Brasileirão Série A

O Atlético-MG lamentou a necessidade de ser protagonista, e isso explica tudo

Auxiliar de Felipão no Atlético-MG, que esteve na beira do campo contra o Vasco, lamentou gol sofrido logo no início do duelo no Maracanã

O Atlético-MG foi derrotado pelo Vasco no fim de semana, em duelo da primeira rodada do returno do Campeonato Brasileiro. O Galo levou o gol cedo e não conseguiu criar muito para chegar pelo menos no empate. O auxiliar técnico do clube lamentou que o time precisou ser protagonista, o que explica o fracasso na temporada.

Tínhamos um planejamento. Quatro minutos de jogo e tivemos a infelicidade de levar o gol. Quando você toma um gol logo no início, toda a estratégia que você planeja, vai por água abaixo. Houve uma inversão de papéis: o Vasco passou a nos esperar, e a nossa equipe também mudou de estratégia, sendo obrigada a ser protagonista das jogadas de ataque”.

Pode ter sido sem querer, mas Carlos Pracidelli, o auxiliar de Felipão – que estava cumprindo suspensão nesse jogo -, entregou a resposta de porque o time do Atlético não tem sequer uma perspectiva de melhora com a comissão do experiente treinador.

O Atlético ter entrado em campo com o pensamento de não ser protagonista contra o Vasco que, por mais que seja um dos maiores clubes do Brasil e tenha se reforçado na última janela, entrou em campo como o 19° colocado do Brasileirão, explica bem o motivo do ano ser um fracasso, com quedas precoces nas principais competições, desempenho pífio no Brasileiro e enxurrada de críticas pra cima da diretoria.

Se o Galo não pretende dominar o penúltimo colocado da competição, certamente também não entra em campo pensando em dominar os 17 clubes que estão acima desse. Se um clube não se impõe, ele ainda pode vencer, mas já ficou provado que é mais fácil conseguir a vitória tomando as ações do jogo.

Além disso, o jogo era importante para o Atlético recuperar os três pontos perdidos em casa no primeiro turno. Na projeção atleticana, que é feita no início da temporada ou antes do começo das competições, sem dúvidas contavam com uma vitória no Mineirão contra o Vasco. Agora, por esse medo de ser protagonista, o Galo deixa não só três, mas sim seis pontos para trás.

Estratégia deu errado rápido e o Atlético não mudou

Antes de lamentar que o Atlético teve que ser protagonista da partida na fase ofensiva, Carlos Pracidelli explicou porque Edenílson, que é um meia com características mais defensivas, foi escolhido para a vaga do suspenso Pavón, atacante bem ofensivo.

— Estudamos a equipe do Vasco e sabíamos que o lado mais forte era o do Piton. A opção de Edenilson foi porque ele teria uma “força maior” para o confronto contra ele.

Só que a ideia da comissão de Felipão de colocar Edenilson para marcar Piton caiu por terra com quatro minutos. Já que o cruzamento do gol do Vasco saiu justamente dos pés do lateral-esquerdo, enquanto ele estava sendo marcado por Edenilson. Oito minutos depois, novamente marcado por Ed, Piton cruzou na cabeça de Vegetti, que acertou o travessão. Ou seja, em 12 minutos, a estratégia do Galo já se mostrou frágil.

Apesar disso, Pracidelli deixou Edenilson em campo até o apito final. O meia ficou em campo enquanto Battaglia, Igor Gomes, Saravia e Paulinho deixaram o gramado. No fim, ele estava atuando de lateral-direito. Mas, independente da posição em campo, ele não teve atuação que justificou ter sido o escolhido para ficar em campo, enquanto jogadores de mais qualidade e criatividade, que é o que o Galo precisava, deixaram o gramado.

Edenilson não conseguiu reporudizr em campo a estratégia revelada por Pracidelli, de marcar Piton (SUSA/Icon sport)

Histórias repetidas na curta e péssima trajetória de Felipão

O Atlético não querer ser protagonista de um jogo não é novidade desde que Felipão assumiu o clube. Há duas semanas, no segundo jogo contra o Palmeiras pela Libertadores, quando o Galo precisava de pelo menos um gol para não ser eliminado, o time simplesmente abdicou de atacar durante todo o primeiro tempo. Mal passando do meio campo. No segundo, criou apenas uma chance clara e nada mais. O time do experiente treinador não conseguiu, em momento algum, mostrar superioridade e atacar o adversário, mesmo o alviverde recuando na segunda etapa.

Nas únicas duas vitórias do Atlético com Felipão, que já soma 13 jogos no comando do time, o time também não conseguiu ser protagonista. Na primeira, contra o São Paulo, o Galo ganhou com bolas paradas, uma falta de Hulk e um pênalti de Pavón, e mostrou que podia tentar ser eficiente. Mas hoje fica claro que esse jogo foi um acaso e não um ponto de partida ou evolução. Já no segundo, contra o Bahia, em pleno Mineirão, fez um jogo morno, também sem protagonismo, mas com mais três pontos.

No Atlético, Felipão tem aproveitamento de apenas 28% no geral. No Brasileirão, esse aproveitamento sobe para 30%, o que só é melhor que os números de Vasco (28%), Coritiba (23%) e América (17%) na competição. Ou seja, com ele no comando, o Galo tem aproveitamento de rebaixado.

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Atlético precisa ser protagonista no próximo jogo

O Atlético de Felipão pode não gostar ou não querer ser protagonista dos jogos que disputa, mas, na próxima rodada, ele e o seu time tem a obrigação de serem protagonistas. Isso porque o duelo contra o Santos, no domingo (27), vai marcar a inauguração oficial da Arena MRV, o tão sonhado estádio do clube.

O Galo precisa se impor nessa partida para já mostrar de cara quem é o dono da casa e porque ela pode fazer tanta diferença para o clube. O Santos, assim como o Vasco, é um time gigante, mas que está na zona de rebaixamento. Se o Atlético lamentar que mais uma vez teve que protagonizar um jogo contra um time de Z4, dessa vez como mandante, na estreia de sua casa, é um sinal claro de ele não buscar o protagonismo com essa comissão e assim vai estar sempre mais distante das vitórias.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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