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Sete duelos do passado que serão reeditados nas oitavas da Libertadores 2023

Diante do sorteio dos mata-matas, aproveitamos para relembrar jogos do passado que se repetirão na Libertadores

Juan Román Riquelme eternizou a frase que afirma que a “Libertadores só começa nos mata-matas”. E as oitavas de final, sorteadas nesta quarta-feira, oferecerão confrontos cheios de história. Dos oito duelos, somente um nunca aconteceu antes pela competição continental: Deportivo Pereira x Independiente del Valle, algo natural pela estreia dos colombianos na atual edição. De resto, todos os embates possuem pelo menos um pé no passado. Abaixo, relembramos algumas dessas histórias.

Estes são os confrontos das oitavas de final da Libertadores 2023:

  • Atlético Nacional x Racing
  • Bolívar x Athletico Paranaense
  • Flamengo x Olímpia
  • Atlético Mineiro x Palmeiras
  • Deportivo Pereira x Independiente del Valle
  • Argentinos Juniors x Fluminense
  • Internacional x River Plate
  • Nacional-URU x Boca Juniors

Atlético Nacional x Racing (1989)

Atlético Nacional e Racing se enfrentaram apenas uma vez por competições continentais, mas num momento simbólico. Os Verdolagas venceram o duelo pelas oitavas de final da Libertadores de 1989, na qual conquistaram o primeiro título. Era o esquadrão de Francisco Maturana, que reunia lendas como René Higuita, Andrés Escobar, Luis Carlos Perea, Luis Fajardo, Leonel Álvarez e Albeiro Usuriaga. Já a Academia vinha do título da Supercopa de 1988, dirigida por Alfio Basile, com Ubaldo Fillol, Julio Orlaticoechea e Rúben Paz entre seus figurões. O Atlético Nacional venceu a ida na Colômbia por 2 a 0, gols de León Villa e Carlos Vázquez (contra). Na volta em Avellaneda, os 2 a 1 racinguistas foram insuficientes porque Felipe Pérez descontou no final. Botou os alviverdes rumo à fase seguinte, na rota do troféu.

Flamengo x Olimpia (1981)

O Olimpia é o adversário estrangeiro mais comum do Flamengo na história das competições continentais. São 16 partidas entre rubro-negros e franjeados, oito delas por Libertadores, além de quatro pela Copa Mercosul e quatro pela Supercopa. O embate mais recente foi o de mais peso, nas quartas de final da Libertadores de 2021, com goleadas do Fla por 4 a 1 e por 5 a 1. Porém, os lembrados com mais carinho pelos rubro-negros foram os primeiros, pela Libertadores de 1981. O Olimpia vinha do título inédito em 1979, enquanto o Flamengo consagrou sua geração campeã naquela edição. Foram dois empates válidos pela fase de grupos. No Rio de Janeiro, Adílio e Alício Solalinde anotaram no empate por 1 a 1. Paulo César Carpegiani estreou como treinador exatamente naquela ocasião. Depois, no Paraguai, empate por 0 a 0. Foi o resultado que gerou o famigerado jogo-desempate com o Atlético Mineiro em Goiânia.

Athletico Paranaense x Bolívar (2002)

O Bolívar esteve no caminho do Athletico Paranaense em sua empreitada na Libertadores de 2002, logo após conquistar o Campeonato Brasileiro. O Furacão de Geninho mantinha um elenco muito forte com Kleberson, Kleber Pereira, Alex Mineiro, Adriano Gabiru, Flávio e outras figuras histórias do clube. Mesmo assim, os rubro-negros terminaram surpreendidos pelos celestes e viram sua campanha acabar mais cedo na fase de grupos. Logo na estreia, o Bolívar anotou 2 a 1 na Baixada. Edgar Olivares e Joaquín Botero anotaram os gols paceños, enquanto Alex Mineiro descontou, em noite que teve Cocito expulso. Já o reencontro no Hernando Siles teve um maluco empate por 5 a 5. O Furacão chegou a abrir 5 a 1 no primeiro tempo, com dois gols de Ilan, além de outros de Adriano Gabiru, Kleberson e Dagoberto. Porém, Ilan e Adriano foram expulsos com dois amarelos. O Bolívar buscou o empate na segunda etapa, com quatro gols. As duas equipes, porém, foram eliminadas.

