Brasileirão Série A

Internacional: Wanderson cresce sob comando de Coudet e discussão sobre titularidade fica obsoleta

Desempenho de Wanderson melhorou desde a chegada de Eduardo Coudet no Internacional, e briga pela titularidade com Pedro Henrique não existe mais

Um dos jogadores mais favorecidos pela chegada de Eduardo Coudet ao Internacional, em julho, foi Wanderson. Depois de primeira metade de temporada oscilante, sob o comando de Mano Menezes, o atacante passou a ter função diferente, à qual se adaptou muito bem, e tem tido momentos de protagonismo em um sistema ofensivo que conta com jogadores do calibre de Alan Patrick e Enner Valencia.

Wanderson foi um dos principais responsáveis pelo Inter destruir o Santos em goleada histórica, por 7 a 1, há duas semanas, no Beira-Rio. No último domingo (5), contra o Cruzeiro, no Mineirão, o atacante marcou gol novamente, sendo o responsável por ampliar o placar que até então estava 1 a 0 na vitória que terminou 2 a 1.

O gol foi o sexto de Wanderson no Campeonato Brasileiro. Ele se igualou a Enner Valencia na artilharia da equipe na competição. Com duas assistências nessas partidas, o atacante também lidera o ranking de participações em gols do Inter no campeonato, ao lado de Alan Patrick e Maurício, com oito. Ao todo, em 2023, Wanderson soma sete gols e nove assistências em 56 jogos. Dois desses passes para gols foram decisivos, contra River Plate e Bolívar, pelas oitavas e quartas de final da Libertadores, respectivamente.

Briga pela titularidade com Pedro Henrique ficou para trás

O desempenho, referendado pelos números, tornou obsoleta a discussão sobre titularidade. Em alguns momentos da caminhada de Wanderson no Inter, iniciada em abril do ano passado, sua presença no onze inicial em detrimento de Pedro Henrique foi debatida.

Com Mano Menezes, na maioria das partidas apenas um dos pontas jogava. Mais vertical, Pedro Henrique teve fase artilheira que, aliada à identificação com o clube e com a cultura gaúcha, o tornaram preferido por boa parte da torcida colorada.

PH foi artilheiro do Campeonato Gaúcho deste ano, com oito gols — boa parte deles de pênalti, e atuando como centroavante. Porém, isso não garantiu sua titularidade. O atacante perdeu confiança, sofreu com lesões e só marcou mais dois gols no restante da temporada.

Modelo de jogo de Coudet favorece Wanderson

Além disso, o modelo de jogo de Coudet favorece mais Wanderson do que Pedro Henrique. O treinador colorado não joga com pontas propriamente ditos. Os jogadores pelos lados do 4-1-3-2 tem algumas atribuições de meias, e trabalham muito na fase defensiva. Em momentos de algumas partidas, Wanderson atua como ala pela esquerda, fechando linha de cinco na defesa. Ele também já foi volante pela esquerda quando Coudet adotou o 5-3-2 como formação sem a bola.

— Para mim está sendo novo. O Wanderson que atacava bastante agora está tendo que defender bastante, em uma função ali no meio. Mas o mais importante é o Inter. Estamos aqui para lutar pelo Inter. Para mim tem sido bom — disse o jogador em entrevista ao canal oficial do clube, no final de agosto.

Pelas características, Coudet não vê em Pedro Henrique a capacidade para executar essas atribuições. Até por isso, quando não pôde contar com Wanderson, por suspensão, no jogo contra o Coritiba, o treinador argentino optou por Carlos De Pena no lado esquerdo do meio-campo.

— Você acha que Pedro Henrique pode fazer o que faz Wanderson? [Wanderson] é jogador de outro entendimento, que pode fechar para dentro. Pedro Henrique acho que pode dar certo por fora em um bloco baixo, e saindo para o contra-ataque, como aconteceu no final. Mas jogando por dentro, e tampouco a parte defensiva… eu acho Pedro um segundo atacante — explicou Coudet.

No jogo seguinte, contra o América-MG, Pedro Henrique teve oportunidade de iniciar, mas pelo lado direito, no lugar do suspenso Maurício. Sem o cacoete de cair por dentro e jogar entrelinhas, apresentou dificuldade, agravadas pela má fase técnica que vive.

Diante desse cenário, Wanderson se tornou presença indiscutível no 11 ideal do Inter, o qual apresenta muita qualidade. O atacante, de 28 anos, que tem nacionalidade belga, chega em alta ao final de uma temporada oscilante, mas de evolução.

Foto de Nícolas Wagner

Nícolas WagnerSetorista

Gaúcho, formado em jornalismo pela PUC-RS e especializado em análise de desempenho e mercado pelo Futebol Interativo. Antes da Trivela, passou pela Rádio Grenal e pela RDC TV. Também é coordenador de conteúdo da Rádio Índio Capilé.
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