Salvou Carpini? São Paulo sofre mais do que deveria, mas vence o Cobresal
Calleri e André Silva marcam os gols da vitória por 2 a 0 que salva, ao menos por ora, o treinador

O São Paulo precisou de mais de 80 minutos de futebol para conseguir bater aquele que é o rival mais frágil do Grupo B da Libertadores. Um adversário que não venceu um jogo sequer em 2024. Foi uma atuação de transpiração e sofrimento, bem longe do ideal ou da evolução esperada. Mas por ora, é suficiente para salvar Thiago Carpini. O treinador precisava de uma vitória urgente para seguir no cargo, e o São Paulo conseguiu. Supero o Cobresal, do Chile, por 2 a 0, nesta quarta-feira (10), no MorumBIS, com gols salvadores de André Silva e Calleri.
Carpini dá ultima cartada com novo esquema
Em um jogo com ares de ultimato, Carpini sabia muito bem que era preciso vencer ou vencer (além de convencer) para se salvar no cargo. E o técnico deu a sua última cartada para seguir no comando do São Paulo com um novo esquema em um duelo tão decisivo. O treinador armou a equipe com três zagueiros e a dupla Calleri e Luciano no ataque.
Chamou atenção ainda que ele optou por deixar Welington no banco de reservas para usar Michel Araújo como ala, diante das ausências de Lucas e também de Ferreira por problemas musculares. A ideia era povoar o meio-campo, com James Rodríguez como meia central e grande referência para municiar tanto o ataque quanto os dois alas que dariam amplitude à equipe.
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— CONMEBOL Libertadores (@Libertadores) April 11, 2024
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Mas primeiro tempo acaba sob vaias
E revolução tática, verdade seja dita, até que funcionou por ao menos 30 minutos na primeira etapa. Pois este São Paulo à beira da crise fez o que se esperava diante do adversário mais frágil do Grupo B e que ainda não venceu um jogo sequer em 2024. Se impôs e encurralou o rival com uma pressão inicial que funcionou bem. A marcação alta sufocava a saída de bola dos mineros, e enquanto James orquestrava as jogadas, os alas sempre apareciam como boas opções pelos lados do campo. Foi assim, por exemplo, que Igor Vinicius rolou para o colombiano quase abrir o placar em uma finalização que parou em ótima defesa do inspira goleiro Requena.
O São Paulo teve 70% de posse de bola e empilhou 12 conclusões no primeiro tempo, contra duas do Cobresal. Com tanto volume ofensivo, o gol pareceu sempre perto de virar realidade, e Calleri chegou a acertar a trave em finalização de dentro da área. Mas o 0 a 0 insistente fez ecoar vaias no MorumBIS ao término da primeira etapa, enquanto se ouvia alguns gritos de “burro” e “Fora, Carpini”, nos corredores.
André Silva e Calleri salvam (por ora) Carpini
Em muitos momentos da segunda etapa, parecia que o São Paulo não conseguiria a vitória que era obrigação para manter o seu treinador. Porque as coisas davam errado até quando se fazia tudo certo. Por exemplo: quando Calleri fez a parede e rolou para Luciano estufar as redes com um chute no ângulo, o centroavante vinha de condição irregular.
E era pior. A equipe que não abriu o placar no primeiro tempo porque faltou um pouco de pontaria e organização ofensiva jogou muito menos na segunda etapa. Tinha o controle da posse de bola, mas não conseguia ser agressiva a ponto de levar perigo ao Cobresal durante alguns bons minutos. De quebra, o adversário tão frágil obrigou Rafael a fazer duas grandes defesas para salvar a equipe.
Nas arquibancadas, a torcida perdia a paciência com Thiago Carpini. O mandava longe… Até que André Silva saiu do banco para abrir o placar com um gol que teve a cara da partida. Já aos 36, James cruzou para Calleri, que escorou para Michel Araújo. O uruguaio trombou com o goleiro, e a bola sobrou para o centroavante se atirar na bola quase que em cima da linha para estufar as redes.
Seis minutos mais tarde, foi a vez do próprio Calleri aproveitar cruzamento para marcar o segundo gol e trazer um pouco de tranquilidade a Carpini. E as arquibancadas, que antes vaiaram, entoaram o hino do clube, felizes com a vitória.