foi zero lesão por conta do gramado no Allianz Parque. Se pegar cinco anos antes da instalação da grama sintética tinha uma quantidade muito maior. Não há case melhor. Muitas vezes comparam com a grama sintética do futebol americano, com quadra recreativa de society, que não tem nada a ver. É notório que não estão querendo ver a reticência do gramado sintético por conta da política – pontuou Alessandro Oliveira. 

Alessandro ainda afirma que o melhor dos mundos seria a redução da quantidade de jogos, pois favorece a presença de gramados artificiais com boa qualidade no futebol brasileiro. 

Porém, na visão dele, isso é algo impossível de acontecer, tornando os campos sintéticos alternativas mais viáveis para não comprometer as questões esportivas. 

Meio termo é reduzir a quantidade de jogos, mas diria que isso é impossível e sendo impossível o meio termo seria o dirigente dos clubes olhar a eficiência do gramado sintético e se permitir a ter um no estádio dele.

Além do Allianz Parque, a Soccer Grass atualmente trabalha na instalação do gramado sintético da Arena Condá, em Chapecó, e da Arena MRV, em Belo Horizonte.

Foto de Fábio Lázaro

Fábio LázaroSetorista

Nascido em Santos, criado em São Vicente e entregue a São Paulo. Na Trivela desde junho de 2024, como setorista do Corinthians. Passagem pelo Lance! entre fevereiro de 2020 e maio de 2024, onde cobriu Santos e Corinthians. Por lá, também coordenou pautas e estratégias digitais. Atualmente, também é comentarista no programa Esporte por Esporte, da TV Santa Cecília.
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