Presidente do Capital sobre o Botafogo: ‘Confronto mais importante da história do clube’
Com 20 anos de existência e há seis sob nova gestão, o Capital-DF vai enfrentar o Botafogo pela terceira fase da Copa do Brasil

O “confronto mais importante da história do clube”. É este o peso dado pelo Capital-DF ao duelo com o Botafogo pela Copa do Brasil. Nesta quarta-feira (30), às 19h (horário de Brasília), as equipes se enfrentam pelo jogo de ida da terceira fase da competição, no Nilton Santos. E o clube do Distrito Federal sonha alto.
— Não é “um dos mais”, é com certeza o confronto mais importante da história do clube. A gente vai com o pé no chão, sabendo do tamanho que é enfrentar o Botafogo, mas sonhar não paga imposto. Quem sabe a gente consegue um bom resultado — disse Godofredo Gonçalves, presidente do Capital, à Trivela.
Fundado há 20 anos, o Capital era um clube-empresa que viveu entre oscilações – com mais baixos do que altos — e que demorou para decolar até mesmo dentro do futebol do Distrito Federal. O time chegou a ser rebaixado para a recém-criada terceira divisão do futebol local, em 2007.
Desde 2019 no comando do clube, Godofredo apostou na profissionalização do clube. O Capital se estabeleceu na primeira divisão do futebol do Distrito Federal e, por dois anos seguidos, foi vice-campeão distrital. Foi através deste primeiro vice, em 2024, que o clube conseguiu a vaga na Copa do Brasil e na Série D de 2025.
Com um ano de atraso, Godofredo conseguiu atingir a meta que havia estabelecido em um ousado plano de 10 anos para Capital. A ideia, lá em 2019, era já estar no cenário do futebol nacional em cinco anos. Ou seja, em 2024. Mas o objetivo foi atingido neste ano.
— Estamos na luta com o Capital desde 2019, quando profissionalizamos e demos uma guinada na equipe. Fizemos um planejamento para atingirmos ao menos a Série B nesses 10 anos. Dentro desse caminho, chegar hoje nesse confronto contra o atual campeão brasileiro e da Libertadores, é extremamente importante. Marca o crescimento do Capital e do futebol do Distrito Federal — exaltou Godofredo Gonçalves.
O jogo contra o Botafogo vai colocar, de fato, o Capital no cenário nacional. O presidente do clube, inclusive, comemorou o fato de que o Corujão, como é conhecido, terá a sua primeira partida transmitida nacionalmente.
— O desafio é muito maior do que quando a gente planejou lá no começo. Com esse delay de um ano, conseguimos chegar na Série D, fizemos uma ótima campanha de Copa do Brasil que nos permite hoje jogar e ser assistido pelo Brasil inteiro. A gente vai ter a primeira transmissão nacional, é algo bastante marcante. Apesar desse ano de delay no planejamento, isso mostra que estamos no caminho certo — comemorou Godofredo.

Capital se inspira em modelo de SAF do Botafogo
Desde 2024, o Capital, que já era clube-empresa, passou a ser uma SAF. E o destino colocou no caminho do time de Brasília logo a SAF mais bem-sucedida do Brasil no momento. Depois da transformação em SAF, em 2022, a venda para John Textor, o Glorioso voltou a conquistar o Brasileiro e levantou pela primeira vez a Copa Libertadores.
Para Godofredo, o Botafogo é uma inspiração para o seu projeto a frente do Capital.
— Temos o Botafogo como um exemplo de SAF. O modelo de SAF veio para isso, melhorar o nível de gestão dos clubes e proporcionar que o futebol evolua pela parte administrativa e de gerenciamento, o que o Botafogo comprovou. A partir do momento em que ele melhorou a parte de gestão, de gerenciamento, de planejamento, conseguiu colher os frutos esportivos. E com certeza nos inspira sim – disse o dirigente.
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Capital aposta no brasiliense e em projetos sociais
Com apenas 20 anos e existência e só há poucas temporadas estabelecido na primeira divisão do futebol do Distrito Federal, o Capital, assim como outros clubes da região, ainda sofre com a falta de adesão popular.
Uma pesquisa realizada pelo Metrópoles/Ideia em 2022 apontou o Flamengo tem a maior torcida no DF, com 40,5% dos torcedores, seguido por Vasco (11,2%), Corinthians (7,3%), Botafogo (5,8%) e, fechando o G-5, São Paulo (2,8%). O time local com mais torcedores é o Brasiliense, com 1,9%.
— Brasília é uma cidade muito nova, fez 65 anos agora. E muita gente que está aqui não nasceu aqui. Estamos tendo as primeiras gerações dos nascidos em Brasília. Quem veio de fora já veio com esse amor pelo seu clube. Para a gente, é um desafio e uma oportunidade — comentou Godofredo Gonçalves.
Pata tentar minimizar este quadro, o Capital aposta na paixão das pessoas pela cidade, ingressos e plano de sócios acessíveis, e em projetos sociais para atrair novos torcedores para o clubes. O Corujão, por exemplo, tem um plano de sócio por R$ 19,90 que já dá direito ao ingresso para todos os jogos do clube como mandante.
— O morador de Brasília é apaixonado por futebol, basta vez quantos times de fora vem jogar aqui e lotam o estádio. Ao mesmo tempo que tem esse amor, não tem identificação com um clube daqui. O que estamos buscando é gerar essa identificação, gerar essa sensação de pertencimento e essa paixão que o futebol gera. A ideia é que o amor por Brasília possa ser expresso pelo futebol também — disse o presidente do Capital.
Fora do campo, o Capital aposta em projetos sociais para se aproximar da comunidade local, principalmente dos mais jovens, mas também de outras faixas etárias. Atualmente, o clube coordena, em parceria com outras entidades, quatro projetos sociais que envolvem 19 mil pessoas em atividades esportivas e sociais.
— Temos desde o futebol a hidroginástica. Desde criança com 4 anos, a primeira idade que entra, até senhoras de 92 anos que vão para fazer hidroginástica. Isso vai massificando a marca, o carinho, a identidade, a identificação com o clube e, automaticamente, ampliando o nosso maior patrimonio, que é o torcedor. Só com torcida que um clube se mantém viável no médio e longo prazo — ponderou Godofredo Gonçalves.
Como o Capital chegou para encarar o Botafogo
Antes de enfrentar o Botafogo, o Capital-DP passou por outro adversário carioca. Na primeira fase, o Corujão eliminou a Portuguesa-RS, com um empate em 0 a 0 no tempo regulamentar e uma vitória por 5 a 3, nos pênaltis, no Estádio JK Paranoá. Também em casa, o Capital-DF passou pelo Porto Velho na segunda fase, com uma vitória por 3 a 1.
Para o jogo da volta contra o Botafogo, no dia 22 de maio, o Capital não poderia usar o seu estádio. Assim, o clube vai mandar o duelo no Mané Garrincha, que deve ter boa presença de torcedores do Botafogo. Mas, para atrair a sua torcida, o Capital está oferecendo 50% de desconto no valor do ingresso para os torcedores com a camisa tricolor do Corujão.