Renato e Mano reencontram, na Libertadores, clubes em que tiveram passagens marcantes
Grêmio e Fluminense iniciam nesta terça-feira (13) a disputa por uma vaga nas quartas de final da principal competição do continente
Nesta terça-feira (13), às 19h, no Couto Pereira, em Curitiba, Grêmio e Fluminense iniciam a disputa das oitavas de final da Libertadores. O jogo da volta será na próxima terça-feira (20), também às 19h, no Maracanã, no Rio de Janeiro.
Um dos principais ingredientes do confronto será o duelo na beira do campo entre Renato Gaúcho e Mano Menezes. E ambos treinadores têm passagens marcantes no adversário desta fase da competição continental.
A barriga de Renato: uma idolatria forjada com gol épico
O Fluminense é um capítulo importantíssimo na história de Renato Gaúcho, e a recíproca é verdadeira. A começar pelos tempos de jogador.
Renato foi a grande contratação de tempos já difíceis nas Laranjeiras em 1995. O Flu não conquistava um título desde 1985, e batera na trave no Brasileirão em 1988 e 1991, além da Copa do Brasil de 1992 e dos Cariocas de 1991, 1993 e 1994.
O craque chegou ao clube falando em ser campeão, o que parecia uma loucura: em seu centenário, o arquirrival Flamengo contratara Romário, então melhor jogador do mundo.
Bem-humorado, o atacante provocou seu amigo, bem como Edmundo, craque do Vasco, e Túlio, artilheiro do Botafogo. Aquela temporada seria inesquecível para o futebol carioca.
Essa parte da história é famosa: Renato Gaúcho marcou um gol de barriga na final do Campeonato Carioca, em 1995, tirou o Fluminense da fila e impediu um título do Flamengo no centenário. Por pouco, o craque não levou o Flu à final do Brasileirão, parando nas semifinais em uma virada épica do Santos.
Depois, Renato Gaúcho ainda seria treinador do Fluminense, quando a trajetória, mais uma vez, acabaria gloriosa.
Renato conquistou primeiro título como técnico no Fluminense
A primeira experiência de Renato como treinador foi no Fluminense. E também seu primeiro título.
Dessa vez, entretanto, a história não começou feliz. O craque acumulou os cargos de jogador e técnico para salvar a equipe do rebaixamento no Brasileirão, mas não foi herói.
O Flu acabaria salvo do descenso após o Caso Ivens Mendes. No episódio que levou o nome do então presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Corinthians e Athletico-PR foram acusados de comprar resultados de jogos. Os rebaixamentos do Tricolor e do Bragantino foram suspensos.
Em 2007, Renato fez sua terceira passagem pelo Flu como treinador. Desta vez, com um título histórico, que bateu na trave no Brasileirão de 2002. O técnico foi o responsável pela conquista da Copa do Brasil, que tirou o clube de uma fila de 23 anos sem conquistas nacionais.
O vice na Libertadores de 2008 pelo Fluminense
A taça ainda faria Renato Gaúcho disputar a Libertadores da América pela primeira vez como técnico.
E por muito pouco, Renato Gaúcho não alcançou a eternidade como no Grêmio. Em 2008, o Fluminense fez uma campanha incrível na Libertadores, mas perdeu a final nos pênaltis, no Maracanã.
Diversos momentos marcantes envolveram o treinador.
Renato, que também foi técnico do Fluminense em 2002 e 2003, ainda voltaria ao clube como técnico em 2009 e 2014, um total de seis passagens. Ao todo, são 202 jogos, 86 vitórias, 52 empates e 64 derrotas, um aproveitamento de 51,2%, segundo dados do site “Estatísticas Fluminense”.
Grêmio marcou o início da trajetória de Mano Menezes em grandes clubes do futebol brasileiro
Corinthians, Flamengo, Cruzeiro, Palmeiras, Internacional e Fluminense. Mano Menezes já trabalhou em várias das principais equipes do futebol brasileiro, isso sem falar na Seleção. Mas o primeiro grande clube que ele comandou, no profissional, foi o Grêmio.
Após bons trabalhos no Guarani de Venâncio Aires, em que conquistou o título de seletiva da Copa Sul-Minas, em 2002, e no 15 de Novembro, com o qual chegou à semifinal da Copa do Brasil, Mano foi buscado pelo Grêmio no Caxias para a comandar a equipe na Série B do Campeonato Brasileiro de 2005.
Batalha dos Aflitos: um jogo para a história de Mano e do Grêmio
A campanha de retorno à elite do futebol nacional foi tortuosa. Incluiu a folclórica goleada por 4 a 0 sofrida para o Anapolina, logo nos primeiro jogos de Mano.
Mas, no final, deu tudo certo. E o acesso veio com a inacreditável e histórica Batalha dos Aflitos. O Grêmio teve quatro jogadores expulsos e dois pênaltis contra, mas venceu o Náutico por 1 a 0, com gol de Anderson, para conquistar o título da Série B.
Com Mano, Grêmio retomou a hegemonia estadual em 2006
O acesso impulsionou o clube para retomar protagonismo estadual e nacional. Em 2006, sob o comando de Mano, o Grêmio voltou a ser campeão gaúcho depois de cinco anos, em cima do Internacional que viria a ser campeão da Libertadores e do Mundial naquela mesma temporada.
Ainda em 2006, Mano conduziu o Grêmio a uma boa campanha no Campeonato Brasileiro. O 3º lugar classificou o Tricolor Gaúcho de volta à Libertadores depois de quatro anos.
Grêmio de Mano foi vice-campeão da Libertadores de 2007
A campanha na competição continental, em 2007, também foi marcante. Já bicampeão gaúcho, o Grêmio de Mano passou em primeiro no seu grupo e eliminou São Paulo, Defensor Sporting (Uruguai) e Santos para chegar à final contra o Boca Juniors.
O melhor Boca da história, de Riquelme, Palermo e Palacio, não deu chance para o Grêmio. Venceu por 2 a 0 em La Bombonera e 3 a 0 no Olímpico. Mas o vice-campeonato recuperou o prestígio do Tricolor Gaúcho no continente.
Ao não renovar contrato, Mano deixou o Grêmio no final de 2007. Em 169 jogos como treinador do clube, obteve 89 vitórias, 35 empates e 45 derrotas, o que representa aproveitamento de 59,56%.