‘Mole’ na Sul-Americana, Botafogo vai precisar segurar pressão e manter o embalo no Brasileiro
Com a queda na Sul-Americana, Botafogo tem 17 partidas até o fim do ano para poder garantir o título do Campeonato Brasileiro
Apesar de desperdiçar a oportunidade de chegar na semifinal de uma competição internacional, a eliminação do Botafogo na Copa Sul-Americana parece ter gerado um certo alívio no clube. Agora, o time de Bruno Lage tem 17 partidas pela frente para confirmar o título do Campeonato Brasileiro, onde o time lidera com uma significativa folga de 11 pontos sobre o vice-líder Palmeiras. Com apenas uma competição pela frente, o Glorioso agora vai ter tudo para voltar a conquistar o Brasileirão. E o time vai precisar lidar com essa pressão e seguir embalado.
A diretoria do Botafogo, jogadores e técnicos (tanto Luís Castro como Bruno Lage) não confirmam publicamente que o clube estava com o foco voltado para a o Campeonato Brasileiro. Mas as escalações utilizadas e, principalmente, as atuações e postura do time indicavam um perceptível menor interesse pela Copa Sul-Americana. E, de certa forma, era compreensível. Mesmo utilizando muitos reservas em diversos jogos, o clube conseguiu chegar nas quartas de final.
Mas, perto de uma semifinal internacional, era de se esperar ao menos um ímpeto maior na busca por seguir na briga pelos dois títulos possíveis neste segundo semestre. Afinal, mesmo com começando com oito reservas no Nilton Santos, o Botafogo teve chances de sair com um resultado melhor. Nada garante, é claro, que uma vitória viria se estivesse com os titulares. Mas certamente essa probabilidade aumentaria. E isso poderia ter sido testado, ainda mais com a grande vantagem no Campeonato Brasileiro.
Na Argentina, Bruno Lage tentou corrigir o erro do primeiro jogo e começou a partida com sete titulares. Mas novamente a atuação ficou abaixo do esperado e Bruno Lage ainda errou em algumas substituições na segunda etapa, principalmente ao tirar Marlon Freitas e Danilo Barbosa. Assim, o Botafogo saiu derrotado pela primeira vez depois de uma longa sequência de 19 jogos sem perder e acabou eliminado da Sul-Americana.
Não se trata, agora, de dizer que “Brasileiro é obrigação”, como algumas torcidas costumam exigir após eliminações traumáticas. Até porque, é claro, a queda na Sul-Americana, aparentemente, não foi um grande problema até mesmo para parte da torcida. Mas a pressão para evitar uma queda de rendimento no Campeonato Brasileiro será maior. E o primeiro teste depois da eliminação será logo o clássico com o Flamengo, no sábado, às 21h, no Nilton Santos.
Marçal admite time ‘mole' em eliminação na Sul-Americana
Se existia alguma dúvida sobre a postura do time do Botafogo em algumas partidas na Copa Sul-Americana, o próprio lateral-esquerdo Marçal respondeu depois da derrota para o Defensa y Justicia. O capitão do time, que voltava de lesão e falhou no segundo gol dos argentinos, admitiu que o time não entrou em campo totalmente ligado.
— Com certeza (que a derrota teve um sabor amargo). Abordamos mal o jogo. Entramos um pouco moles no jogo, essa que é a verdade. Sabíamos que seria um jogo difícil. O Mister nos alertou no vestiário. Eu também falei na roda. Mas o time entrou não tão forte como de costume. Tomamos o gol, conseguimos recuperar. Estivemos melhor no final da primeira parte. Agora, tomamos o segundo gol no segundo tempo e não conseguimos buscar o empate — disse Marçal na saída de campo.
— A gente encara cada jogo como um jogo diferente, um jogo novo. Não pensamos no que passou e não vai ser diferente agora. Perdemos esse jogo, mas temos que olhar para frente. Temos jogo logo no final de semana. É encarar esse jogo como uma final, como todos os jogos daqui para frente — completou o capitão do Botafogo.
Mais gols sofridos e aproveitamento menor na Sul-Americana
Alguns números ajudam a explicar a campanha abaixo do esperado na Copa Sul-Americana. Em 12 partidas na competição, o Botafogo sofreu 10 gols. Apenas um a menos do que levou em 21 partidas no Campeonato Brasileiro. Além disso, foram quatro vitórias, sete empates e uma derrota em 12 partidas, o que representa um aproveitamento de 52,7% na competição internacional. Bem longe dos incríveis 80% de aproveitamento no Brasileirão.