O que o Atlético-MG precisa recuperar para evitar duelo ‘quase impossível’ com o São Paulo
Galo vive crise futebolística preocupante, e precisa retomar algumas características do seu jogo para equilibrar duelo na Copa do Brasil
Vivendo uma crise técnica, o Atlético-MG entra em campo nesta quarta-feira (28) para encarar o São Paulo no primeiro duelo das quartas de finais da Copa do Brasil. O técnico Gabriel Milito sabe que, se o time não melhorar, a classificação ficará quase impossível para o Galo, que tem alguns pontos cruciais a melhorar.
A crise futebolística foi um termo usado pelo próprio Milito para falar sobre o atual momento do Atlético. O Galo não está conseguindo fazer grandes atuações, pelo contrário, piora a cada jogo.
Alguns detalhes cruciais do jogo do time de Milito não estão acontecendo mais como antes, e precisam voltar a funcionar para, segundo ele mesmo, evitar um duelo quase impossível.
— Se não melhoramos o nível individual e coletivo… a série já será muito dura, mas, se não melhorarmos e não recuperamos nosso nível, será quase impossível — Gabriel Milito
O que não funciona mais no time de Milito?
Dinamismo com a bola
Uma das características que mais chamaram atenção no começo do trabalho de Milito, justamente quando o Atlético viveu seu melhor momento, era a forma como o time era muito dinâmico.
As trocas de passes fluíam leves e rapidamente, sejam elas em inversões diretas, como as de Arana para Scarpa (e vice-versa), ou em troca de passes de um lado a outro.
Esse dinamismo justificava a ideia de Milito, de ter um time muito espaçado, ocupando todo o campo, de uma lateral a outra, pois a bola chegava em quem precisava muito rápida.
O problema é que agora, sem essa dinâmica, o time do Atlético parece muito engessado e pragmático. Quando a bola começa a rodar de um lado para o outro, ela parece demorar mais, o que facilita a marcação adversária.
“Acho que o time está burocrático”, Paulinho falou os problemas do Atlético nos últimos jogos.@trivela pic.twitter.com/qjg5XI8ket
— Alecsander Heinrick (@alecshms) August 25, 2024
Se antes era comum Scarpa dominar com mais liberdade (e a sequência de gols dele exemplifica isso), hoje ele já domina com a marcação em cima. O mesmo para Arana. Sendo assim, os jogadores não têm mais espaço para trabalharem a bola e acabam tendo que recomeçar ou arriscar algo, o que acarreta outros problemas.
Dificuldade de criação
Sem o dinamismo, o Atlético demonstra muita dificuldade de criação. Antes, o Galo criava muito e concluia algumas chances. Depois, seguiu criando, mas parou de concretizar as jogadas. Agora, não cria mais.
No jogo contra o Fluminense, por exemplo, o Galo não finalizou uma bola no gol. Exemplificando esse problema na criação, que está muito ligado a falta de dinamismo e liberdade que antes os atletas tinham.
Nessa parte, o Galo precisa contar com a qualidade de seus jogadores. O retorno de Hulk deve ser crucial, mas ele vai precisar, por exemplo, do apoio de Bernard, que ainda não engatou desde que chegou.
Falhas na pressão pós-perda
Esses problemas de criação também afetam o lado defensivo do Atlético. Milito sempre deixou claro em como é importante o Galo concluir as jogadas de ataque que cria, pois, se perder a posse, dará ao adversário chance de um contra-ataque perigoso. E é exatamente isso que vem acontecendo.
Sem liberdade para criar jogadas, o Galo tem falhado muito na conclusão dos ataques e devolvido a bola para o adversário, que acelera um contra-ataque ou uma transição quase sempre perigosa e com chance de gol.
“Preocupa. O que a gente fez hoje foi muito abaixo do que a gente pode apresentar”, Otávio fala do desempenho muito ruim do Galo.@trivela pic.twitter.com/pbnQQ6fvlV
— Alecsander Heinrick (@alecshms) August 25, 2024
Está atrelado a isso, também, falhas na pressão pós-perda, algo que era bem característico nos primeiros jogos de Milito. Quando o Atlético perdia a bola, ele a recuperava rápido, ou conseguia evitar que o adversário achasse espaço para criar perigo na maioria das vezes.
Agora, o Galo perde a bola e, não consegue se organizar a tempo para pressionar, ou, quando pressiona, falha e deixa espaços para o adversário. Isso tem feito o time correr muito para trás, o que não é bom para nenhum marcador.
Se conseguir, principalmente, voltar a ser dinâmico e melhorar a pressão sem a bola, o Atlético tem grandes chances de também voltar a jogar bem, e assim ter mais chances contra o São Paulo, equilibrando o confronto, como deve ser.