Abel Ferreira dá amostras de serenidade e projeta o ‘novo Palmeiras’ sem Dudu
Abel não foi bem na escalação contra o Deportivo Pereira, mas se mostrou aberto a mudanças na serenidade e no Palmeiras sem Dudu

O Palmeiras confirmou o que todos já sabiam na noite desta quarta-feira (30): garantiu vaga para semifinal da Copa Libertadores. No Allianz Parque, o Alviverde pouco produziu e empatou sem gols com Deportivo Pereira. No entanto, por ter vencido a partida de ida por 4 a 0 na Colômbia, a equipe paulista avançou de fase e agora terá o Boca Juniors pela frente.
Após o 0 a 0, o técnico Abel Ferreira concedeu entrevista coletiva, falou sobre a estratégia adotada no jogo e projetou a equipe sem Dudu para os próximos compromissos.
Abel explica estratégia do Palmeiras em empate sem gols
Na opinião de Abel Ferreira, que na primeira vez sem Dudu – lesionado e fora da temporada – optou por Flaco López e uma formação com três zagueiros, o Deportivo Pereira foi até o Allianz Parque com a missão de não deixar o Palmeiras jogar. Segundo o português, os visitantes conseguiram. No entanto, em nada adiantou, já que na Colômbia o Verdão obteve resultado elástico e liquidou as chances do adversário.
– Nossa estratégia passava por fazer uma saída a três, como fazemos às vezes. Hoje optamos pelo Luan. Um zagueiro atrás, e mais um centroavante na frente. O adversário vinha com o mesmo sistema. O Pereira joga em uma pegada tremenda, o árbitro deixou jogar. E geri um pouquinho com as substituições, como estratégia. Ninguém se lesionou, felizmente. Acho que foi um jogo muito truncado, com muitos duelos. Nosso adversário veio para não nos deixar jogar, e não tinham nada a perder. Tiramos as esperanças deles lá, e vieram para cá sem nada a perder. Acabou sendo um jogo não muito bem jogado – disse Abel.
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O esquema com três zagueiros não funcionou na noite, mas poderá ser mantido
Como citado, Abel Ferreira mandou a campo um esquema com três zagueiros: Gustavo Gómez, Luan e Murilo. Não deu certo. Além do Alviverde ter sofrido lances de perigo, a saída de bola e a transição defesa ataque da equipe não se mostrou eficiente contra os colombianos. Perguntado sobre a possibilidade de tal formação ser mantida para os próximos compromissos, Abel indicou que sim, mas ironizou e fez ressalvas.
– Vocês se lembram como jogamos na segunda Libertadores? O Piquerez foi um dos zagueiros. Como jogamos essa competição? Lembra do Del Valle, que ninguém tinha ganho. O Atlético-MG? Tudo que fizemos hoje, já fizemos antes. Não sei se é tendência, mas é algo que podemos usar. Ou não. Depende de como eu achar que temos que jogar. Como não abrimos as portas mais (para jornalistas nos treinos), deixo vocês com a criatividade para desenhar quem substitui quem – pontuou, antes de completar:
– Ninguém substitui o Dudu. Mas minha função é arranjar soluções olhando para dentro. Se for com três zagueiros, vamos. Se for com quatro, como jogou Guardiola, também vamos. Aqui não estamos acostumados com diferentes esquema táticos. O sistema é uma coisa só, o resto é dinâmica. É uma variação que temos, e não é de hoje. É perceber o que fazer em cada jogo.
Com Boca Juniors pela frente, Abel projeta intervalo de tempo até novo mata-mata
Bem-humorado após mais uma classificação na Libertadores, Abel Ferreira destacou como pretende trabalhar o elenco até o jogo de ida da semifinal, contra o Boca Juniors. O treinador afirmou que seguirá a rotina da mesma forma que já vem fazendo. Ele aproveitou a pergunta para garantir que atualmente é um técnico menos intenso do que antes. Na explicação, citou sua turbulenta relação com a arbitragem brasileira.
– O que eu vou fazer até lá é viver minha vida como faço, com intensidade, com meus jogadores e minha família. Às vezes, esqueço de dizer que estamos todos de passagem. Enquanto a viagem durar, há que viver, como marido, pai e treinador. Apesar de ser um treinador intenso, agora menos, porque não me chateio mais com os árbitros – disse.
– Reclamei do gol que entrou contra o Bahia, gol do Rony no Fluminense, cotovelada contra o Athletico, possível pênalti aqui contra o Bragantino, mas, lá em Portugal, dizemos: quer reclamar, queixa-se na Fifa. Aqui, não vale a pena. Bati muito a cabeça na parede, não sou eu quem vai mudar nada. Vou estar mais tranquilo e calmo no banco, para poder ajudar meus jogadores. Deus me abençoou com tudo, e eu tenho que ser grato – concluiu o técnico do Palmeiras.