No pior momento da temporada, o Atlético-MG, que não vence há oito jogos, busca recuperação. Para isso, o torcedor cobra reforços e mudanças, mas isso não deve acontecer no time, como explicou o diretor Rodrigo Caetano.
Em coletiva nesta quinta-feira (27), Rodrigo Caetano comentou sobre o momento ruim do Atlético, dizendo que todos no clubes estão “frustrados, descontentes e indignados” com isso: “Não estamos na posição que o Galo se preparou para estar. Dos últimos 21 pontos, conquistar três é um recorte de uma campanha pífia”. Para ele, reverter esse quadro só será possível absorvendo as “justas” críticas, trabalhando e conversando muito.
Momento de Felipão
Felipão chegou ao Atlético há pouco mais de um mês e ainda não venceu no comando do clube, com quatro empates e três derrotas. O experiente treinador chegou para substituir Eduardo Coudet, que em atrito com a diretoria deixou o Galo. No entanto, os dois treinadores têm visões diferentes do futebol, que faz com que Felipão precise “destruir” o que foi feito pelo argentino para construir o que ele deseja. Nesse ponto, Caetano entende que o alvinegro está pagando a conta:
— É natural que ele faça ajustes conforme a sua visão de modelo de jogo, mas não significa que os atletas tenham só um estilo de jogo. Mas esse período de transição requer tempo e estamos pagando essa conta. O trabalho recente do Felipão é muito bom, e a gente entende que, mesmo com um elenco moldado para o ex-treinador, ele tem condições de adaptar e fazer as modificações.
Apesar dos resultados ainda não terem sido positivos, Caetano cita que Felipão está “engajado com o projeto” e satisfeito com o elenco que tem, buscando no momento um melhor encaixe para retomar as vitórias e a confiança do time.
A sequência sem vitórias do Galo
- Atlético 1×1 Bragantino (ainda com Coudet)
- 1×1 Fluminense
- 1×2 Fortaleza
- 1×1 Libertad
- 2×2 América
- 0x1 Corinthians
- 0x0 Goiás
- 0x1 Grêmio
O Atlético vai contratar?
Questionado se haverá algum investimento nesta última semana de janela de transferências para ajudar a passar por essa fase ruim, Rodrigo Caetano foi bem claro ao dizer que confia no elenco e que são esses mesmos jogadores que precisam reverter a situação, e que uma aquisição só se for em um modelo específico:
— Se for possível e estiver dentro do nosso orçamento, não vamos medir esforços. Agora, contratar para compor elenco, ou qualquer tipo de aposta, não vamos fazer. Compreendo e respeito a pressão e as críticas, mas não vamos onerar mais o clube e trazer um jogador que, no nosso entendimento, não agregará.
O diretor citou ainda o espaço que os jovens jogadores da base estão ganhando, e que é melhor apostar neles do que em jogadores que podem chegar sem garantia de rendimento e venda futura. Uma aquisição agora só irá acontecer se eles entenderem que o atleta pode render tanto em campo quanto financeiramente futuramente.
Um nome fortemente ventilado no Atlético é do atacante Rodrigo Muniz, do Fulham, da Inglaterra. O jovem revelado pelo Flamengo é mineiro e atleticano, mas para contar com ele, o Galo teria que desembolsar um valor que está completamente fora da realidade do clube. Por conta disso, a negociação é difícil e não deve acontecer.
O Atlético vai vender mais?
Rodrigo Caetano citou que agora o Atlético está cumprindo rigorosamente o orçamento estabelecido, já que negociou Nathan Silva (Pumas-MEX), Allan (Flamengo) e Dodô (Santos) para aliviar o caixa e a folha salarial. Ele afirma que novas saídas estão descartadas no momento, até pelo pouco tempo para reposição:
— Talvez a nossa maior contratação daqui pra frente seja a manutenção do elenco, não perder mais ninguém. O clube já fez as saídas necessárias para atender o orçamento. A avaliação é que temos elenco para competir nas competições que restam.
O questionamento ao diretor se deu por conta de rumores de alguns clubes estrangeiros interessados no jovem Rubens. Mas Caetano garantiu que chegaram apenas algumas sondagens, mas nada concreto, e que, mesmo se chegar proposta, não vão vendê-lo agora.
Rodrigo Caetano fica no Atlético?
Os resultados ruins pelo segundo ano seguido podem dar fim a passagem de Rodrigo Caetano como diretor de futebol do Atlético. Além disso, o clube se transformará em SAF, o que acarreta em mudanças administrativas, mesmo que os compradores sejam os mesmos que já estão à frente do clube hoje e possuem boa relação com o diretor.
— Tenho contrato, mas temos conversado sobre continuidade ou não. É uma avaliação que não depende só de mim. Futebol é pautado nos resultados e isso não vai mudar nunca. Penso que não é o momento de definir isso, mas o meu desejo pessoal é permanecer.
