Copa do Brasil

Flamengo: título da Copa do Brasil não salva ano, mas pode melhorar clima para 2024

Rubro-Negro acumulou fracassos, brigas e intrigas em 2023, mas pode terminar temporada com "dignidade" e vendo luz no fim do túnel

Apenas um jogo separa o Flamengo da final da Copa do Brasil, ou seja, todo cuidado é pouco nesta reta final de preparação para Sampaoli e elenco. O clube teve um 2023 repleto de decepções e, no momento, a decisão parece ser a única maneira de sair dele com um ponto positivo. Ainda que não vá salvar uma temporada com fracassos retumbantes, o título pode apaziguar os ânimos para o ano que vem.

Ao longo das últimas semanas, a Trivela vem analisando as situações do Flamengo e chegou à conclusão de que, internamente, a Copa do Brasil é vista como uma das últimas esperanças para manter a dignidade em um 2023 turbulento. O título, além de colocar o Rubro-Negro entre os maiores campeões do torneio, ainda renderia mais de R$ 100 milhões aos cofres do clube.

Fracassos acumulados do Flamengo

O Flamengo não vai terminar o ano realizando todas as partidas possíveis, já que foi eliminado de maneira precoce da Libertadores, mas ainda deve ter o calendário mais cheio do futebol brasileiro. Esse elenco disputou a Supercopa do Brasil, a Recopa Sul-Americana, o Mundial de Clubes, o Campeonato Carioca e a Copa do Brasil na íntegra. O ponto em comum? Fracassou em todos eles.

A derrota para o Palmeiras, na Supercopa do Brasil, embora tenha machucado o torcedor, não foi considerada um ponto forte da curva, estamos falando dos dois principais times do país nas últimas temporadas. O que fez com que o início de ano do Flamengo fosse caótico foram os vices da Recopa e do Carioca — para Independiente Del Valle e Fluminense, respectivamente —, além da eliminação precoce no Mundial.

Os fracassos do primeiro semestre tiveram o dedo de Vítor Pereira, demitido pelo Flamengo (Foto: Icon Sport)

Passado o primeiro estresse, Vítor Pereira acabou demitido, e a diretoria do Flamengo confiou no trabalho de Jorge Sampaoli que, até o momento, é inconsistente. Claro que o ambiente do clube já não é mais o mesmo desde o episódio de agressão do ex-preparador físico, Pablo Fernandez, a Pedro, artilheiro do time, mas o argentino tem dificuldade para fazer o time jogar bem. O preço já foi cobrado na Libertadores.

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Pressão pelo título da Copa do Brasil

Os fracassos acumulado, claro, trazem uma pressão gigante para o Flamengo na Copa do Brasil. Distante do título do Campeonato Brasileiro — a distância para o líder Botafogo é de 12 pontos —, o Rubro-Negro depende do caneco no mata-mata nacional para que as mais diferentes estruturas do clube não se desfaçam. O departamento de futebol, por exemplo, está sob enorme pressão.

O elenco também sofre com muitas críticas, especialmente alguns atletas específicos. Gabigol esteve nos holofotes ao longo da semana, muito por conta de uma festa de aniversário que, na opinião da torcida, não teve o timing correto. David Luiz e Everton Cebolinha são outros que vem sofrendo com ataques nas redes sociais e nos estádios.

Apesar das críticas, o maior peso, sem dúvida, está nas costas de Jorge Sampaoli. Depois de um período bastante turbulento, em que ele chegou a balançar no cargo, o argentino ganhou estabilidade com respaldo de Landim e a vitória sobre o Botafogo, no fim de semana. O comandante sabe que estará no cargo até a decisão e, em caso de derrota, corre o risco de nem terminar o ano no Ninho do Urubu.

Veja números de Sampaoli pelo Flamengo

  • 35 jogos
  • 65% de aproveitamento (20 vitórias, 9 empates e 6 derrotas)
  • 62 gols marcados e 36 gols sofridos
  • Na final da Copa do Brasil, em terceiro no Brasileirão e eliminado da Libertadores
Sampaoli está ciente da pressão por resultados que vive diariamente no Rubro-Negro (Foto: Marcelo Cortes/Flamengo)

Ânimos mais tranquilos?

Se uma derrota na decisão promoverá mexidas profundas no Flamengo, o título dará o tom para um fim de ano mais tranquilo no clube. Sampaoli sabe que não ficará no Rubro-Negro para 2024, mas poderia, pelo menos, finalizar a temporada com dignidade e seu primeiro título de expressão no futebol brasileiro. O elenco também ganharia um respiro da torcida.

O título é fundamental para que a gestão Rodolfo Landim não entre no último ano de mandato com muita pressão nas costas. Manter o Flamengo em evidência e conquistando títulos é uma prioridade para o atual presidente, que planeja apoiar um sucessor no próximo pleito, a ser realizado no fim do ano que vem. A eleição também deve ser a primeira com o novo tempo estendido de mandato, de 4 anos, sem direito a reeleição.

Falando no aspecto esportivo, é difícil afirmar que o título da Copa do Brasil salvará a temporada. O Flamengo acumulou duros choques de realidade no primeiro semestre e foi, literalmente, um circo no segundo, com agressões, desentendimentos e intrigas nos bastidores. Antes de pensar em como o caneco pode apaziguar os ânimos, os envolvidos no dia a dia do clube precisam pensar em soluções para diminuir os erros.

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
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