A LDU administrou a vantagem e desafiará o Fortaleza na final da Sul-Americana
Depois de ganhar por 3 a 0 em Quito, a LDU conteve o ímpeto do Defensa y Justicia na Argentina e voltará a uma final continental após 12 anos
A LDU Quito está de volta à final da Copa Sul-Americana, depois de 12 anos. Os Albos serão o desafio do Fortaleza na decisão continental, que acontecerá no Uruguai. Foi uma classificação bastante tranquila dos equatorianos. A Liga de Quito tinha feito o seu dever de casa, com um baile nos 3 a 0 da partida de ida das semifinais, no Estádio Casa Blanca. Já nesta quarta-feira, bastou segurar a pressão do Defensa y Justicia na Argentina. Os anfitriões tiveram uma postura digna no Estádio La Fortaleza e lutaram bastante, com 34 finalizações no total, mas sem competência na hora de definir. A LDU chegou a tomar duas bolas na trave, mas também desperdiçou ótimas chances de anotar seu gol. O placar de 0 a 0 nem representa tão bem um jogo movimentado, mas já valeu a festa dos visitantes por seu feito.
A LDU Quito disputará sua sexta final continental. Os Albos conquistaram a Libertadores de 2008 e a Copa Sul-Americana de 2009, além da Recopa em 2009 e 2010. Na decisão mais recente, no entanto, perderam a Sul-Americana de 2011 para a Universidad de Chile. A classificação também confirma a força recente dos equatorianos no torneio continental, com a terceira final do país nas últimas cinco edições – com os troféus do Independiente del Valle em 2019 e 2022. Tirando Brasil e Argentina, é a nação mais competitiva do continente no futebol de clubes durante os últimos anos.
Defensa abafa, mas não faz
O Defensa y Justicia entrou em campo num 4-2-3-1, com Lucas Pratto no comando de seu ataque. Entre outros destaques do time estavam o goleiro Enrique Bologna e o zagueiro Tomás Cardona, além da trinca de meias formada por Gastón Togni, Nicolás Tripichio e David Barbona. Destaque do time, mas sem as melhores condições físicas, Nicolás “Uvita” Fernández ficava só no banco. Outro desfalque era o Estádio Norberto “Tito” Tomaghello, sem a capacidade mínima exigida pela Conmebol, com a realização do embate em La Fortaleza, casa do Lanús. Já a LDU mantinha uma formação bastante experiente, que incluía Paolo Guerrero na frente. Os Albos também alinhavam o goleiro Alexander Domínguez, o zagueiro Ricardo Adé e o volante Ezequiel Piovi entre suas lideranças. José Quintero e Leonel Quiñonez eram destaques nas laterais, assim como Renato Ibarra e Jhojan Julio nas pontas.
O Defensa y Justicia começou numa pressão sufocante. E parecia capaz de abrir o placar logo de cara. Aos seis minutos, Cardona mandou uma cabeçada na trave. O rebote ainda pipocou na área, até que a LDU respirasse aliviada. Os auriverdes tentavam forçar os lances, sobretudo em bolas paradas e chutes de longe. A LDU estava acuada, mas tinha recursos para causar problemas num contra-ataque. O gol só não veio aos 17 minutos por pura incompetência. Guerrero deu um presentaço para Jhojan Julio, que desperdiçou a chance cara a cara. O goleiro Bologna estava pregado, mas o tiro seguiu para fora.
O lance pareceu frear o ímpeto do Defensa y Justicia, que não conseguiu impor o mesmo abafa depois. Enquanto isso, a marcação da LDU melhorou e o time passou a proteger melhor sua área. A solução para os argentinos vinha em chutes de longe. Os anfitriões arriscavam bastante e tinham seus melhores lances com Barbona. Seriam duas pauladas do meia, já nos minutos finais, que o goleiro Alexander Domínguez conseguiu defender. Foram 13 finalizações dos auriverdes só no primeiro tempo.
Bolas na trave dos dois lados
O segundo tempo não mudou de figura. O Defensa y Justicia partia para cima, mas ainda com problemas para romper a defesa da LDU. O haitiano Adé fazia um trabalho muito bom no miolo da zaga, outra vez. Mas não que os equatorianos conseguissem contragolpear. No máximo, Guerrero arriscou de longe e parou em Bologna. Os arremates eram mais constantes do outro lado, dos argentinos. Gastón Togni era quem mais chamava a responsabilidade, mas sem pontaria. Vez ou outra, Barbona também assustava, mas sem dar o mesmo trabalho ao goleiro Domínguez.
A LDU não precisava de muito para levar perigo, de qualquer maneira. Prova disso aconteceu aos 26 minutos, quando Guerrero pegou de chapa uma bola solta fora da área e estalou a trave. O volume de jogo do Defensa y Justicia significava pouco. E quase a situação se tornou pior aos 35, quando Mauricio Martínez fez uma jogadaça pela LDU. Deu até caneta em Cardona, mas parou numa defesa providencial do goleiro Bologna. Do outro lado, nem a sorte ajudava o DyJ, quando Andrés Ríos tentou a cabeçada e acertou o travessão aos 36. Não era o dia dos auriverdes. E isso se confirmaria na defesaça de Domínguez contra Pratto aos 39. O Defensa insistiu até os últimos instantes, mesmo que alguns de seus jogadores sequer contivessem as lágrimas antes do apito final. Entre eles, o talentoso Uvita Fernández, que sequer entrou em campo. José Enrique Angulo ainda poderia ter garantido outra vitória à LDU nos acréscimos, mas mandou por cima.
A decisão da Copa Sul-Americana acontece em 28 de outubro, em Maldonado, no Uruguai. Pelo futebol apresentado, o Fortaleza pode ser considerado o favorito. A LDU Quito, de qualquer forma, tem as suas credenciais. Os Albos possuem mais tradição além das fronteiras e também muitos jogadores tarimbados no futebol de seleções. Nesta campanha, os equatorianos encararam Botafogo e São Paulo nas fases anteriores. A preocupação fica para certa vulnerabilidade da defesa e a maneira como a imposição na campanha tantas vezes ocorreu em casa. Será o último desafio antes da possível consagração inédita de um clube nordestino nos torneios continentais.