Mais jovens, mais baratos: o novo perfil de contratação da Arábia Saudita
Clubes da Saudi Pro League procuraram jogadores mais promissores para desenvolver ainda mais o futebol local
Os clubes da Saudi Pro League, primeira divisão da Arábia Saudita, mudaram seu perfil de contratação nesta janela de transferências, encerrada no último dia 2 de setembro.
Diferente do que fez em 2023, as equipes olharam com mais cuidado ao mercado, e optaram por jogadores mais jovens.
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Com isso, os times gastaram praticamente metade do valor investido na última temporada, mas continuaram investindo firme para aumentar a competitividade da liga.
Ao todo, os times da elite do futebol saudita investiram aproximadamente 414 milhões de euros (cerca de R$ 2,5 bilhões).
Valor bem diferente dos 977,4 milhões (mais de R$ 6 bilhões) aplicados no último ciclo. Em termos práticos, a diferença no investimento foi de 56,7%.
A média de idade das dez contratações mais caras do futebol árabe nesta janela é de 24,4 anos. Idade inferior aos 28 anos do mesmo grupo contratado em 2023 e que contou com nomes como Neymar, Fabinho, Mané e Mahrez.
Moussa Diaby, de 25 anos, foi o reforço mais caro deste período de transferências do futebol árabe. Ao todo, o Al-Ittihad gastou 60 milhões de euros (R$ 373,4 milhões) para tirar o ponteiro francês do Aston Villa.
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Em comparação, em 2023, o Al-Hilal pagou 100 milhões de euros para contratar Neymar. Otávio, que veio do Porto, e Malcom, do Zenit, custaram 60 milhões de euros cada, para Al-Nassr e Al-Hilal.
Aumento no limite de estrangeiros causou economia maior aos clubes
No fim de 2023, a Federação de Futebol Saudita determinou a ampliação do limite de estrangeiros inscritos por time para a disputa da Saudi Pró League desta temporada.
O número passou para dez jogadores nascidos fora da Arábia Saudita. No entanto, dois jogadores deste grupo precisam ter 21 anos ou menos.
A redução no valor gasto pelos times da liga saudita passa por este aumento de jogadores estrangeiros por clube.
Em 2023, boa parte das equipes alcançou o teto de estrangeiros em seus elencos, muitos com contratos de um ou mais anos de duração a cumprir.
Sendo assim, os clubes seriam obrigados a liberar seus jogadores mais antigos para trazer novos atletas. Isso significaria negociá-los com outros times ou pagar rescisões de contrato altíssimas.
Jogador | Clube | Idade | Valor |
---|---|---|---|
Moussa Diaby | Al-Ittihad | 25 anos | 60 milhões de euros |
Mohamed Simakan | Al-Nassr | 24 anos | 45 milhões de euros |
Ivan Toney | Al-Ahli | 28 anos | 42 milhões de euros |
Marcos Leonardo | Al-Hilal | 21 anos | 40 milhões de euros |
Moteb Al-Harbi | Al-Hilal | 24 anos | 28,9 milhões de euros |
João Cancelo | Al-Hilal | 30 anos | 25 milhões de euros |
Ezequiel Fernández | Al-Qadsiah | 22 anos | 18,7 milhões de euros |
Bento | Al-Nassr | 25 anos | 18 milhões de euros |
Wesley | Al-Nassr | 19 anos | 18 milhões de euros |
Cameron Puertas | Al-Qadsiah | 26 anos | 15 milhões de euros |
Clubes da Saudi Pró League que mais gastaram na janela
- Al-Ittihad: 96,7 milhões de euros
- Al-Hilal: 93,9 milhões de euros
- Al-Nassr: 85,3 milhões de euros
- Al-Qadiah: 79,2 milhões de euros
- Al-Ahli: 51 milhões de euros.
Esta mudança na perspectiva de investimento dos clubes sauditas visa dar espaço para novos talentos do futebol internacional, e desenvolver ainda mais a modalidade no país.
Os responsáveis pelo futebol árabe desejam fazer deste, um projeto de longo prazo, e não um processo efêmero do qual poucos se lembrarão no futuro.
Sauditas usam outros mercados emergentes como exemplo
O fracasso do Catar na última Copa do Mundo, a falta de eficiência dos times dos Estados Unidos nos torneios da Concacaf, e o insucesso comercial dos chineses são exemplos que os árabes não querem seguir na construção do seu projeto futebolístico.
Portanto, os times da Saudi Pró League mudaram seu perfil de contratação e investiram em jogadores mais promissores, a fim de dar nova vida aos seus elencos.
Atletas mais jovens tem ambições esportivas diferentes de jogadores mais experientes, e podem manter o nível competitivo do país tanto em sua liga, como em competições continentais.