Brasil

Atlético-MG: Intervenções na Arena MRV custam mais caro do que vendas de Zaracho e Battaglia

O custo das obras na casa do Galo gira em torno de R$ 35 milhões

As vendas de Matías Zaracho e Rodrigo Battaglia para Racing e Boca Juniors, respectivamente, incomodam muitos torcedores do Atlético-MG principalmente pelas baixas cifras que o clube receberá nos negócios.

De acordo com a “Itatiaia”, as duas vendas somadas totalizam cerca de R$ 27 milhões, valor que não paga nem as intervenções que o Atlético está fazendo na Arena MRV.

Bruno Muzzi, CEO do Atlético, confirmou ao “ge” que o custo para a troca de gramado para o sintético terá um custo de R$ 13 milhões e, segundo Lucas Tanaka, especialista em mercado do Galo, o preço para a resolução da acústica será em torno de R$ 22 milhões. Portanto, somando as duas intervenções, o clube terá que desembolsar algo em torno de R$ 35 milhões.

A intervenção para melhora da acústica ainda não saiu do papel. O Atlético está em fase final de fornecedores para a inserção de uma chapa de aço, que fica no forro superior da cobertura do estádio. A original possui furos, impactando negativamente no som. A nova será lisa e fará o som da torcida reverberar.

Arena MRV, estádio do Atlético
Arena MRV, estádio do Atlético (Pedro Souza/Atlético)

Motivo das vendas de Battaglia e Zaracho por preço baixo

De acordo com a “Itatiaia”, um dos fatores que fez o Atlético topar vender os dois meias por um valor baixo é o tempo de contrato de ambos. Eles tinham vínculo com o Galo até o segundo semestre de 2025 e poderiam assinar um pré-contrato com qualquer clube a partir de março de junho, respectivamente.

Ainda segundo a rádio, Battaglia começou a demonstrar insatisfação no Atlético a partir da final da Libertadores de 2024, em novembro, em que o Botafogo venceu o Galo por 3 a 1 mesmo com um jogador a menos desde o primeiro minuto da partida.

Pela Fifa, Battaglia poderia pedir uma rescisão indireta para assinar com outro clube por conta da idade — 33 anos, o que resultaria numa quantia aquém do esperado pelo Atlético — cerca de R$ 3 milhões.

Por isso, o Galo optou por vender Battaglia ao Boca Juniors por 2 milhões de dólares. A vontade do jogador de jogar no clube argentino também pesou na negociação.

Quanto a Zaracho, o Atlético tentava a renovação contratual desde o início do ano passado, mas não obteve sucesso. Por conta das lesões, o meia jogou apenas 33 das 73 partidas do time na temporada passada e o clube considerou que renovar com o jogador de 26 anos seria uma movimentação de risco, levando em consideração um alto salário e luvas elevadas.

Outro ponto é que a cada ano, o Atlético era obrigado a pagar R$ 1,8 milhão ao Racing por força contratual. Também foi considerada a vontade de Zaracho retornar ao clube que o revelou.

Em entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda-feira (13), o diretor de futebol do Atlético, Victor Bagy, explicou as saídas de Battaglia e Zaracho.

— Eram situações complexas. Battaglia, dobramos o valor investido em dois anos. Diante do desejo dele, situações familiares, entendemos que houve uma compensação financeira por isso — pontuou Victor.

O diretor ainda revelou as dificuldades de comunicação com Zaracho na tentativa de renovar o contrato do atleta.

— Tínhamos um contrato que nos deixava fragilizado. Estamos desde março de 2024 tentando a renovação. Fizemos uma proposta inicial, que consideraram abaixo. Tentamos por inúmeras vezes nos reunir com o representante dele, mas nunca nos respondeu, nem enviou uma contraproposta. Isso demonstrou uma falta de respeito, deslealdade — contou o diretor do Atlético.

Victor disse ainda que havia marcado uma reunião como representante de Zaracho na véspera do jogo contra o River Plate pela semifinais da Libertadores, mas o agente não compareceu.

— Fizemos uma nova proposta, não respondeu. Entreguei nas mãos do Zaracho, não nos retornou. Todos os esforços foram feitos. Tivemos uma proposta do Racing, tínhamos 50% do atleta. Foi uma maneira de ter uma recompensa financeira. Entendemos que era o momento de fazer esse movimento. Virar essa página — concluiu.

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“Saldão” do Atlético-MG

Paulinho Palmeiras
Paulinho anunciado como novo reforço do Palmeiras (Foto: Twitter/Palmeiras)

O Atlético já encaminhou oito saídas para 2025 e o número por aumentar, já que Igor Rabello é tratado como negociável pelo clube. Pelo lado contrário, apenas dois reforços foram anunciados, Gabriel Menino e Patrick, ambos envolvidos na venda de Paulinho ao Palmeiras.

Oito saídas confirmadas do Atlético:

  • Rodrigo Battaglia: vendido ao Boca Juniors por R$ 6 milhões
  • Zaracho: vendido ao Racing por R$ 12,2 milhões
  • Maurício Lemos: será emprestado ao Vasco
  • Paulinho: vendido ao Palmeiras por R$ 115 milhões
  • Matheus Mendes: emprestado para o América-MG
  • Eduardo Vargas: não renovou contrato
  • Alan Kardec: não renovou contrato
  • Mariano: não renovou contrato

Quem chega ao Atlético?

Tomás Cuello, do Athletico-PR (Foto: Imago Images)
Tomás Cuello, do Athletico-PR (Foto: Imago Images)

Atrasado no mercado, o Atlético tem colecionado “nãos” nesta janela de transferências. Levou mais de 20 dias para receber uma resposta negativa do técnico Luís Castro e anunciou Cuca. Desde então, nenhum reforço foi confirmado, o que já preocupa o novo treinador, de acordo com Tanaka.

O Atlético tentou a contratação do atacante Arthur, do Zenit, mas o valor pedido pelo clube russo não está na realidade alvinegra. Portanto, a bola da vez é Tomás Cuello, do Athletico-PR. De acordo com o “ge”, o clube mineiro vai desembolsar cerca de R$ 36 milhões para contar com o atleta de 24 anos. É possível que o Galo envolva Brahian Palacios e Igor Rabello na negociação.

O lateral-direito Natanael, do Coritiba, é mais um nome que deve ser anunciado pelo Atlético em breve. A negociação gira em torno de R$ 7 milhões.

Foto de Romulo Giacomin

Romulo GiacominRedator de esportes

Formado em Jornalismo na UFOP, passou por Mais Minas, Esporte News Mundo, Estado de Minas e Premier League Brasil. Atualmente, escreve para a Trivela.
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