Sob pressão, Carpini encara maratona de jogos sem fazer o que mais quer no São Paulo
São Paulo enfrenta sequência de 15 jogos em 50 dias em meio a muitos desfalques em todos os setores
Quando preparou uma lista com todos os jogadores que estavam no departamento médico na “colinha” que levou para a entrevista coletiva após a vitória sobre o Cobresal, pela Libertadores, na última quarta-feira (10), Thiago Carpini tinha um ponto a provar. Muito além de defender o seu trabalho, o treinador queria mostrar que era impossível atribuir um padrão de jogo para equipe em meio a tantos desfalques que o obrigam a mudar a escalação partida após partida.
— Como a gente vai ter continuidade? Como a gente vai ter jogada combinada? Como a gente vai ter o melhor do São Paulo com essa dificuldade? É muito difícil — indagou Carpini, instantes após listar 12 nomes de atletas lesionados praticamente sem respirar.
O treinador repete praticamente desde o seu primeiro dia de trabalho no São Paulo, três meses atrás, que gosta de repetir as suas equipes titulares para que elas tenham as movimentações e jogadas combinadas já mecanizados na forma de atuar. Mas passados 16 jogos, o técnico usou 16 escalações diferentes e ainda não conseguiu ter a tão sonhada repetição para fazer o Tricolor evoluir. No último sábado (13), Carpini voltou a ouvir vaias vindas das arquibancadas depois da derrota para o Fortaleza no MorumBIS.
Carpini enfrenta maratona em meio a legião de desfalques
E agora, a situação é ainda pior. Não bastassem a pressão da torcida e nos bastidores e a obrigação de vencer a cada partida para salvar seu emprego, Carpini se vê em meio a uma maratona de jogos e a uma legião de desfalques. O técnico que tanto repete o desejo — que já virou sonho — de dar continuidade a uma equipe titular precisa lidar não apenas com baixas, mas também com a preservação de jogadores para suportar as exigências do calendário.
A vitória sobre o Cobresal iniciou uma sequência em que o São Paulo terá um total de 15 jogos no intervalo de 50 dias até a última rodada do Grupo B da Libertadores. Neste período, o clube viverá as primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro, além da disputa da terceira fase da Copa do Brasil.
A lista de desfalques do São Paulo
- Nikão (tendinite de Aquiles bilateral);
- Patryck (lesão muscular);
- Moreira (lesão muscular);
- Luiz Gustavo (lesão no tendão de Aquiles da perna direita);
- Lucas Moura (lesão muscular na coxa esquerda);
- Rafinha (fratura na fíbula esquerda);
- Wellington Rato (sindesmose no tornozelo esquerdo);
- Ferreira (lesão muscular);
- Negrucci (lesão muscular);
- Rodriguinho (lesão não informada);
- Iba Ly (lesão não informada);
- Young (lesão não informada).
De quebra, o São Paulo terá de superar os primeiros compromissos dessa maratona tão severa com apenas 25 atletas à disposição do técnico Thiago Carpini. Hoje, o departamento médico são-paulino tem 11 atletas que tratam de lesões e são desfalques da equipe. A expectativa, claro, é de que a maioria deles retorne e vire alternativas ao treinador ao longo destes 50 dias recheados de jogos.
— Viver jogo a jogo. Tentar recuperar o mais rápido possível os atletas. Saber que a sequência, a gente precisa estar sempre pontuando, melhorando. Temos 25 atletas à disposição para fazer essa maratona, e a gente precisa vencer, porque o São Paulo precisa vencer sempre. A ausência de oportunidade de outros. Vamos esbarrar na falta de entrosamento. Na falta de jogadas combinadas, de tudo o que gosto e que minhas equipes fizeram. E aqui a gente tem tido o desafio e o aprendizado — disse Carpini na última entrevista coletiva.
Carpini quer identificar motivos para tantas lesões
Além do dia a dia de treinamentos e jogos, Carpini já fez duas reuniões com integrantes do departamento médico do São Paulo e com os responsáveis pela preparação física para tentar entender os motivos para tantos problemas médicos no ano até agora. O treinador cobrou publicamente mudanças para reduzir o número de lesões na temporada.
— Daqui a pouco a gente vai dizer que o trabalho que tem causado as lesões, mas esse problema é recorrente há anos no São Paulo. Tivemos reuniões internas ontem, antes de ontem e teremos outra amanhã, porque algo precisa ser feito. Precisamos dividir essa responsabilidade para que não aconteça nada nos 90 minutos — disse Carpini.
O São Paulo segue a maratona de jogos nesta quarta-feira (17), a partir das 21h30 (horário de Brasília). Será quando o Tricolor medirá forças com o Flamengo, no Maracanã, em partida válida pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.