Brasil

Por que, além do óbvio, ganhar o Paulista se tornou uma necessidade no Palmeiras?

Palmeiras vai a Itaquera com a obrigação de reverter a vantagem conquistada pelo Corinthians no primeiro jogo da decisão

De todos os títulos que o Palmeiras vai disputar em 2025, o do Campeonato Paulista é, de longe, o menos desejado pela coletividade palestrina.

Mas as circunstâncias nas quais o clube chega à final do torneio nesta quinta-feira, às 21h35, na Neo Química Arena, transformaram em necessidade o que era até descartável.

O Palmeiras vai à casa do Corinthians em desvantagem e com uma quase obrigação de reverter o 0 a 1 da partida de ida para disputar o troféu — no tempo normal ou nos pênaltis.

Porque, devido a uma série de fatores, ganhar o torneio deixou de ser um objetivo por si só e se tornou algo muito mais amplo.

O óbvio: é contra o Corinthians

Não há palmeirense que desconheça o teorema: “Toda ação positiva para o Corinthians, ainda que não diretamente correlata, será negativa para o Palmeiras”.

E, desse modo, quando a vitória alvinegra significa automaticamente a derrota alviverde, não há nem o que se discutir.

Pode-se usar o Paulista inteiro como laboratório e escalar garotos da base e reservas por quantos jogos for necessário. Mas, se a final é contra o arquirrival, o Verdão tem a obrigação de tratar a partida como se fosse uma decisão de Copa Libertadores.

Ainda mais quando vencer significa a manutenção do alvinegro em uma fila iniciada em 2019, justamente em um Paulistão.

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Conquista referenda reconstrução

Após anos de mesmice, o Palmeiras de 2025 rompeu com algumas peças que pareciam eternas no clube, como Rony, Atuesta, Zé Rafael e Gabriel Menino — além de outras que fizeram água em pouco tempo, como Rômulo, Caio Paulista e Lázaro.

Ganhar o Paulistão será uma chancela a essa grande mudança estrutural levada a cabo pela diretoria e pela comissão técnica.

Por outro lado, uma derrota pode dar a alguns a sensação de que saíram mais jogadores do que era necessário.

Reforços também vão receber chancela

Apresentação de Paulinho, novo atleta da SE Palmeiras, na Academia de Futebol, em São Paulo-SP. (Foto: Fabio Menotti/Palmeiras/by Canon)

“Jogador bom é jogador campeão”, diz uma batida frase do futebol. Que, se, por um lado, não é inteiramente verdadeira, tem lá sua dose de realidade.

Dos prováveis titulares contra o Alvinegro, quatro são reforços trazidos para esta temporada: Micael, Emi Martínez, Facundo Torres e Vitor Roque.

Assim como dar selo de qualidade ao processo de dispensa das peças citadas no item anterior, o título tornará muito mais fácil o caminho destes e de outros jogadores contratados para este ano, como Paulinho, Bruno Fuchs e Lucas Evangelista.

Título compra paz para os demais torneios

Dada a exigência cada vez mais intensa da torcida do Palmeiras, esse período pode até ser curto. Mas, de fato, em especial por ser contra o Corinthians, levantar o título vai trazer uma época de paz ao clube.

Por exemplo: o Verdão estreia no Campeonato Brasileiro no domingo (30), contra o Botafogo, em casa. Perder depois de ganhar o Paulistão será ruim, mas ok, diante da alegria da quinta-feira.

Por outro lado, se o time sai de Itaquera sem o troféu, uma derrota já configura um princípio de crise. Seria a terceira derrota seguida da equipe. Sequência que faria o time estrear na Copa Libertadores contra o Sporting Cristal, na quinta-feira (3), no Peru, bem pressionado.

E a paz conquistada com o título nem é apenas para o curto prazo. Até que o time seja eliminado de algum torneio maior, ganhar o Paulistão será um salvo-conduto perene para o time de Abel Ferreira — como foi por um bom tempo em 2024.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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