Landim banca Braz no Flamengo, mas ‘fantasma’ segue no departamento de futebol
Com exceção de Spindel, alguns nomes do futebol do Flamengo ficam ameaçados com fracassos de 2023, incluindo Braz
Rodolfo Landim e Marcos Braz, sem dúvida alguma, são os dois nomes mais criticados da diretoria em meio ao momento turbulento do Flamengo nos bastidores. Seja em aeroportos, no Maracanã ou até mesmo em festas de aniversário de atletas, presidente e vice-presidente de futebol recebem xingamentos da torcida. E, nesta quinta-feira (31), um bancou a permanência do outro.
Em entrevista ao jornalista Mauro Cezar Pereira, o presidente do Flamengo confirmou que a saída de Braz sequer foi pensada pela diretoria do Flamengo. Landim já havia falado, em entrevistas anteriores, que o vice-presidente de futebol só sairia do clube “se quisesse”. Mesmo assim, a Trivela apurou que isso não significa que mudanças no departamento de futebol estejam totalmente descartadas.
— Não. Nada disto (saída de Braz) foi discutido ou ao menos pensado — disse Landim.
Outros nomes do futebol do Flamengo já ficaram na corda bamba
O ano de 2023 reservou diversos problemas ao Flamengo, entre fracassos esportivos, briga entre atletas e comissão técnica e protestos em festa de aniversário. Para muitos, o ano já começou errado, quando o departamento de futebol optou por não renovar o contrato de Dorival Júnior, mesmo que tenha sido campeão da Copa do Brasil e da Libertadores, para apostar em Vítor Pereira. A decisão ainda traz problemas ao clube.
As atuações deixaram claro rapidamente que o português não daria certo no Flamengo, e ele acabou demitido antes mesmo de estrear no Campeonato Brasileiro. A gota d'água veio após a goleada para o Fluminense por 4 a 1, no Maracanã, que deixou o Rubro-Negro com o vice-campeonato. Na época, o clube desembolsou R$ 15 milhões para demitir Vítor Pereira.
A demissão fez com que nomes do departamento de futebol ficassem ameaçados. Assim como Braz, Bruno Spindel é considerado um nome forte, muito importante nas negociações do Rubro-Negro e, por isso, não balançou. No entanto, Juan e Fabinho “Soldado” sofreram pressão de outras parcelas da diretoria e ficaram na corda bamba.
No fim das contas, a diretoria vetou a caça às bruxas e manteve todo o corpo do departamento de futebol intacto. Agora, em outra situação, os nomes voltam a ficar em xeque, especialmente se o Flamengo não conseguir conquistar a Copa do Brasil. O título é fundamental para conter os ânimos internos e garantir que a pasta continue com os mesmos nomes em 2024.
Ano eleitoral traz pressão
Já que 2024 se trata de um ano eleitoral, em que Landim não poderá se reeleger, mas terá a possibilidade de apoiar um sucessor, todo cuidado é pouco nas movimentações. Por isso a cautela do presidente ao falar de assunto relacionados ao ambiente interno e possíveis mudanças no Flamengo. Contudo, os fracassos dentro de campo deixam a situação mais complicada.
Sendo pressionado constantemente pela torcida, o mandatário pode ser “obrigado” a fazer mudanças que agradem os rubro-negros e mostrem que ele está alinhado com as ambições do Flamengo para a próxima temporada. Acostumada com títulos, a Nação está sem paciência com a atual diretoria e cobra mudanças. Como uma fonte revelou à Trivela: “Alguém vai precisar pagar pelos erros”.
Nem mesmo contratações puderam salvar as críticas, até porque o Flamengo acumulou fracassos neste campo em 2023. Ainda que tenha trazido Luiz Araújo, Allan e Rossi, o departamento de futebol acabou sendo criticado por não ter conseguido fechar negócio com o Zenit por Claudinho e Wendel. De La Cruz, do River Plate, foi outro nome que criou expectativa na torcida, mas não veio.
Conselheiros votarão emendas importantes em setembro
Além da final da Copa do Brasil, setembro também reserva decisões importantes nos bastidores do Flamengo. No dia 14, uma quinta-feira, o Conselho Deliberativo entrará em seção extraordinária para votar duas emendas no estatuto do clube. Uma delas, se aprovada, aumentará o tempo de mandato do presidente para quatro anos, sem possibilidade de reeleição.
A aprovação da emenda, no entanto, não afetaria em nada no mandato de Rodolfo Landim. Se os conselheiros disserem “sim”, a mudança só valerá a partir do próximo pleito, que será disputado no fim do ano que vem. Com um 2024 forte, assim como foi em 2019, contudo, o atual presidente pode garantir uma sucessão que duraria até 2028.
A outra emenda impede presidente ou vice-presidente geral do Flamengo esteja envolvido com outros cargos políticos. Se tivesse sido aprovada antes, por exemplo, ela não teria deixado que Eduardo Bandeira de Mello comandasse o Flamengo. O ex-mandatário foi eleito Deputado Federal na última eleição, com mais de 72 mil votos como candidato do PSB-RJ.