Conselho do Corinthians define data de reunião que pode levar a afastamento de Augusto Melo
Órgão votará pedido de impeachment contra presidente corintiano e tendência é de aprovação
O Conselho Deliberativo do Corinthians marcou para o dia 28 de novembro, próxima quinta-feira, a votação do pedido de impeachment do presidente Augusto Melo. A reunião não será definitiva para a destituição do mandatário corintiano, mas pode definir o afastamento dele.
O encontro será no Parque São Jorge, sede social do Timão, e tem início previsto às 19h (horário de Brasília), após a segunda chamada de convocação. A primeira ocorrerá uma hora antes, às 18h.
Atualmente, o Conselho Deliberativo do Corinthians conta com 302 membros, entre eleitos, efetivos e vitalícios. Os votos têm o mesmo peso e a decisão sobre a continuidade ou não do processo ficará a cargo da maioria simples, desconsiderando abstenções e ausências.
A possível decisão pela continuidade do processo de impeachment culminará no afastamento sumário de Augusto Melo da presidência corintiana.
A volta do dirigente à função só seria possível se ele fosse salvo na última instância de votação, que é a assembleia de sócios.
O afastamento de Augusto Melo da presidência do Corinthians pode durar quanto tempo?
Não há precisão de quanto tempo o afastamento de Augusto Melo pode durar, ainda que os associados decidam ser contra o pedido de impeachment contra o presidente.
Se o Conselho Deliberativo definir pela continuidade do processo, o vice-presidente Osmar Stábile assume temporariamente com a missão de convocar a assembleia de sócios.
De acordo com o Estatuto Social do Corinthians, Stábile tem cinco dias para agendar uma data para a votação, mas sem intervalo previsto para que ela aconteça. A tendência é que ocorra somente em 2025.
Previsão do Conselho acena para afastamento de Augusto Melo da presidência do Corinthians
De acordo com apuração da Trivela, as prévias feitas nos bastidores por membros do Conselho Deliberativo do Corinthians indicam que o impeachment de Augusto Melo deve ser aprovado.
A estimativa é que em torno de 200 conselheiros sejam favoráveis à continuidade do processo de destituição do dirigente.
Nas últimas semanas, Augusto Melo fez alguns movimentos para se aproximar do Conselho Deliberativo, mas em vão. O presidente corintiano chegou até mesmo a agendar um encontro com lideranças, mas não foi atendido.
Augusto terá direito de defesa antes de votação do impeachment
Na reunião da próxima quinta-feira (28), Augusto Melo terá o direito de apresentar novamente a sua defesa.
Ele já havia feito isso através de um documento enviado à Comissão de Ética e Disciplina, que recomendou que o Conselho aguardasse o encerramento das investigações do “caso Vai de Bet” antes de dar continuidade à votação do impeachment.
Agora, o mandatário corintiano terá a possibilidade de apresentar os seus argumentos de forma oral após a deliberação da votação.
Roberson de Medeiros, presidente da Comissão de Ética, também terá espaço para dar sustentação ao parecer do órgão, que depõe a favor de Augusto Melo.
Conselho esperou melhora no futebol para avançar na votação do impeachment
Assim como antecipado pela Trivela, o Conselho Deliberativo já havia reunido elementos suficientes para votar o pedido de destituição do presidente Augusto Melo há algum tempo, mas segurou.
Isso foi confirmado pelo próprio presidente do órgão, Romeu Tuma Junior, em nota enviada à imprensa nesta quinta-feira (21).
Confira abaixo a nota completa:
“Em conformidade com o Estatuto do Sport Club Corinthians Paulista, compete a mim como Presidente do Conselho Deliberativo, sem qualquer outra alternativa cabível, a convocação de Reunião Extraordinária do Conselho Deliberativo, a fim de que seja votado o pedido de destituição do Presidente da Diretoria Executiva encaminhado por mais de 80 Conselheiros e acolhido e processado pela Comissão de Ética e Disciplina do colegiado, tudo como mandam as leis em vigor.
Ainda nesse período em que se buscou o entendimento destes temas, listaram-se diligências policiais estaduais e federais de teor gravíssimo, que ganharam notoriedade em diversos veículos da imprensa e demandaram maior grau de preocupação de nossa parte, não sendo possível ignorar a urgência dos fatos, conforme precedente observado em situações anteriores.
Os fatos nos demandam, como poder de fiscalização do Clube, que atuemos com ciência das consequências previstas no artigo 24 da Lei do Profut, em seus três primeiros parágrafos, além do nosso Estatuto e da LGE, as quais não nos permitem não encaminhar o pedido às considerações dos órgãos competentes do Clube, sob o risco de sermos implicados por negligência ou conivência.
Lembro que tão logo recebi o parecer da Comissão de Ética para julgamento do processo, manifestei-me publicamente que não tocaríamos nesse assunto, até que o time pudesse se livrar do rebaixamento no Campeonato Brasileiro, o que de fato ocorreu. Da mesma maneira foi feito em relação a diversos procedimentos investigatórios que o Conselho tem conduzido sempre em sigilo, preservando a instituição.
Por isso, pela tranquilidade da gestão e por obrigação estatuária e legal, é nosso dever decidir de uma vez por todas essa questão posta de forma regular e regimental”.