Fluminense x Argentinos Juniors (1985)

Fluminense e Argentinos Juniors possuem encontros recentes na Libertadores 2011, na fase de grupos. O Flu chegou a ganhar por 4 a 2 em La Paternal, com dois de Fred, e empatou por 2 a 2 no Estádio Nilton Santos. De qualquer maneira, a história que mais se sobressai é a da Libertadores 1985. Naquela época, a fase de grupos reunia os dois representantes de dois países distintos, que se digladiavam por apenas uma vaga no triangular semifinal. Calhou de Brasil e Argentina serem sorteados no Grupo A. O Flu era o campeão brasileiro de 1984 e reunia um timaço com Romerito, Washington, Assis, Branco, Ricardo Gomes e outras feras. Entretanto, o Argentinos Juniors de José Yudica tinha a maior equipe de sua história, que seria campeã daquela Libertadores com astros como Sergio Batista e Claudio Borghi. O Bicho Colorado venceu os dois jogos. Anotou 1 a 0 no Maracanã, gol de Miguel Lemme, em partida de três expulsões e pancadaria rolando solta. Também fez 1 a 0 em La Paternal, cortesia de Mário Videla. Os colorados avançaram na chave que ainda tinha Vasco e Ferro Carril.

Nacional x Boca Juniors (2016)

Por incrível que pareça, Nacional de Montevidéu e Boca Juniors não se enfrentaram tantas vezes na história oficial das competições da Conmebol. São apenas dez duelos entre os clubes, todos a partir dos anos 1990, e só quatro pela Libertadores. Ambos caíram na fase de grupos da Libertadores de 2013. Já em importância, se sobressaem os embates pelas quartas de final de 2016. Gustavo Munúa dirigia um Nacional que tinha entre suas figuras nomes como Jorge Fucile, Mauricio Victorino e Nico López. Já o Boca de Guillermo Barros Schelotto era estrelado por Carlos Tevez, Cristian Pavón e Pablo Pérez. Em Montevidéu, prevaleceu o empate por 1 a 1, gols de Sebastián Fernández para os uruguaios e Frank Fabra para os argentinos. O marcador se repetiu na Bombonera, graças a Pavón e um gol contra de Cata Díaz, em noite de muitos cartões. Nos pênaltis, os boquenses levaram a melhor com o triunfo por 4 a 3, mas foram eliminados na fase seguinte pelo Independiente del Valle.

Internacional x River Plate (2019)

O histórico de Internacional e River Plate nas competições continentais é relativamente recente. As duas equipes só se enfrentaram por duas vezes, na fase de grupos da Libertadores de 2019. Prevaleceu o equilíbrio, com dois empates por 2 a 2. Os colorados abriram dois gols de vantagem no Beira-Rio, com Nico López e Edenílson, mas Lucas Pratto e Nicolás de La Cruz buscaram o ponto para os millonarios. Já no Monumental, o River fez o primeiro com Julián Álvarez, Rafael Sóbis marcou dois para virar e Pratto determinou o empate nos acréscimos do segundo tempo. Os dois times avançaram. O River Plate tinha sua base campeã no ano anterior, dirigida por Marcelo Gallardo e protagonizada ainda por nomes como Franco Armani, Exequiel Palacios, Enzo Pérez, Nacho Fernández, Gonzalo Montiel e Rafael Santos Borré. Já o Inter de Odair Hellmann contava com Victor Cuesta, Rodrigo Dourado, Patrick e Andrés D'Alessandro – este, num emotivo encontro.

Palmeiras x Atlético Mineiro (2021)

Já virou um clássico da Libertadores. Palmeiras e Atlético Mineiro se enfrentarão pela terceira edição consecutiva do torneio continental. E os alviverdes possuem um histórico amplamente favorável contra o Galo: nos quatro mata-matas continentais que se enfrentaram, os palmeirenses sempre passaram. Foi assim nas semifinais da Mercosul de 2000 e também nas quartas de final da Sul-Americana de 2010. O duelo de mais peso veio nas semifinais da Libertadores de 2021. O time de Abel Ferreira jogou com o regulamento sob os braços, num duro embate contra o Galo embalado na temporada. O empate por 0 a 0 no Allianz Parque seria seguido pelo 1 a 1 no Mineirão. Eduardo Vargas fez aos atleticanos e Dudu assinalou o tento que valeu ouro aos palestrinos, classificados graças ao gol fora. Estariam na final em Montevidéu para serem campeões. Já em 2022, sem mais a regra, o Palmeiras de novo se deu melhor nas quartas. Empatou por 2 a 2 em BH com um gol salvador de Danilo, segurou o 0 a 0 em SP com nove homens e avançou nos pênaltis.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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