Liga Saudita começa em meio a crise durante a janela de transferências
Clubes fora do grupo dos cinco grandes têm dificuldades em montar elencos competitivos
A Liga Saudita retorna nesta quinta-feira (22) em meio a uma desconfiança de que o plano de transformar a Liga Saudita em uma das maiores potências do futebol mundial sofreu um enorme revés.
A elite do futebol da Arábia Saudita conta com 18 clubes. No entanto, somente um terço deste número recebe incentivos do fundo de investimento local para melhorar sua estrutura.
Enquanto o grupo dos cinco maiores times do país, administrados pelo Fundo Soberano Nacional (PIF) esbanjam dinheiro em contratações de alto nível, os demais times do cenário tem dificuldades para formar equipes competitivas.
Al-Nassr, Al-Hilal, Al Ahli, Al-Ittihad e Al-Ettifaq alocaram 1,5 bilhão de euros nos últimos anos para trazer os melhores jogadores do futebol mundial, e assim atratividade para a liga. Os quatro primeiros recebem apoio oficial do fundo, enquanto o Al-Ettifaq possui laços familiares junto à direção do fundo.
Segundo informações do jornal espanhol AS, existe uma enorme insatisfação por parte dos outros times com o crescimento dos cinco clubes ligados ao PIF.
Ex-time de Fábio Carille, o Al-Wehda, por exemplo, tinha apenas 14 jogadores registrados em seu grupo de atletas nas últimas semanas.
Liga Saudita muda estratégia. Plano, a princípio, é esbanjar menos e planejar mais para garantir o salto de qualidade necessário.
Explicamos por que Liga da Arábia Saudita está mais quieta no mercado de transferênciashttps://t.co/Ese8N1FJW9
— Trivela (@trivela) July 20, 2024
Al-Qadsiah tenta se tornar mais um super rico da Liga Saudita
Ligado a empresa Aramco, uma das petroleiras mais renomadas do mundo, o Al-Qadsiah luta para fazer o grupo dos mais poderosos da Liga Saudita aumentar de cinco para seis.
Promovido à primeira divisão nesta temporada após vencer o campeonato de acesso em 2023, a equipe comandada pelo técnico Michel (ex-Olympiacos), contratou Nacho Fernández, ex-Real Madrid, e Pierre-Emerick Aubameyang.
Além dos veteranos, o Al-Qadsiah contratou Equi Fernández, do Boca Juniors, que jogou a Olimpíada pela seleção argentina
Este, no entanto, é o único time com estrutura financeira suficiente para tentar competir com o grupo mais rico da liga.
No mais, todos os times fazem papel de coadjuvante no cenário árabe, e lutam para tentar manter a competitividade de um cenário cada vez mais desigual.
Times apoiados pelo PIF dominaram nos últimos dois anos
Nos últimos anos, a força do investimento do Fundo Soberano Nacional se traduziu nos resultados das principais competições de futebol da Arábia Saudita.
O Al-Hilal venceu a última Saudi Pro League de forma invicta (31 vitórias e 3 derrotas), quebrando recordes, enquanto Al-Nassr e Al-Ahli fecharam o top 3.
O Al-Tawwoun, treinado por Péricles Chamusca, até conseguiu se intrometer na conversa, terminando em quarto lugar, pegando a última vaga na Champions League Asiática.
A temporada anterior, a primeira após o advento financeiro da competição, teve o Al-Ittihad como vencedor, seguido por Al-Nassr e Al-Hilal.