Os longos períodos sem jogos têm prejudicado o Cruzeiro no Brasileirão?
Cruzeiro é o time da Série A que menos jogou, com 39 partidas disputadas, e o que menos venceu no ano, junto do Coritiba, com 11 vitórias
O Cruzeiro vive, atualmente, mais uma “intertemporada”, já que o espaço entre seu último jogo — o empate em 1 a 1 contra o rival América-MG —, e o próximo — o confronto contra o Cuiabá, na Arena Pantanal — terão um total de 13 dias de distância entre eles. O time celeste enfrentou o Coelho no dia 1 de outubro e pegará o Dourado no dia 14 do mesmo mês.
Essa não é a primeira vez que o time passa muitos dias sem jogos na temporada. Para se ter ideia, o Cruzeiro disputou apenas três partidas durante todo o mês de setembro, chegando a ficar primeiro 11 e depois 10 dias sem atuar. Antes disso, em agosto, o time celeste entrou em campo quatro vezes, com três períodos de oito dias apenas treinando.
Isso tem ocorrido pelo fato do Cruzeiro ter disputado apenas uma competição no segundo semestre da temporada, o Campeonato Brasileiro. Vindo da Série B, o time celeste não esteve em nenhuma competição internacional e foi eliminado da Copa do Brasil nas oitavas de final, para o Grêmio, ainda em maio. No Campeonato Mineiro, a Raposa saiu na semifinal contra o América-MG, em março.
Como consequência, o Cruzeiro é o time da Série A do Campeonato Brasileiro que menos jogou em 2023. Foram apenas 39 partidas disputadas na temporada, o que dá uma média de um jogo a cada sete dias. Para se ter ideia, o Fortaleza, time da primeira divisão que mais atuou no ano, entrou em campo 64 vezes.
Junto com os poucos jogos, o Cruzeiro acumula, também, poucas vitórias. São apenas 11 na temporada, o que deixa o time celeste como a equipe que menos venceu em 2023, junto do Coritiba, atual lanterna do Brasileirão. O vice-lanterna, América-MG, ganhou 20 de seus 57 jogos.
A falta de jogos tem prejudicado o Cruzeiro em 2023?
O ex-volante Fabrício, ídolo do Cruzeiro, que defendeu o clube entre 2008 e 2011, acredita que sim. Em entrevista exclusiva à Trivela, o antigo camisa 5 celeste fazia um balanço da temporada da Raposa quando citou a falta de jogos como um empecilho para que o time consiga engrenar no Brasileirão.
— É tentar melhorar os caras. Tem 14 dias de treinamento aí (no momento da entrevista). Eu acho ruim (ter poucos jogos). Uma semana sem jogos é bom para treinar, recuperar, mais que isso é muita coisa. Nosso time jogou pouco esse ano. Pensamos que os caras vão voltar voando, mas demoram a entrar no jogo pela falta de ritmo. Como treinador eu tentaria fazer algumas mudanças no ataque, dar uma movimentada nas peças que tem. Acho que ninguém tem cadeira cativa ali não. Não tem nenhum destaque para ser titular absoluto — opinou o ídolo celeste.
Para ler a primeira parte da entrevista exclusiva de Fabrício à Trivela clique aqui. Para acessar a segunda parte, basta clicar aqui.
Veja os assuntos tratados na entrevista:
– As duas goleadas por 5 a o contra o Atlético-MG
– Perda da Libertadores de 2009
– Abandono de campo contra o Corinthians, em 2010
– 6 a 1 sobre o Atlético-MG
– Grandes companheiros de Cruzeiro
– Saída conturbada do clube— Maic Costa (@omaiccosta) October 5, 2023
Nos jogos, é possível ver, em alguns momentos, o Cruzeiro jogando noutra rotatividade em relação aos seus adversários. Além disso, o time celeste sente muita dificuldade em se adaptar a alguns contextos de jogo. Destaco o momento de segurar os resultados, não necessariamente se postando na defesa e “fechando a casinha”, mas em momentos onde é necessário assumir o controle das partidas, explorando os espaços do adversário, sabendo o momento certo de matar as jogadas.
Quando se leva em conta os resultados após os períodos sem jogos, somente uma partida disputada após uma longa pausa terminou em vitória do Cruzeiro, sendo o 3 a 0 contra o Santos, fora de casa, ocorrido após 11 dias sem jogos. Nas outras intertemporadas, tropeços.
Períodos longos de treinamento não têm feito o time celeste jogar melhor
Os jogadores do Cruzeiro também acabam tendo menos tempo de jogo juntos, principalmente se levar em conta que o time se reformulou algumas vezes durante a temporada. As equipes que jogaram o Campeonato Mineiro, a primeira parte do Brasileirão e a segunda metade da temporada são consideravelmente diferentes. As trocas de técnicos, três até então, também impactam, afinal, treino é treino e jogo é jogo, diria o poeta.
Mas para quem acredita que a falta de jogos tem impactado negativamente no Cruzeiro, vem aí uma boa notícia. Com 13 jogos faltando para o fim do Brasileirão, os hiatos entre partidas não devem voltar a acontecer com tamanha frequência, exceto por situações extraordinárias que eventualmente possam vir a ocorrer. A maratona de jogos começa logo contra o Cuiabá. Depois disso, o time celeste ainda enfrenta Flamengo, Atlético-MG e Bahia, sendo todos os jogos antes do fim de outubro.
A partida contra o Fortaleza, que aconteceria também neste mês, será remarcada pela presença do Leão na final da Copa Sul-Americana, que acontece no dia em que mineiros e cearenses se enfrentariam.
O Cruzeiro terá pela frente, em outubro, Cuiabá (14/10), Flamengo (19/10), Atlético-MG (22/10), Bahia (25/10) e Fortaleza (ainda sem data definida).
Desses jogos, pode acontecer de a partida contra o Fortaleza ser marcada para novembro, pois a equipe está na disputa da semifinal… pic.twitter.com/Ws6KcINHsr
— Maic Costa (@omaiccosta) October 2, 2023