Brasileirão Série A

O pior para o Corinthians é que eles já sabiam o que é um Dérbi contra o Palmeiras

Timão não repete postura nos Dérbis pela final do Paulistão e escancara fragilidades que podem comprometer restante da temporada

No filme “Boleiros, Era uma Vez o Futebol (1998)”, o personagem Edil, interpretado pelo ator Lima Duarte, diz a seguinte frase: “a senhora não sabe o que é um Palmeiras e Corinthians”

A expressão virou mantra entre torcedores dos dois clubes e é relembrada principalmente quando novos jogadores das equipes sentem o peso do clássico. 

O que não é o caso dos elencos atuais, principalmente o corintiano, que há duas semanas conquistou o título paulista justamente sobre o maior rival

Porém, a equipe derrotada neste sábado (12), no Dérbi válido pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro, nem de perto parecia a que venceu o Estadual. 

A derrota por 2 a 0, na Arena Barueri, ficou até de bom tamanho por tudo o que o Timão não jogou e pela quantidade de espaço que deu para o adversário. 

O placar foi construído pelo rival em menos de 20 minutos. E os outros 70 serviram para os corintianos agradecerem por não serem goleados. 

O Palmeiras poderia facilmente ter ampliado ainda mais o resultado, seja no primeiro ou segundo tempo. 

No fim, quem há 16 dias tripudiou, com razão, a taça conquistada, dessa vez precisou aguentar os gritos de “olé”. 

Corinthians desaprendeu com os acertos e foi passivo em jogo que é campeonato a parte

Um fator fundamental para o título paulista conquistado pelo Timão foi a postura. 

A equipe jogou dois Dérbis, enquanto o adversário disputou jogos comuns

A aplicação tática corintiana nos confrontos decisivos supriu até mesmo deficiências recorrentes, como a fragilidade defensiva. 

Todos sabiam o que é um Palmeiras e Corinthians e, embora dessa vez não fosse final de campeonato, a partida se trata de uma competição a parte. 

A postura corintiana não demonstrou isso. 

Ainda que seja um modelo de jogo utilizado bastante na Europa, a saída de bola em que Memphis Depay abriu mão e devolveu para o Palmeiras para pressionar a saída adversária do adversário passou a mensagem de que o Timão deixaria o oponente jogar. 

Os palmeirenses, então, jogaram. 

Memphis Depay Corinthians
Memphis subiu na bola antes do jogo, mas durante a partida foi pouco objetivo (Foto: Caio De Sousa/Pera Photo Press)

E frente a uma defesa frágil, não foi difícil fazer gols rapidamente. 

André Ramalho e Cacá tiveram atuação vexatória e deixaram os jogadores palmeirenses trocar passes e rondar a área com total liberdade. 

Sem fechar as finalizações, os chutes de média e longa distância foram as alternativas acertadas do Palmeiras, 

Matheus Donelli também teve as suas parcelas de responsabilidade. 

Ainda que não tenha falhado, mostrou novamente não ter envergadura para vestir a camisa corintiana. 

Os chutes não foram indefensáveis e certamente seriam protegidos por um goleiro de maior capacidade e qualidade técnica. 

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Derrota no Dérbi é sinal amarela para pretensão do Corinthians em ganhar coisas grandes

Somando a atuação no clássico com o Palmeiras com a do empate com o América de Cali (COL), pela Sul-Americana, na quarta-feira (9), fica a preocupação se o Corinthians poderá conquistar pelo menos um título no segundo semestre.

Na Colômbia, a escalação alternativa foi muleta, principalmente a melhor do time após a entrada de três titulares. No Dérbi, porém, não há muita desculpa. 

Um clube com o sistema defensivo frágil e que não conseguiu encaixar um jogador sequer em cinco opções precisa se preocupar com as deficiências que podem levar muita coisa a perder.

Foto de Fábio Lázaro

Fábio LázaroSetorista

Nascido em Santos, criado em São Vicente e entregue a São Paulo. Na Trivela desde junho de 2024, como setorista do Corinthians. Passagem pelo Lance! entre fevereiro de 2020 e maio de 2024, onde cobriu Santos e Corinthians. Por lá, também coordenou pautas e estratégias digitais. Atualmente, também é comentarista no programa Esporte por Esporte, da TV Santa Cecília.
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