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Atlético-MG aprova aporte de R$ 200 milhões na SAF: para onde vai o dinheiro?

Conselho do Atlético aprovou um novo aporte milionário para o clube, que já pensa o que fazer com o dinheiro

Na noite de segunda-feira (26), o Conselho Deliberativo do Atlético-MG aprovou um novo aporte, no valor de R$ 200 milhões, que vai entrar na SAF do clube. Com esse novo valor, há também uma nova divisão entre os sócios do clube-empresa, e ele deve ser destinado em sua maioria para abatimento de dívidas, mas também pode ajudar as categorias de base e a Cidade do Galo.

O novo aporte de R$ 200 milhões foi feito através do FIP Galo Forte, fundo de investimentos administrado pelo empresário Daniel Vorcaro, CEO e sócio-majoritário do Banco Master. Com isso, ele passa a ser o segundo com mais porcentagem do clube-empresa Atlético. Vale ressaltar que essa ação não interfere nos 25% que a associação ainda tem do Galo, e mexe apenas nos 75% que já eram da SAF, ficando da seguinte forma:

  • Rubens Menin e Rafael Menin – 41,8%
  • Ricardo Guimarães – 6,3%
  • FIP Galo Forte – 20,2%
  • FIGA (fundo de investimentos aberto) – 6,7%
  • Associação: 25%

Para onde vai o novo aporte do Atlético?

A maior parte dos R$ 200 milhões vão ter o mesmo rumo que o primeiro aporte, de mais de R$ 600 milhões, teve: abatimento de dívidas. Foi o que revelou o CEO atleticano, Bruno Muzzi, na saída da reunião que aprovou a mudança e o “novo dinheiro”.

– É mais um aporte importante para nós, bem significativo. Isso mostra a confiança no trabalho da SAF, como a gente tem tentado reestruturar o clube. Esse valor, assim como os anteriores, estamos destinando a maior parte para a redução do endividamento, o controle dos juros — disse Muzzi.

No entanto, a ideia é não usar tudo em dívidas. Com o apoio do presidente Sérgio Coelho, Muzzi levará a proposta ao Conselho de Administração da SAF do Atlético, que é o grupo que toma, em conjunto, as ações no clube agora, a ideia usar parte do dinheiro em outras duas questões.

– Parte do valor vamos levar para o Conselho de Administração da SAF ver se consegue usar para investimento na base, para aquisição de atletas. Para ver também se consegue implementar parte do projeto de reforma do CT, que é subir o Centro de Excelência para os campos cinco, seis e sete da Cidade do Galo — afirmou o CEO.

Em entrevista à Rádio Itatiaia, Sérgio Coelho corroborou com o desejo de Muzzi sobre os investimentos nas categorias de base do Atlético: “Um pouco também para a gente começar a investir na compra de atletas da base, de 14, 15 anos, que se destacam em outros clubes. Vamos fazer esse pedido, levar essa proposta ao Conselho de Administração, vamos ver se a gente consegue”.

Desde que a atual gestão assumiu o Atlético, o clube mudou os processos nas categorias de base e tem investido muito nos jovens cada vez mais cedo. Antes, o Galo buscava jogadores para o Sub-20, mas agora busca atletas de, no máximo 15 anos, tentando fidelizá-los e prepará-los desde cedo para jogarem no clube. Em 2023, do Sub-15 para baixo, o Alvinegro teve muito sucesso, mas ainda pecou demais nas categorias que “mais aparecem”, que são a Sub-17 e a Sub-20.

Além da base, o presidente atleticano ainda afirmou que, independente do aporte, o Atlético tem estudado o mercado e tentado fechar com boas oportunidades, sempre buscando jogadores com o perfil que a SAF nunca escondeu quais são: jovens promissores com capacidade de entregar em campo e ainda renderem financeiramente, ou atletas que cheguem prontos para serem titulares.

Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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