Por que, além do óbvio, ganhar o Paulista se tornou uma necessidade no Palmeiras?
Palmeiras vai a Itaquera com a obrigação de reverter a vantagem conquistada pelo Corinthians no primeiro jogo da decisão

De todos os títulos que o Palmeiras vai disputar em 2025, o do Campeonato Paulista é, de longe, o menos desejado pela coletividade palestrina.
Mas as circunstâncias nas quais o clube chega à final do torneio nesta quinta-feira, às 21h35, na Neo Química Arena, transformaram em necessidade o que era até descartável.
O Palmeiras vai à casa do Corinthians em desvantagem e com uma quase obrigação de reverter o 0 a 1 da partida de ida para disputar o troféu — no tempo normal ou nos pênaltis.
Porque, devido a uma série de fatores, ganhar o torneio deixou de ser um objetivo por si só e se tornou algo muito mais amplo.
NÓS ESTAREMOS JUNTOS DE ALMA E CORAÇÃO PELO TETRACAMPEONATO PAULISTA! HOJE É DIA DE DECISÃO! HOJE É DIA DE PALMEIRAS! 💚 pic.twitter.com/XtcfHSwp6R
— SE Palmeiras (@Palmeiras) March 27, 2025
O óbvio: é contra o Corinthians
Não há palmeirense que desconheça o teorema: “Toda ação positiva para o Corinthians, ainda que não diretamente correlata, será negativa para o Palmeiras”.
E, desse modo, quando a vitória alvinegra significa automaticamente a derrota alviverde, não há nem o que se discutir.
Pode-se usar o Paulista inteiro como laboratório e escalar garotos da base e reservas por quantos jogos for necessário. Mas, se a final é contra o arquirrival, o Verdão tem a obrigação de tratar a partida como se fosse uma decisão de Copa Libertadores.
Ainda mais quando vencer significa a manutenção do alvinegro em uma fila iniciada em 2019, justamente em um Paulistão.
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Conquista referenda reconstrução
Após anos de mesmice, o Palmeiras de 2025 rompeu com algumas peças que pareciam eternas no clube, como Rony, Atuesta, Zé Rafael e Gabriel Menino — além de outras que fizeram água em pouco tempo, como Rômulo, Caio Paulista e Lázaro.
Ganhar o Paulistão será uma chancela a essa grande mudança estrutural levada a cabo pela diretoria e pela comissão técnica.
Por outro lado, uma derrota pode dar a alguns a sensação de que saíram mais jogadores do que era necessário.
Reforços também vão receber chancela

“Jogador bom é jogador campeão”, diz uma batida frase do futebol. Que, se, por um lado, não é inteiramente verdadeira, tem lá sua dose de realidade.
Dos prováveis titulares contra o Alvinegro, quatro são reforços trazidos para esta temporada: Micael, Emi Martínez, Facundo Torres e Vitor Roque.
Assim como dar selo de qualidade ao processo de dispensa das peças citadas no item anterior, o título tornará muito mais fácil o caminho destes e de outros jogadores contratados para este ano, como Paulinho, Bruno Fuchs e Lucas Evangelista.
Título compra paz para os demais torneios
Dada a exigência cada vez mais intensa da torcida do Palmeiras, esse período pode até ser curto. Mas, de fato, em especial por ser contra o Corinthians, levantar o título vai trazer uma época de paz ao clube.
Por exemplo: o Verdão estreia no Campeonato Brasileiro no domingo (30), contra o Botafogo, em casa. Perder depois de ganhar o Paulistão será ruim, mas ok, diante da alegria da quinta-feira.
Por outro lado, se o time sai de Itaquera sem o troféu, uma derrota já configura um princípio de crise. Seria a terceira derrota seguida da equipe. Sequência que faria o time estrear na Copa Libertadores contra o Sporting Cristal, na quinta-feira (3), no Peru, bem pressionado.
E a paz conquistada com o título nem é apenas para o curto prazo. Até que o time seja eliminado de algum torneio maior, ganhar o Paulistão será um salvo-conduto perene para o time de Abel Ferreira — como foi por um bom tempo em 2024.