Derrota no clássico reacende preocupação por desempenho do Fluminense com novo sistema
Sistema com quatro atacantes é questionado após derrota, e Fluminense vê preocupação para a Libertadores por desempenho
Crítico contumaz do “resultadismo” no futebol, Fernando Diniz não ficou nada satisfeito com o desempenho do Fluminense nos últimos jogos. Na final da Libertadores e com foco total na competição que é obsessão para o clube, o Tricolor saiu do G6 do Brasileirão, mas mais do que isso, vê preocupação com novo sistema reacender e alguns jogadores caírem de rendimento.
A derrota por 2 a 0 para o líder Botafogo não foi vista internamente ou pela torcida como um problema pelo resultado. O desempenho, entretanto, esteve longe do esperado, como o próprio Diniz admitiu em sua entrevista coletiva.
— Nossa ideia é sempre fazer o melhor possível no Brasileiro e hoje não conseguimos. Ideia para tirar o Marlon e botar o André era empurrar o time. Na parada técnica dava para dar mais instrução. Na medida do possível o time melhorou, mas não fez partida brilhante — afirmou o treinador.
Nas redes sociais, alguns torcedores questionaram o sistema de jogo com quatro atacantes. Se tem sido salvador na Libertadores em termos de resultado, a escalação com Keno, Arias, Cano e John Kennedy não funcionou bem em desempenho quando Paulo Henrique Ganso e Marcelo estiveram em campo.
Essa derrota serve pra uma lição: Diniz tem q desistir desse 4-2-4 com só André na marcação. Só deu certo contra Olimpia. FLU fica muito exposto. Fica difícil buscar o resultado depois do estrago.
— Igor Valois (@igorvalois) October 8, 2023
Algumas considerações sobre o Fluminense:
– A única vez que o 4-2-4 realmente “funcionou” foi contra um time muito fraco tecnicamente e com Diogo Barbosa na lateral esquerda.
– Ganso convive com uma fascite plantar. Trata-se de uma inflamação da fáscia, um tecido que começa no… pic.twitter.com/AN5Hnxn7aW
— Jantadas Flu ✝️ (@jantadasflutt) October 9, 2023
Quanto mais TACA o Fluminense tomar nesse 4-2-4 com o Ganso antes da final, mais esperançoso eu ficarei.
Não é possível que o Diniz vai BRINCAR de Winning Eleven 2000 todo jogo.
— Magno Navarro (@onavarromagno) October 8, 2023
Os próximos 27 dias para o Fluminense
Bem… daqui a menos de 1 mês o tricolor entra em campo para decidir o seu 2023. Como deve ser a postura até lá? Qual a importância dos 5 jogos até a decisão contra o Boca?
– Estabelecer um esquema de jogo
Para mim está claro que o 4-2-4,… pic.twitter.com/K1BuUrPMcm
— Felipe Barros (@FelipeBMSa) October 9, 2023
Foi assim no primeiro tempo do jogo de ida contra o Internacional, pela semifinal da Libertadores e na tarde de domingo no Clássico Vovô. Quando funcionou melhor, contra Olímpia e Fortaleza e América-MG — vitórias em que o esquema foi preponderante —, Marcelo não esteve em campo, exceto por 12 minutos contra o time mineiro, em que saiu com dores logo no início do jogo.
Ganso e Arias sofrem com lesões, e Fluminense vai mal na criação
Principais peças de criação do Flu, Paulo Henrique Ganso e Jhon Arias sofreram com lesões recentes. O calendário de decisões permitiu pouco tempo de recuperação, e ainda longe da forma ideal, a dupla tem tido atuações abaixo do esperado.
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Ganso, inclusive, foi alvo de vaias no Maracanã na derrota para o Alvinegro. O jogador ficou mais tempo fora de combate e busca readquirir ritmo de jogo — escalado em função e posição um pouco diferentes do comum. Fernando Diniz minimizou o episódio.
— Ele está buscando o melhor momento. É um jogador que sempre falo que tem genialidade e é extremamente técnico e decidiu muito desde que cheguei. Temos total confiança e sei que não é fácil voltar ao melhor ritmo. Sabemos que é aos poucos que ele vai retomar. A torcida gosta muito dele e vai ser questão de tempo para voltar ao ritmo do Ganso.
Diniz tem alternativas para testar no Fluminense até final da Libertadores
No Beira-Rio, Fernando Diniz escalou o time que era mais popular para a torcida. Alexsander voltou a começar o jogo e John Kennedy foi para o banco de reservas. No intervalo, entretanto, o camisa 5 deixou o time para a entrada do atacante que mudou o jogo. Ponto para a coragem do treinador.
Daqui até 4 de novembro, quando o Fluminense disputa a final da Libertadores contra o Boca Juniors, às 17h (de Brasília) no Maracanã, o técnico poderá testar alternativas.
A utilização de Marcelo como armador é uma delas. Seu posicionamento muda um pouco, mas a leitura de jogo e capacidade de criação são intrínsecas ao camisa 12, que virou alternativa até pela fase de Ganso.
— O Marcelo é um cara extremamente lúcido e jogou de frente pro jogo a vida inteira. Assim, muito provavelmente ele vai jogar de frente pro jogo, a posição a gente vai definir com o tempo e com a participação dele também — avisou Diniz, na primeira coletiva após a contratação do jogador.
Com John Kennedy pedindo passagem, outro que pode acabar saindo do time é Keno, ainda que não viva má fase. A equipe teria três atacantes e liberdade para Marcelo e Ganso, idealmente, se associarem, além de Arias. Uma possibilidade de estrutura onde Alexsander ou até Diogo Barbosa poderiam cobrir a lateral-esquerda. O time perde em velocidade, mas ganha em associação.