Brasil

Planejamento ao redor de Neymar é indício de que Dorival não sabe o que fazer para salvar Seleção

Técnico afirma que pensou na Seleção para esta Data Fifa em cima do retorno do atacante, cortado por um problema muscular

Neymar Júnior ficou um longo ano afastado dos gramados em recuperação de uma grave lesão no joelho esquerdo. Ele voltou a atuar em outubro passado e fez apenas nove jogos nos cinco meses desde então.

A amostragem é irrisória para sabermos se o camisa 10 voltará a ser o “velho Neymar” — ou ao menos, perto disso. E mesmo assim, Dorival Júnior não só o convocou para a seleção brasileira nesta Data Fifa, como revelou que montou todo o seu trabalho em torno do retorno do atacante, cortado por uma lesão.

— É natural que tenhamos montado todo o trabalho em cima do possível retorno desse jogador. Não aconteceu por um problema. São opções que nós temos de uma mudança ou outra, buscando a melhor condição possível — afirmou Dorival, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (19).

Neymar viu a derrota do Santos para o Corinthians no banco de reservas
Neymar foi cortado da Seleção (Foto: IconSport)

Dorival dá amostra de que ainda busca convicção

A fala até faz — ou poderia fazer — sentido. Basta olharmos o exemplo logo ao lado. A seleção argentina conquistou o tricampeonato mundial em 2022 com uma equipe montada em torno de Lionel Messi.

Inclusive, este pode até ser o caminho para a seleção brasileira ter sucesso em 2026. Mas não agora.

A Seleção tem pela frente a Data Fifa mais difícil sob o comando de Dorival Júnior: duelos em sequência com Colômbia e Argentina. E Dorival opta por montar “todo o trabalho” em cima do retorno de um jogador que jogou nove vezes nos últimos 15 meses.

Sete destas partidas foram no intervalo de um mês, em sua volta ao Santos. E logo veio o edema muscular que o tirou da semifinal do Campeonato Paulista e também da convocação da seleção brasileira para esta Data Fifa.

O problema físico não chega a ser uma surpresa. Este tipo de lesão é até recorrente para atletas que ficam tanto tempo parado.

O que surpreende (e assusta) é que a solução encontrada por Dorival Júnior para fazer a Seleção jogar seja montar a equipe em torno de Neymar.

Neymar nos últimos 15 meses

  • 9 jogos
  • 3 gols
  • 3 assistências
  • 550 minutos em campo

- - Continua após o recado - -

Assine a newsletter da Trivela e junte-se à nossa comunidade. Receba conteúdo exclusivo toda semana e concorra a prêmios incríveis!

Já somos mais de 3.200 apaixonados por futebol!

Ao se inscrever, você concorda com a nossa Termos de Uso.

O substituto de Neymar

Sem Neymar, Dorival Júnior deve armar a seleção brasileira com João Pedro na referência do ataque. A ideia do treinador é ter um atacante mais móvel e que saia da área para participar da construção de jogadas, para manter uma característica próxima à que teria com Neymar.

— O João ele flutua muito, mas é um homem que tem chegado muito dentro da área. Jogando assim na sua equipe, ora como homem mais de referência. Ora como um segundo homem. Ele tem que coordenar essa característica que possui. Precisarmos tirar o melhor de cada um — disse Dorival.

Escalação provável da Seleção contra a Colômbia: Alisson; Vanderson, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Guilherme Arana; Bruno Guimarães, Gerson, Raphinha e Rodrygo; Vini Jr e João Pedro.

A situação da Seleção nas Eliminatórias

O Brasil é o atual quinto colocado na tabela das Eliminatórias, com 18 pontos — um a mais que o Paraguai, atual sexto. Nesta Data Fifa, a Seleção pode tanto subir à vice-liderança, quanto acabar na oitava colocação, fora até da repescagem, a depender da combinação de resultados.

Quando joga a Seleção?

  • Brasil x Colômbia — Mané Garrincha — quinta-feira, 20 de março, às 21h45 (horário de Brasília)
  • Argentina x Brasil — Monumental de Núñez — terça-feira, 25 de março, às 21h (horário de Brasília)
Foto de Eduardo Deconto

Eduardo DecontoSetorista

Jornalista pela PUCRS, é setorista de Seleção e do São Paulo na Trivela desde 2023. Antes disso, trabalhou por uma década no Grupo RBS. Foi repórter do ge.globo por seis anos e do Esporte da RBS TV, por dois. Não acredite no hype.
Botão Voltar ao topo