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Derrota no clássico reacende preocupação por desempenho do Fluminense com novo sistema

Sistema com quatro atacantes é questionado após derrota, e Fluminense vê preocupação para a Libertadores por desempenho

Crítico contumaz do “resultadismo” no futebol, Fernando Diniz não ficou nada satisfeito com o desempenho do Fluminense nos últimos jogos. Na final da Libertadores e com foco total na competição que é obsessão para o clube, o Tricolor saiu do G6 do Brasileirão, mas mais do que isso, vê preocupação com novo sistema reacender e alguns jogadores caírem de rendimento.

A derrota por 2 a 0 para o líder Botafogo não foi vista internamente ou pela torcida como um problema pelo resultado. O desempenho, entretanto, esteve longe do esperado, como o próprio Diniz admitiu em sua entrevista coletiva.

— Nossa ideia é sempre fazer o melhor possível no Brasileiro e hoje não conseguimos. Ideia para tirar o Marlon e botar o André era empurrar o time. Na parada técnica dava para dar mais instrução. Na medida do possível o time melhorou, mas não fez partida brilhante — afirmou o treinador.

Nas redes sociais, alguns torcedores questionaram o sistema de jogo com quatro atacantes. Se tem sido salvador na Libertadores em termos de resultado, a escalação com Keno, Arias, Cano e John Kennedy não funcionou bem em desempenho quando Paulo Henrique Ganso e Marcelo estiveram em campo.

Foi assim no primeiro tempo do jogo de ida contra o Internacional, pela semifinal da Libertadores e na tarde de domingo no Clássico Vovô. Quando funcionou melhor, contra Olímpia e Fortaleza e América-MG — vitórias em que o esquema foi preponderante —, Marcelo não esteve em campo, exceto por 12 minutos contra o time mineiro, em que saiu com dores logo no início do jogo.

Ganso e Arias sofrem com lesões, e Fluminense vai mal na criação

Principais peças de criação do Flu, Paulo Henrique Ganso e Jhon Arias sofreram com lesões recentes. O calendário de decisões permitiu pouco tempo de recuperação, e ainda longe da forma ideal, a dupla tem tido atuações abaixo do esperado.

 

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Ganso, inclusive, foi alvo de vaias no Maracanã na derrota para o Alvinegro. O jogador ficou mais tempo fora de combate e busca readquirir ritmo de jogo — escalado em função e posição um pouco diferentes do comum. Fernando Diniz minimizou o episódio.

— Ele está buscando o melhor momento. É um jogador que sempre falo que tem genialidade e é extremamente técnico e decidiu muito desde que cheguei. Temos total confiança e sei que não é fácil voltar ao melhor ritmo. Sabemos que é aos poucos que ele vai retomar. A torcida gosta muito dele e vai ser questão de tempo para voltar ao ritmo do Ganso.

Diniz tem alternativas para testar no Fluminense até final da Libertadores

No Beira-Rio, Fernando Diniz escalou o time que era mais popular para a torcida. Alexsander voltou a começar o jogo e John Kennedy foi para o banco de reservas. No intervalo, entretanto, o camisa 5 deixou o time para a entrada do atacante que mudou o jogo. Ponto para a coragem do treinador.

Daqui até 4 de novembro, quando o Fluminense disputa a final da Libertadores contra o Boca Juniors, às 17h (de Brasília) no Maracanã, o técnico poderá testar alternativas.

Como meia, Marcelo virou alternativa no Fluminense para a Libertadores - (Foto: Icon sport)
Como meia, Marcelo virou alternativa no Fluminense para a Libertadores – (Foto: Icon sport)

A utilização de Marcelo como armador é uma delas. Seu posicionamento muda um pouco, mas a leitura de jogo e capacidade de criação são intrínsecas ao camisa 12, que virou alternativa até pela fase de Ganso.

— O Marcelo é um cara extremamente lúcido e jogou de frente pro jogo a vida inteira. Assim, muito provavelmente ele vai jogar de frente pro jogo, a posição a gente vai definir com o tempo e com a participação dele também — avisou Diniz, na primeira coletiva após a contratação do jogador.

Com John Kennedy pedindo passagem, outro que pode acabar saindo do time é Keno, ainda que não viva má fase. A equipe teria três atacantes e liberdade para Marcelo e Ganso, idealmente, se associarem, além de Arias. Uma possibilidade de estrutura onde Alexsander ou até Diogo Barbosa poderiam cobrir a lateral-esquerda. O time perde em velocidade, mas ganha em associação.

Foto de Caio Blois

Caio Blois

Caio Blois nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e se formou em Jornalismo na UFRJ em 2017. É pós-graduado em Comunicação e cursa mestrado em Gestão do Desporto na Universidade de Lisboa. Antes de escrever para Trivela, passou por O Globo, UOL, O Estado de S. Paulo, GE, ESPN Brasil e TNT Sports.
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