Ásia/Oceania

Roberto Mancini recebeu a famosa proposta irrecusável para ser treinador da Arábia Saudita

Duas semanas depois de deixar a Itália, Mancini é anunciado pela seleção que tentará encerrar jejum de 30 anos na Copa da Ásia em janeiro

Roberto Mancini deixou a seleção italiana, abrupta e inesperadamente durante um fim de semana, citando motivos pessoais e, posteriormente, divergências com o presidente da federação, Gabriele Gravina. E quase imediatamente surgiram os primeiros rumores de que receberia uma proposta milionária para treinar a Arábia Saudita. E não é que recebeu mesmo? O técnico campeão europeu foi anunciado nesta segunda-feira, com contrato até 2027 e um salário gigantesco.

Treinadores de seleções, mesmo das principais, não costumam ganhar tanto – relativamente falando, claro. Hansi-Flick, da Alemanha, e Gareth Southgate, da Inglaterra, estão entre os mais bem pagos, com vencimentos anuais de € 5,5 milhões (segundo o Bild) e até € 7 milhões (de acordo com o Guardian), respectivamente. Tite levava menos de € 4 milhões no Brasil. Roberto Mancini receberá, se meus cálculos estiverem corretos, mais: € 25 milhões por ano, segundo a imprensa italiana.

A Arábia Saudita está investindo pesado no futebol e buscava um treinador de renome para comandar a sua seleção, após a saída de Hervé Renard, em março, para treinar as mulheres da França. Jorge Jesus chegou a ser associado ao cargo antes de assumir o Al Hilal, novo time de Neymar.

– Estou feliz e honrado por ter sido escolhido para um cargo de tanto prestígio, como um sinal de apreciação e reconhecimento de todo o trabalho feito durante esses anos. Aceitei abraçar um novo projeto tão empolgante, fundado em uma visão compartilhada e propósito de fazer crescer o futebol nacional, bem como os jovens talentos e as futuras gerações. Acredito que também é um reconhecimento da importância do futebol italiano e, com orgulho, continuarei levando nossa cultura italiana ao mundo – disse Mancini, no Instagram.

No vídeo de anúncio, Mancini disse que é hora de “fazer história” na Arábia Saudita e a primeira oportunidade será em janeiro, quando tentará quebrar um jejum de 30 anos do país na Copa da Ásia. Entre seus objetivos, também estão a classificação à Copa do Mundo de 2026 e, principalmente, preparar a seleção para a Copa da Ásia do ano seguinte que, pela primeira vez na história, será realizada em solo saudita.

A Arábia Saudita foi uma das surpresas do Mundial do Catar ao derrotar a Argentina, futura campeã, na primeira rodada. Em seguida, porém, perdeu de Polônia e México e não conseguiu chegar às oitavas de final, mas deixou uma ótima impressão.

Por que Roberto Mancini saiu da Itália?

Sem entrar na questão financeira, que não deve ter atrapalhado, Mancini afirmou em uma entrevista ao jornal La Repubblica que ficou insatisfeito com decisões tomadas pelo chefe, o presidente da Federação Italiana, Gabriele Gravina, sobre a sua comissão técnica. Disse que precisava apenas de um sinal para continuar o trabalho que havia começado em 2018 e que entregou o título da Eurocopa, embora também tenha deixado a Itália fora de mais uma Copa do Mundo.

– O presidente Gravina vinha pensando coisas diferentes faz tempo. Assumi total responsabilidade pela decisão. Eu não me escondi. Falei com o presidente e tentei explicar minhas razões. Você já viu um presidente de federação mudar a equipe de um técnico? Há um ano que Gravina quer revolucionar isso. Eu expliquei que não podia, que no máximo poderia inserir mais alguns nomes, mas que não poderia me privar de um grupo de trabalho que funcionasse, que trabalha e ganhou a Eurocopa. Se Gravina quisesse, ele teria me segurado. Um sinal teria sido suficiente para mim e ele não o deu. Ele não queria que eu ficasse e essa situação já durava meses – afirmou.

A saída de Mancini foi especialmente surpreendente porque ele havia acabado de ganhar mais poderes dentro da estrutura da Federação Italiana ao assumir a coordenação das seleções sub-20 e sub-21.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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