Brasileirão Série A

Empate com o Grêmio deixa mensagens importantes à diretoria do Corinthians

Motivos que explicam a boa atuação e a ausência de vitória corintiana precisam ser trabalhados pela direção corintiana durante a pausa para o Mundial

Mesmo jogando melhor, o Corinthians não venceu o Grêmio, nesta quinta-feira (12), pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. 

Embora o resultado de 1 a 1 não seja de todo ruim, já que a partida foi em Porto Alegre, ele poderia ser melhor por conta das circunstâncias do jogo. 

O Timão foi melhor, sobretudo no primeiro tempo, e mereceu deixar a arena gremista com os três pontos. 

A responsabilidade pelo resultado corintiano ser pior que a encomenda, porém, foi do sistema defensivo. E nele está o primeiro recado à diretoria corintiana: o setor precisa ser reforçado. Com urgência. 

O Grêmio abriu o placar aos 28 minutos do primeiro tempo, momento em que o Corinthians dominava a partida do meio-campo para frente. 

Mas foi com um vacilo de Cacá que o atacante dinamarquês Braithwaite abriu o placar para o time gaúcho na primeira vez em que chegou ao ataque adversário. 

Em que pese o mérito da rápida e competente reposição do goleiro Tiago Volpi, encontrando o garoto Alysson pelo lado direito do ataque gremista, o zagueiro Cacá foi deixado para trás com completa facilidade. 

A demora na recomposição do lateral-esquerdo Fabrizio Angileri também comprometeu completamente o setor defensivo do Timão. 

Sorte a do Corinthians é que não demorou sequer 10 minutos para o empate sair. E com um golaço de Breno Bidon, que acertou um lindo chute de fora da área no ângulo direito de Tiago Volpi. 

Breno Bidon Corinthians Grêmio
Contra o Grêmio, Breno Bidon fez o primeiro gol dele em 2025 (Foto: EDU ANDRADE/Fatopress/Gazeta Press)

O volante, que vive temporada irregular, foi muito bem contra o Grêmio. Atuação potencializada pela presença de Rodrigo Garro. 

E nisso está o segundo recado à direção corintiana: o quanto a equipe melhora quando o meia argentino está em campo. 

Foi a terceira vez desde que ele voltou de um período de dois meses afastado para se recuperar de uma tendinopatia no joelho direito que o assombra desde a temporada passada. A primeira delas é que foi titular. E atuou 90 minutos. 

Com Rodrigo Garro, a distribuição de jogadas e o controle do meio-campo corintiano melhoraram muito, em especial no primeiro tempo. A proximidade com Bidon rendeu ao Corinthians uma criatividade maior. E até mesmo abriu o leque de opções, com Maycon aparecendo pelo lado esquerdo e tramando com Talles Magno pelo setor.

Evolução coletiva não acompanha peças individuais da zaga corintiana, que precisa ser reforçada

Um dos poucos méritos de Dorival Júnior no início de trabalho à frente do Corinthians é a evolução da equipe na parte defensiva. 

O gol sofrido contra o Grêmio foi somente o segundo nos últimos sete jogos do Timão. 

No entanto, em todas essas partidas, houve, pelo menos, um momento em que vacilos no setor defensivo colocaram tudo a perder. Em Porto Alegre, não foi diferente. A diferença foi que, desta vez, o resultado foi a equipe sofrendo um gol. 

Além do vacilo de Cacá no lance em que o Grêmio foi às redes, o companheiro dele, André Ramalho, por vezes também deixou a desejar. 

Em um dos lances, a falha de posicionamento e o atraso para impedir a investida adversária quase levou ao segundo gol de Braithwaite, já na etapa final. 

Ramalho, inclusive, recebeu o terceiro cartão amarelo e será desfalque do Corinthians na retomada pós-Copa do Mundo de Clubes, quando a equipe alvinegra receberá o Red Bull Bragantino, na Neo Química Arena. 

À diretoria e comissão técnica corintiana, a mensagem da partida de hoje é nítida de que o Timão precisa reforçar a zaga para a continuidade da temporada. 

Hoje, um atacante de lado é visto como prioridade para o mercado corintiano. A necessidade deste jogador existe, mas é similar ou até mesmo inferior a de um zagueiro que coloque o sistema defensivo da equipe alvinegra nos prumos. 

Negligenciar esse setor pode custar muito caro ao Corinthians. 

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Rodrigo Garro não pode ser negociável na janela de transferências

Diferentemente da diretoria afastada que batia o pé para manter a base do elenco, o grupo que administra o Corinthians de forma interina está muito preocupado com a saúde financeira do clube

Com isso, é grande a possibilidade de que atletas importantes sejam negociados em caso de propostas com altos valores. 

No entanto, pensando no aspecto técnico, isso não pode valer para Rodrigo Garro. 

A queda de rendimento do Corinthians esteve atrelada ao período em que o meia esteve parado, em recuperação da tendinopatia patelar no joelho direito. 

E a atuação do argentino durante 90 minutos em Porto Alegre já mostrou o quanto a qualidade dele potencializa o restante da equipe. 

Rodrigo Garro deu um frescor ao meio-campo do Corinthians, aumentando as alternativas de jogadas, fazendo uma boa dupla com Breno Bidon e permitindo até mesmo Maycon aparecer com qualidade pelo lado esquerdo. 

É muito fácil falar sem o peso da caneta e as responsabilidades de sanar dívidas e dar respiro financeiro ao time. Mas negociar Rodrigo Garro na próxima janela de transferências prejudicará muito tecnicamente o Timão para o restante da temporada.

Foto de Fábio Lázaro

Fábio LázaroSetorista

Nascido em Santos, criado em São Vicente e entregue a São Paulo. Na Trivela desde junho de 2024, como setorista do Corinthians. Passagem pelo Lance! entre fevereiro de 2020 e maio de 2024, onde cobriu Santos e Corinthians. Por lá, também coordenou pautas e estratégias digitais. Atualmente, também é comentarista no programa Esporte por Esporte, da TV Santa Cecília.
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