Briga foi o único sinal de brio de uma Palmeiras perdido, sem alma e, agora, em crise
Equipe de Abel Ferreira foi um vácuo de garra e futebol na Neo Química Arena

Para não dizer que o Palmeiras foi inofensivo no empate em 0 a 0 que deu o 31º Campeonato Paulista ao Corinthians, houve dois bons momentos: o primeiro na boa enfiada de Facundo Torres para Vitor Roque, no lance que gerou o pênalti.
O segundo foi a briga, após Memphis Depay pisar com os dois pés sobre a bola, aos 44 da segunda etapa.
Para agredir o holandês pela provocação, os jogadores do Palmeiras mostraram brio, velocidade e um espírito de equipe que faltou durante toda a partida.
Fim de jogo. Nosso próximo confronto será neste domingo, no Allianz Parque, diante do Botafogo, e nós seguiremos cantando e vibrando juntos, #FamíliaPalmeiras! Avanti! pic.twitter.com/yKfMBPwoPd
— SE Palmeiras (@Palmeiras) March 28, 2025
Quem não sabia que Veiga perderia o penal?
Era óbvio que Raphael Veiga iria perder o pênalti que poderia ter feito o Palmeiras se aproximar da conquista do Campeonato Paulista na noite desta quinta-feira (27). Até porque, se a conquista viesse, por uma obra do acaso, teria sido uma injustiça.
O simples fato de o camisa 23 ter entrado em campo como capitão já era uma clara demonstração de que o Palmeiras não ia ter sucesso na Neo Química Arena. Porque não é de hoje, nem deste ano, que o único meia de fato do time entrega muito pouco.
Faltou até mesmo preparo e estudo para Veiga. Porque Hugo Souza, um especialista, já havia defendido uma cobrança de Estêvão no mesmo lugar, durante a primeira fase do campeonato.
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Reformulação não pode parar
Contudo, a responsabilidade não é exclusivamente de Veiga, é importante dizer.
Sobrecarregado, ele não tem perna para ser o homem das bolas paradas e participar de todas as ações ofensivas. O meia, que já foi o centro da equipe, é hoje uma mera sombra. E sem um reserva com quem possa se revezar.
Seu semblante derrotado e vazio após o desperdício da cobrança foi um resumo do que, neste momento, é o Palmeiras de Abel Ferreira: uma equipe sem alma e perdida.
E que, daqui para frente, vai enfrentar uma crise inédita na gestão de Leila Pereira e do técnico português.

A esperança existe
Mas há esperança. Afinal, o atual Palmeiras ainda é um time em formação. Vitor Roque fez seu terceiro jogo. Micael e Bruno Fuchs acabaram de chegar. E Paulinho e Lucas Evangelista nem mesmo estrearam.
E talvez aí esteja o gancho que poderá reverter o buraco em que o Alviverde acabou de entrar. A reformulação que ceifou Rony, Zé Rafael, Gabriel Menino e Atuesta precisa continuar. E talvez, levar peças como o próprio Veiga. Ninguém é eterno.
Se quiser um esboço de sucesso em 2025, o Palmeiras, que já gastou quase R$ 400 milhões em contratações, vai ter que colocar novamente a mão no bolso.