Libertadores

Respaldo do grupo pesa para permanência, e Carpini rebate críticas em coletiva

Carpini resiste a crise e cobranças por demissão após vitória do São Paulo sobre o Cobresal

Thiago Carpini sabia que precisava de uma vitória sobre o Cobresal para evitar uma demissão precoce no São Paulo. E ela veio, mesmo que sob boas doses de sofrimento, com gols marcados já no final do segundo tempo. O Tricolor venceu a equipe chilena por 2 a 0 nesta quarta-feira (10), no MorumBIS, em partida válida pela segunda rodada do Grupo B da Libertadores. E minutos mais tarde, foi a vez do treinador dar a sua própria resposta, em uma entrevista coletiva marcada pelo tom defensivo.

O técnico chegou à sala de imprensa pronto para rebater algumas críticas e dar a sua versão sobre o momento delicado no cargo. Tanto isso é verdade, que ele chegou a levar uma “colinha” com estatísticas da partida e com os nomes dos 12 jogadores lesionados em seu elenco. As respostas às perguntas mais pesadas foram dadas no mesmo tom dos questionamentos.

Os pontos altos de antes e durante a entrevista:

  • Carpini está mantido no cargo após a vitória do São Paulo sobre o Cobresal;
  • Respaldo dos jogadores pesa muito para a permanência do técnico;
  • Treinador adotou discurso forte para se defender das críticas
  • Técnico chegou a levar uma “colinha” para elencar estatísticas aos jornalistas
  • Carpini chegou a dizer que precisa ter cuidado com o que fala nos microfones

Respaldo do elenco pesa para a permanência

Thiago Carpini se manteve no cargo com a vitória sobre o Cobresal. Mas a verdade é que os jogadores já faziam questão da sua permanência mesmo antes da partida. O respaldo do elenco ao técnico pesou e muito para que a diretoria evitasse tomar uma decisão sobre a saída do treinador neste momento. E o próprio comandante reconheceu isso logo na primeira pergunta da coletiva.

— Eu me sinto respaldado. Se não, não estaria aqui. Vivo meu dia a dia. Vejo quem me dá respaldo, que é a diretoria e meu grupo, principalmente. Foi a melhor semana de trabalho nossa. O tamanho do compromisso desses caras, a grandeza de entender o momento delicado que o São Paulo vive.  Em relação a isso, estou muito tranquilo e seguro. Eu sei o trabalho que está sendo feito essa semana. Entendo a chateação do torcedor, mas prefiro valorizar o apoio durante o tempo todo. A carga emocional para esse jogo era muito grande — disse o treinador.

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Pergunta sobre lesões gera desconforto

Em um momento da entrevista, Thiago Carpini transpareceu o seu descontentamento com uma pergunta sobre lesões. O técnico foi questionado sobre supostamente ter “esticado” a corda e causado alguns problemas médicos a jogadores. Em sua resposta, ele negou que a metodologia de trabalho seja o motivo para as baixas e citou até mesmo o histórico do clube de desfalques em outras temporadas.

— De maneira nenhuma (estiquei a corda), porque daqui a pouco vão dizer que o trabalho que faz as lesões. Os problemas já vêm há quatro anos. É recorrente. Precisamos resolver internamente. Tivemos reuniões internas, ontem, antes de ontem, teremos outra amanhã. Precisamos resolver isso porque a responsabilidade cai nos atletas e em mim. Precisamos dividir com todos os departamentos do clube. Se eu pegar todos esses dados, porém, muitos não foram lesões musculares. Não é o trabalho (que causa lesões), porque o fisiologista é o mesmo, os preparadores são os mesmos. Eu quero um time de mais intensidade, mais incisivo. Talvez mudanças de comportamento alterem algumas situações — ressaltou Carpini.

Carpini explica esquema com três zagueiros

Em meio às defesas ao seu trabalho, o treinador também explicou o esquema utilizado nesta quarta-feira. O técnico mudou a formação tática e armou a equipe com três zagueiros para enfrentar o Cobresal. Uma alternativa testada durante a semana para ter um time equilibrado e que pudesse explorar a amplitude pelos lados do campo. Inicialmente, com Ferreira pela esquerda. Mas com a lesão do atacante, ele optou por Michel Araújo.

— Eu discordo que três zagueiros seja uma condição de se defender. Respeitamos o Cobresal. Houve erros, claro que houve. E já aconteceu. De a gente não ter tanto tempo para trabalhar nessa formação. Nessa maneira, a gente consegue ter amplitude pelos lados. O Ferreira que jogaria na função do Michel. Ele fez função de ala. Então nós conseguimos na ideia nossa de ter profundidade, tentamos controlar alguns erros que vinham sendo recorrentes na nossa linha de defesa. Quantos clubes você vê no futebol brasileiro, fora do país, que jogam com três zagueiros e não são defensivos — ressaltou.

A situação do São Paulo no Grupo B

Com a vitória, o São Paulo soma os primeiros três pontos na Libertadores e deixa a lanterna do Grupo B. A próxima partida pela competição continental será apenas no dia 25, às 21h (horário de Brasília), contra o Barcelona-EQU, no Monumental de Guayaquil. Antes, porém, a equipe foca no Brasileirão. O Tricolor estreia no Campeonato Brasileiro no sábado (13), às 21h (horário de Brasília), contra o Fortaleza no MorumBIS.

Foto de Eduardo Deconto

Eduardo DecontoSetorista

Jornalista pela PUCRS, é setorista de Seleção e do São Paulo na Trivela desde 2023. Antes disso, trabalhou por uma década no Grupo RBS. Foi repórter do ge.globo por seis anos e do Esporte da RBS TV, por dois. Não acredite no hype.
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