Da ‘Glória Eterna’ à decepção: Título da Libertadores do Fluminense completa um ano
Após um ano da maior conquista de sua história, o Fluminense vive uma realidade bem diferente desde a conquista continental
Há exatamente um ano, o Fluminense conquistava o título inédito da Copa Libertadores. O dia 4 de novembro será sempre inesquecível para o torcedor tricolor, que carrega lembranças de um momento histórico. Contudo, a realidade em 2024 é bem diferente da última temporada.
Enquanto o Fluminense batia o Boca Juniors na final do maior torneio da América do Sul no ano passado, a atual equipe agora se limita a brigar contra a parte debaixo da tabela do Campeonato Brasileiro.
Mais do que isso, o Tricolor vai encerrar 2024 com um gosto amargo, pois foi eliminado pelo Flamengo na semifinal do Campeonato Carioca, pelo Juventude nas oitavas de final da Copa do Brasil, e pelo Atlético-MG nas quartas de final da Libertadores.
A única conquista foi a Recopa Sul-Americana. Uma temporada decepcionante depois de um ano tão mágico para o Fluminense, que esperava manter o nível e ser campeão mais uma vez. Então, o que mudou de um ano para o outro? Isso é o que a Trivela te responde.
O que deu errado para o Fluminense após a conquista da Libertadores?
Vários fatores prejudicaram o Fluminense nesta temporada pós-título da Copa Libertadores. Desde a montagem do elenco, a troca da comissão técnica e a queda de produção dos grandes responsáveis pela Glória Eterna em 2023.
A diretoria do Tricolor fez o maior investimento em reforços de sua história para 2024, gastando quase R$ 70 milhões em contratações. Ao todo, 16 novos jogadores desembarcaram nas Laranjeiras, porém, poucos se destacaram.
Reforços do Fluminense para 2024
- Facundo Bernal (Defensor-URU) – R$ 20 milhões
- David Terans (Pachuca-MEX) – R$ 14 milhões
- Ignácio (Sporting Cristal-PER) – R$ 12,2 milhões
- Kevin Serna (Alianza Lima-PER) – R$ 9,7 milhões
- Gabriel Fuentes (Junior-COL) – R$ 6,7 milhões
- Lelê (Itaboraí Profute) – R$ 4 milhões
- Antônio Carlos (Orlando City-EUA) – R$ 2,4 milhões
- Jan Lucumí (Boca Juniors-COL) – R$ 550 mil
- Marquinhos (Arsenal-ING) – Empréstimo com valor não divulgado
- Thiago Silva (Chelsea-ING) – sem custos
- Nonato (Santos) – sem custos Nonato (Santos)
- Victor Hugo (Cascavel) – sem custos
- Douglas Costa (LA Galaxy-EUA) – sem custos
- Renato Augusto (Corinthians) – sem custos
- Gabriel Pires (Benfica-POR) – sem custos
- Felipe Alves (sem clube) – sem custos
Fernando Diniz, de herói a vilão
É inegável que Fernando Diniz foi o principal responsável por levar o Fluminense ao título da Copa Libertadores na última temporada. O Dinizismo foi fundamental na campanha que culminou com a conquista inédita.
Com um estilo de jogo bem definido, o treinador foi mantido no cargo para repetir o sucesso de 2023, inclusive renovando seu contrato até o final de 2025. Entretanto, sua imagem de ídolo ficou abalada pela péssima campanha no Brasileirão.
Apesar das classificações na Copa do Brasil e na Libertadores, Diniz foi demitido em junho por deixar o Tricolor na lanterna do campeonato. Em 11 rodadas, o Fluminense tinha apenas seis pontos. Ou seja, um aproveitamento de pouco mais de 18%.
Retrospecto de Fernando Diniz com o Fluminense na Série A 2024
- Jogos: 11
- Vitórias: 1
- Empates: 3
- Derrotas: 7
Protagonistas viraram coadjuvantes
Além de Diniz, outros nomes importantes na última Libertadores caíram (e muito) de rendimento em 2024. São os casos de Germán Cano e John Kennedy, que marcaram os gols da vitória na decisão contra o Boca.
O centroavante argentino vive um ano complicado no Fluminense. Longe de ser o mesmo artilheiro da última temporada, Cano conviveu com problemas familiares, lesões e uma seca de 171 dias sem balanças as redes.
Já o xodó da torcida tricolor repetiu os mesmos problemas que o atrapalharam nas Laranjeiras num passado recente. JK viu seu nome virar manchete por conta de festas e indisciplina. Como consequência, ele oscilou em suas atuações e deixou de ser preferência com Mano Menezes.
Fluminense perdeu quatro campeões da Libertadores
Para finalizar, o Fluminense viu 4 campeões da Copa Libertadores irem embora. As maiores perdas do Tricolor foram Nino e André, dois pilares do sistema defensivo e que fizeram a diferença em 2023.
O zagueiro foi negociado com o Zenit em janeiro por 5 milhões de euros (cerca de R$ 27 milhões à época), enquanto o volante foi vendido para o Wolverhampton em agosto por 22 milhões de euros (em torno de R$ 135,5 milhões à época). Vale ressaltar que a dupla queria ir para a Europa.
Alexsander foi para o Al Ahli após sofrer uma grave lesão no joelho e ter um futuro incerto no Tricolor, além da possibilidade de ganhar um ótimo salário na Arábia Saudita. No último final de semana, Marcelo rescindiu seu contrato com o Fluminense depois de uma polêmica com o técnico.